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Depois da aula de desenho tivemos mais duas e fomos liberados. Fui até o meu armário pegar as minhas coisas e logo Dylan apareceu.

— Obrigado por me convidar.

— Foi por sua causa que ganhei. — falei fechando a porta do armário e começando a andar.

— Mentira. Se tivessem colocado qualquer pessoa ali, você teria feito o desenho com a mesma perfeição.

— Ninguém tem a beleza que você tem.

Ele arregalou os olhos e sorrindo e eu bati na minha testa pelo que disse.

— Eu sabia. — ele se vangloriou. — Eu sempre soube que você me achava gatinho.

— Vai começar.

— Você só não queria assumir para que eu não ficasse pegando no seu pé. Doeu assumir?

— Falei sem pensar.

— Mas mentiu?

— Não. — falei baixo e tentei andar mais rápido, mas ele me seguiu. — Cadê o seu carro?

— Vim a pé hoje. Por sua causa.

— Eu não te mandei vir a pé.

— Mas eu queria ver o que tinha de bom pelo caminho, para que você negasse a minha carona.

— Nada de especial, Dylan. — dei de ombros. — Apenas faz bem para as pernas.

— E que pernas hein.

— Ah, garoto... Você me irrita!

— Eu sei disso. — falou, sorrindo. — Vamos usar isso aí hoje?

— Pode ser.

— Eu te espero no térreo do teu prédio, as nove da noite.

— Tudo bem.

— Não vou subir aquilo tudo de escadas. — continuou.

— Tudo bem.

— Iria cansar demais e...

— EU JÁ ENTENDI, DYLAN! E tchau.

Entrei no meu prédio e comecei a subir as escadas correndo. Uma vontade avassaladora de usar o banheiro se fez presente. Abri a porta do apartamento e meu queixo caiu.

Ele estava todo revirado. A pequena TV de tela plana não estava em seu lugar de costume. Fui correndo para o meu quarto, e vi que não tinha mais a toalha na janela. Ela estava jogada no chão. Meu notebook que eu tanto esperei para ganhar, não estava mais ali.

Abri a gaveta da mesinha de cabeceira e entrei em desespero por não ver o restante do dinheiro que meu pai me deixou e menos ainda o colar de ouro maciço que ele havia feito para mim quando nasci.

— Não, não, não.

Comecei a andar de um lado para o outro desesperada e fui até a janela. Como alguém entra pela janela, em um apartamento do quinto andar e ninguém vê? Olhei para baixo e a única coisa que havia naquele beco sujo, eram enormes latas cheias de lixo.

— MERDA!

— Riley?

Levantei meu olhar e encontrei Dylan em sua janela.

— Pode vir aqui?

— Sim... — ele me encara desconfiado. — O que houve?

— Vem!

Falei e sai da janela. Pelo choque, não tinha me preocupado em fechar a porta, então ele poderia entrar sem preocupações. Caminhei até o sofá e me joguei nele, escondendo o rosto com as mãos.

A new reason to smileOnde histórias criam vida. Descubra agora