4

18.4K 1.1K 497
                                    

Acordei por volta das dez resolvi ir ver TV. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem do Dylan, de quase uma hora atrás.

Dylan: ABRE A JANELAAAAAAAAAAAA! Estou cansado de ficar olhando para esse pano!

Como eu não iria ficar no quarto, eu fui até lá e tirei a toalha.

— FINALMENTE! — Dylan gritou.

— Por acaso está aí esse tempo todo, esperando eu tirar o pano?

— Não... imagina.

— Tchau, Dylan.

— EI!

— Que foi?

— Nada!

— Ah, garoto! Me erra.

Sai da janela e voltei para a sala. Mas eu podia escutar ele me gritando. Até que ele parou. E eu quase dei graças a Deus.

Quase. Pois ele me ligou.

— Meu Deus, Dylan. — bufei, atendendo a ligação. — O que quer?

— Volta para a janela.

— Para que?

— Quero te mostrar uma coisa.

— Que coisa?

— Uma música!

— Música?

— É, Riley! — ele me chamou de Riley? Ganhou pontos por isso. — Por favor.

Pediu por favor? Mais um ponto.

— Tudo bem.

Joguei o celular em cima do sofá e fui até a janela. Dylan estava sentada na dele, segurando um lindíssimo violão.

— Você toca? — perguntei, já me sentindo idiota por aquilo.

— E canto!

— Eu não ouvi ainda.

— Posso te mostrar uma música que fiz com os meninos?

— Meninos?

— É. Meus amigos. Eles estudam lá na escola. Posso?

— Pode!

Quando as primeiras palavras saem da boca de Dylan, eu me seguro no parapeito. Era inevitável não o encarar como uma louca, já que a sua voz era incrivelmente perfeita.

Seus dedos deslizavam pelas cordas do violão com suavidade, na mesma intensidade que a sua voz melodiosa cria uma canção. Eu devia estar babando.

— E depois repete o refrão. — ele disse, me fazendo balançar a cabeça para voltar para a terra. — Tudo bem?

— Uau... Dylan a sua voz é... perfeita.

— Obrigado.

— É sério. É... demais.

— Ah, Ry... assim você me deixa sem graça.

E pela primeira vez eu não me importei dele ter me chamado pelo apelido, pois eu ainda estava nas nuvens com a voz dele.

— Desculpe. — murmurei. — Eu vou... — olho para trás, buscando alguma desculpa para escapar dali. — Arrumar algumas coisas.

Corri para sala e me joguei no sofá. A voz dele continuava ecoando em minha cabeça, com o refrão se repetindo diversas vezes.

Pronto. Dylan acabou de me viciar em uma música que eu só ouvi uma vez na minha vida.

Porque você tem aquela coisa.

A new reason to smileOnde histórias criam vida. Descubra agora