Capitulo 1

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Eu olhava o teste, sem acreditar....

Minha mente girava. Minha respiração acelerou e posso sentir o meu corpo transpirar, apesar das mãos geladas, minha testa já forma gotículas de suor, prontas pra cair.

Eu queria poder gritar ou quebrar algo, bater na parede ou fazer barulho, mas no banheiro da empresa, é impossível...

Minhas mãos tremiam de uma forma que eu não consigo controlar, meu coração batendo tão forte que sentia ele na garganta estavam começando a me apavorar. Não posso ter uma crise logo aqui.

Isso não podia estar acontecendo, não agora. É impossível eu estar grávida, realmente, a última vez que tive relações... Três ou quatro meses atrás(?).

-Senhora Magalhães? A senhora está bem? -A voz da minha assistente soou do outro lado da porta da cabine e tive que engolir o choro e procurar minha voz normal.

-Estou bem, Ana, saio em um minuto. -Respondi enquanto tirava os cabelos do rosto e jogava pra trás, buscando ar.

Ouvi os saltos dela saindo do banheiro e tentei me recompor, esse teste está errado, não devia ter comprado um só, com certeza está errado.

Enrolei o teste em papel higiênico e escondi no lixo, a caixa eu piquei em pedacinhos e também enrolei em papel e escondi no lixo.

Sei como as moças da limpeza gostam de comentar sobre a vida dos outros, e ninguém precisa saber que a CEO da Help Consultora, uma das melhores empresas de marketing do Brasil, está com suspeita de gravidez.

Diretora essa, que perdeu o avô em uma semana e na outra, acabou um noivado com um relacionamento tóxico que durou 6 anos.

Como se só isso não fosse o suficiente, esses tempo em que meu avô faleceu e descobri meu chifre, e os cinco meses subsequentes, foram os piores meses em anos na minha empresa, sofri muito e perdi o fio da meada, mas agora eu voltei... Bom, eu tinha voltado. Agora mais uma pancada dessas.

Eu sabia quem era o pai, pelo menos. Nem é difícil de saber.

Depois que terminei meu noivado, eu não queria mais ver homens na minha frente, passei três ótimos meses evitando a raça masculina, até que minha prima(uma péssima prima), me incentivou a ir em uma "festa".

Fui, me perdi (ou fui abandonada, não sei ao certo) e acabei conhecendo ele... Acontece que já tenho 25 anos, não sou mais uma adolescente, o problema é que eu só tive dois namorados.

Conheci Juliano na faculdade, eu fazia Marketing e ele Direito. Eu tinha 18 e ele 20, namoramos por dois anos, até ele fazer o pedido. Depois, mais seis anos de noivado e nesses seis anos, não saíamos muito, ele gostava de arrumar briga, além de ser extremamente possessivo, então eu nunca bebi muito e com certeza, não usava mais os entorpecentes que eu usava quando era adolescente. Antes da última fatídica festa, não consigo me lembrar a última vez que fiquei bêbada, ou que me diverti com Juliano.

Quando fiquei maior de idade, tomei juízo, e então conheci Juliano, achei que era o amor da minha vida... coitada de mim...

Recuperei o fôlego e garanti que o teste de gravidez e a caixa estavam bem escondidos e sai da cabine. Andei até a pia do banheiro e me olhei no grande espelho. Parecia que eu tinha visto um fantasma. Estava meio pálida e soando. Não posso sair assim.

Prendi meu cabelo, abri alguns botões da minha camisa e me abanei, respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar.

-Você não pode surtar agora, Giovanna, tem muita coisa pra fazer ainda, espera chegar em casa e confirmar tudo isso. -Falei pra eu mesma, na esperança de me acalmar.

Laços de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora