Capítulo 4

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- Amiga.... me ajuda ....
- Lea ? Onde você esta? Por que você sumiu? – começo a perguntar desesperadamente
- Lena, presta atenção, ele não sabe que estou com o celular, estou na ultima casa da rua da igreja, o casarão abandonado – ouço passos ao fundo, e a respiração de minha amiga acelerar pelo telefone, ouço no momento que o som fica abafada, como se ela guardasse o celular no bolso e ouço a conversa
- Com quem estava falando ? – uma voz rouca e masculina pergunta
- estava orando.... – ela responde, pela voz, ela devia estar chorando, ouço ela dizer "não" com um grito e a ligação fica muda, ele descobriu o celular e eu descobri onde minha amiga estava.

As próximas horas se tornam um pesadelo, minha amiga estava sequestrada, e eu não poderia sair de casa a noite sem mais nem menos com meus pais acordados, eles deveriam estar dormindo.
Jantei no quarto, disse que estava cansada, mas não tinha como encarar eles sabendo que sairia assim que percebesse que eles dormiram, meu nervosismos denunciaria minha ação. Arrumei uma lanterna, peguei um canivete que meu pai me deu quando pequena, decidi já deitar com a calça jeans preta, mais ou menos arrumada para assim não fazer barulho. Ás 23h meus pais foram dormir, fingi estar dormindo com o cobertor até o pescoço quando foram me dar boa noite, para que eles não notassem minha roupa e os acessórios. Me levantei ás 2h, peguei meu blusão preto e coloquei o canivete preso no cano da bota que usava junto com o jeans, prendi a lanterna na cintura junto com o celular, abri a janela com cuidado e desci pela árvore, costumava fazer isso com a Lea quando éramos crianças, pensar nisso me fez sentir um aperto maior no coração. Corri, pulei o portão e finalmente estava na rua, não sabia o que seria de mim, minha rua estava deserta, escura, andei de presa por entre as casas, desci 2 vielas e então a rua da igreja, ao longe já conseguia ver o casarão, um lugar abandonado a 2 anos pela prefeitura, um prédio de 2 andares, sem cor definida nas paredes descascadas, portas altas de madeira e sua arquitetura do século passado.
Pulei o portão baixo do casarão, um frio me percorreu o corpo, um arrepio. A casa estava em penumbras, nenhum ruído era audível, caminho pela lateral da casa sem fazer barulho até os fundos, no segundo andas visualizo uma luz tímida, como de vela, eu iria entrar por ali, por sorte havia uma grade presa á parede bem ali, onde crescia um pé de maracujá, comecei a escalar, a grande não estava bem presa, o que me fez acelerar, cair ali seria terrível, pior ainda despencando com aquela grade de ferro por cima.
Chego ao parapeito da janela, olho para o interior do quarto, Lea estava sentada, amarrada em uma cadeira e amordaçada, com cuidado pulo pra dentro do quarto sem fazer barulho, caminho até parar de frente para ela, que esta de olhos fechados, como que desmaiada, pegou seu rosto entre as mãos, e a balanço devagar
- Lea... Lea acorda por favor – sussurro próximo ao ouvido dela, pouco a pouco ela vai voltando, ao focar em meu rosto, ela arregala os olhos e começa a fazer sons – xiu, não faz barulho, eu vim te salvar.- tiro a mordaça dela, que a essa altura já estava chorando
- você precisa ir embora! – diz ela sussurando mas com urgência – ele é um monstro!
Nessa altura eu já estava abaixado atrás da cadeira cortando as cordas, e então passos pelo corredor, acelero o corte, mas meu canivete não ajudava, quando estava quase conseguindo, a porta é escancarada com um chute, o que me assusta e fico em pé em um pulo
- Ora ora, temos visita... – um homem alto diz com calma e deboche, saindo das sombras do corredor e entrando no quarto – então era pra ela que ligava ? – ele sorri em direção de Lea
- fica longe dela! – grita Lea, brigando com o restante da corda que faltava cortar, eu estava parada atrás da cadeira, sem reação, olhando para aquele homem, tão alto, o que eu poderia fazer? O que eu tinha na cabeça? Eu deveria ter ligado para a policia!
Ele começa a caminhar em minha direção, dou alguns passos para trás e ele para
- Agora sente medo ? – e sorri, mesmo com a pouca luz, seus olhos azuis pareciam brilhar, irradiando uma energia que nunca presenciei, seus cabelos pretos extremamente lisos também pareciam diferentes, ele parecia inteiro diferente, não parecia algo humano. Ele me olhava com curiosidade, e então volta a andar até mim, mas rápido, não tive reação, quando notei ele estava com a mão envolta do meu pescoço me pressionando contra a parede ao lado da janela, sem pensar enfio o canite em seu peito, o que o faz soltar meu pescoço, mas me manter presa, apoiando seus braços na parede, um a direita e um a esquerda, e eu ali, no meio, sem como sair, por alguns segundo ele estava encurvado, então ele arranca o canivete e joga contra a outra parede e volta o olhar para mim. – Interessante você...
Não tinha saído nem uma gota de sangue do machucado que eu fiz, se não fosse pelo rasgo na camisa dele, pareceria que nada havia acontecido, Lea observava tudo em prantos, sem nada dizer, ele me encarava com curiosidade, e então segura meu rosto com força com uma das mãos, me fazendo olhar para ele
- Eu poderia te matar agora mesmo, mas estou curioso a seu respeito – e me solta, andando em direção á Lea, então volta a me olhar – vou propor uma troca, eu deixo sua amiga ir embora, apenas apago a memória dela, mas você fica no lugar dela. – Ele me olhava com intensidade, eu não sabia o que ele era, mas eu tinha uma divida com Lea, um dia ela salvou minha vida, agora era minha vez...
- Lena, não faz isso! – Ela grita em meio aos prantos, - Não faz isso!
- Lea, - ando até ela, seguro seu rosto entre minhas mãos com carinho – um dia, você salvou minha vida, agora eu vou salvar a sua – Me levanto e encaro o ser que me olhava, uma expressão indecifrável, perto o suficiente para meu corpo desejar correr – Eu fico no lugar dela – digo isso ignorando o protesto de minha melhor amiga, ele na mesma hora desamarra ela, que corre e me abraça chorando feito louca, e me chamando de louca, ele a tira de mim, a fazendo olhar para ele, diz apenas "esqueça" e ela então apaga – o que você fez com ela ? – digo indo amparar minha amiga que estava largada na cadeira
- apaguei a memória dela, simples – ele vem em minha direção e me pega pelo braço – agora, precisarei te amarrar para que não fuja enquanto levo sua amiga até a casa dela ? – ele olhava nos meus olhos, enquanto me segurava firme, mas sem me machucar
- não, não irei fugir
- ótimo. – ele me solta, pega minha amiga nos braços e simplesmente some diante dos meus olhos, então estou sozinha no quarto vazio a não ser pela cadeira e as velas, olho ao redor .
"Meu Deus, o que será de mim ...?"



 ***

Oi Pessoal... 
Tudo bem por ai ?

aqui esta o novo capitulo, espero mesmo que gostem 
:D

Pessoal devido as provas da faculdade, talvez aconteça alguns atrasos ,pessoalmente espero que não :( , mas estudar e escrever é bem complicado, então se acontecer já peço desculpas desde já okay?
Continuem comentando e curtindo, isso me deixa muitoooo feliz :D
E qualquer coisa só mandar msg no pv ... 
bjs mil pessoal 

AlvoradaOnde histórias criam vida. Descubra agora