Devil's Backbone, por Jessie Fernandes

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Sinopse: Essa é uma história onde amor, obsessão e vingança se misturam, causando sangue e destruição. Você descobre que seu namorado é um serial killer e matou diversos de seus amigos e pessoas por aí, apenas por prazer. Sem desculpas. E o entrega para polícia. Inconformado, ele jura vingança. Agora, um ano depois, ele voltou para cumprir a promessa e você vai sentir na pele como é estar apaixonada por um assassino.  
Gênero: Terror e Supense
Classificação: +16
Status: Shortfic – Finalizada.
Observações: Baseada na música Devil's Backbone, do The Civil Wars.

Prólogo

Um ano atrás...

Ele não conseguia acreditar que ela havia feito aquilo. Sua America. Ele tinha feito tudo aquilo por ela, pra tê-la só para ele. E não a dividiria com ninguém. Ele precisava mostrar que ela não precisava de mais ninguém, só dele.
Seus olhos não se desviavam dela, a maneira como seu rosto estava coberto de sangue, suas roupas e suas mãos, só faziam com que ela parecesse mais linda e ele queria lamber cada resquício da substância do corpo dela.
O policial dá um tranco em seu corpo e começa a puxá-lo para longe.
— America, olhe pra mim. Olhe pra mim! – ele gritava, com uma necessidade latente de qualquer reação dela.
Será que ela não entendia o porquê de tudo? O quanto ele a amava? De qualquer maneira, iria perdoá-lo. Desde que se lembrava era assim, só precisava usar seu charme.
— America! America!
O rapaz se debate e sua voz ecoa de forma estridente, porém, a garota mantém os olhos no chão.
— Você me fez fazer isso!
Dessa vez, America o encara com nojo. Vira as costas e começa a se afastar. Alex para de se debater, vendo que se afastavam cada vez mais.
Cada poro do seu corpo se enche em fúria e num movimento rápido, ele acerta o cotovelo no nariz do policial baixinha que o escoltava. O rapaz alcança a garota e segura seus ombros, levando suas mãos com agilidade até o pescoço dela e a joga na parede.
America grita em pânico.
— Então você não quer olhar na minha cara, America Lane? Eu vou arrancar os seus olhos e você não vai olhar para mais ninguém. – solta uma risada alta.
Os dedos dele apertam seu pescoço e America perde o ar, seus pés se debatendo com força, encarando o agressor com os olhos arregalados.
Se houve um dia em que achou que conhecia Alex Murray, ela foi a mais tola das garotas apaixonadas, porque olhando em seus olhos agora, ao mesmo tempo que havia crueldade, havia a pequena sombra que ela sempre amou, que fazia estar com ele ser excitante e imprevisível. Aquela sombra sempre esteve ali, America só interpretou errado. Ela engasga e bate com os dedos no rosto dele.
Os passos apressados e os flashes na direção dos dois só faz com que Alex abra um sorriso maníaco. Logo seus braços são imobilizados eAmerica cai no chão, respirando com dificuldade e as mãos sobre o pescoço.
— Você me pertence, Meri. Por toda a eternidade – ele ri alto e soava tão doente e perturbador que America não conseguia desviar dele. — Eu vou voltar pra você, amor. E vou te ensinar que se você não pode ser minha, não será de ninguém.

Capítulo I

Havia duas coisas que Alexander Murray amava e ele sempre soube que uma das duas seria seu fim. Mas no final das contas, perdera tudo.
Ele não se lembrava da primeira vez que havia matado, devia ter seus quatorze anos. Um misto de fúria com sede de sangue havia embaralhado sua mente e quando ele caiu em si, estava com o corpo de Beatrice em seus braços e suas mãos manchadas de sangue. O que ele lembrava bem, era da sensação de prazer que pousava sobre seu corpo, como se a vida tirada da garota miúda e meiga, fosse o alimento para sua própria satisfação. E desde então, ele não parou mais. Não havia explicação, ele não precisava de motivações ou desculpas. Alex amava matar.
Ele sabia que era diferente das outras pessoas, ele não sentia as mesmas coisas. Nada de remorso ou empatia. Mas sabia também que precisava fingir.
Mesmo que houvesse sido há muito tempo, ele se lembrava claramente da primeira vez que havia a visto.
America Lane. Seu primeiro amor.
Ela havia se mudado para a casa ao lado quando ele tinha sete anos. Ele observou todo o trajeto que ela fez do carro até a porta de casa, achando graça das duas trancinhas que prendiam os cabelos escuros da garotinha e sem demonstrar antes ter notado a observação do garoto, os olhos azuis de America se focaram exatamente na janela dele e o pegaram observando. Alex sentiu seu coração acelerar e logo tratou de se esconder, com a respiração acelerada e as bochechas coradas, mas sem saber o motivo de suas reações exageradas.
Antes de deixar seu lado escuro aflorar, ela já estava em sua vida. Haviam crescido juntos e toda aquela baboseira. É claro que o garoto não fazia a mínima ideia por, pelo menos, os próximos sete anos que se seguiram, que havia se apaixonado bem ali. A descoberta veio na noite que matou Beatrice, ele estava em êxtase, mas ao mesmo tempo, estava confuso e então procurou a garota.
America não era mais uma garotinha, mas ao abrir a porta, os cabelos presos em duas tranças fizeram Alex sorrir e então o olhar dela caiu para as mãos dele, sujas com sangue, puxou-o para dentro e subiram as escadas correndo.
— O que você fez, Murray? Garoto burro.
— Eu não fiz nada de errado, Meri. – cruzou os braços, emburrado pela chatice dela. Era impossível que algo tão prazeroso pudesse ser errado e o fato de ele acreditar naquilo com tanta veemência, fez com que ela acreditasse também.
America suspirou e abriu a porta do banheiro, o ajudou a lavar as mãos e em silêncio, ambos se sentaram na cama dela.
A garota sempre havia guardado os segredos de Alex, era aquilo que amigos faziam, certo? Ela não sabia o que ele havia feito e acreditava não ser grave. Ele era apenas um garoto de quatorze anos, afinal, que mal poderia fazer? No fundo, talvez ela soubesse que era algo ruim e um segredo que ela não suportaria guardar.
Não tocou mais no assunto, apenas ficaram deitados com os olhos fixos no teto.
Ele, pensando no corpo inerte de Beatrice e em como ele havia sido o dono da vida dela, mesmo que apenas nos últimos segundos. E ela, em como o sangue parecia um sinal claro de uma violência que, ao não questionar, ela parecia cúmplice.
Alexander se virou para a mais nova e encarou seu rosto pensativo, ainda com os mesmos pensamentos e antes mesmo que pudesse entender o porquê, seus lábios se colaram aos dela. Ela não iria contar a ninguém, ele sabia. Porque se ele havia sido dono de Beatrice daquele jeito violento, America era dona dele de um jeito só dela e ao menos sabia disso.
Mesmo que não fosse a ordem cronológica dos fatos, era daquela maneira que Alex guardava suas memórias.
America era uma alma livre e mesmo que Alex a conhecesse a vida inteira, sempre sentia que tinha mais a se ver. Estava obcecado. E ela sabia. Gostava de ser desejada.
Depois daquela noite, as coisas entre os dois mudaram e logo estavam namorando. Mas como todos bem sabiam, nem tudo era um conto de fadas. Alex era possessivo e a queria só para ele. O que era uma grande complicação, pois America vivia rodeada de pessoas e por ser uma alma livre, muitas vezes, fazia o que bem entendia, sem dar a mínima para o gênio do namorado e ele se via cada vez mais enlouquecido.
Até que no Halloween de 2014, no ultimo ano da escola, Alex perdeu a cabeça. E então matou treze pessoas, algumas próximas a America e outras por consequência.
Dessa vez, ao descobrir, a garota não guardou seu segredo e era por isso que ele estava ali naquela data tão especial, observando cada passo que a garota dava do outro lado do gramado.
Afinal, naquela noite, um pouquinho de vingança, iria matar alguém.

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