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Marie narrando:

Acordo às 09:00, tomo um banho e visto um vestido solto, deixando o meu cabelo secar naturalmente. A Amanda não está mais aqui; estranho, ela nunca acorda cedo. Desço as escadas e escuto a voz do idiota do Henri e depois a voz do meu pai. Entro na cozinha e vejo o meu pai. Ele olha para mim e paralisa. Todos param de conversar e me olham.

Jessie: Bom dia.

Eu: Bom dia. - Me sento e ainda continuo olhando para ele. Ele também continua me olhando. Paro de olhar e me sirvo.

Gus: Acho que vou jogar futebol, vamos, Henri?

Henri: Claro.

Amanda: Posso ir?

Gus: Pode, tchau. - Ele me dá um beijo, e Amanda também. Fica só o meu pai e a Jessie.

Jessie: Vou no shopping. - Beija meu pai e beija minha cabeça, saindo e ficando só eu e o meu pai.

Pai: Está gostando de Londres?

Eu: Parece ser legal.

Pai: Não saiu ontem.

Eu: Não. - Pego meu prato e copo e levo para a pia. Estou saindo para fora, mas meu pai me puxa.

Pai: Precisamos conversar.

Eu: Não temos nada para conversar.

Pai: Claro que temos.

Eu: Não, não temos que conversar. Já entendi que você me largou e largou a minha mãe para ter uma vida melhor em Londres e casar com uma mulher mais nova. Já entendi, não precisa me falar mais nada. Eu só estou aqui porque a vida da minha mãe está em jogo, e eu preciso ajudá-la, porque ela sim me amou e ficou comigo quando eu ficava triste nos dias dos pais, quando eu fazia uma apresentação e meu pai não estava presente. Ela sim me ajudou quando eu sofria bullying por não ter um pai e ser pobre. Ela sim me deu amor, carinho e broncas quando precisava. E agora eu vou ajudá-la para retribuir tudo que ela me fez. - Saio de casa e vou andando sem saber para onde estou indo. Ainda bem que estamos em um condomínio. Fico passeando e vejo a quadra onde está a Amanda, o Gus e o Henri jogando futebol brasileiro.

Amanda: Já estava indo te chamar para participar do jogo. Vem jogar.

Eu: Não tô afim não.

Henri: Tá com medo de perder?

Eu: Você vai se arrepender de ter dito isso.

Henri: É? Vamos ver então. - Amanda tacou a bola para mim, e eu fiz embaixadinha.

Amanda: Vai, vocês contra vocês, meninos.

X: Também queremos jogar. - Ficou eu e Amanda, mas dois meninos contra Henri e Gus e mais dois meninos. O jogo começou; um dos meninos passou para a Amanda, que passou para outro menino, que passou para mim, e eu fiz gol. Fizemos 4 gols e os meninos, só 1.

X: Uou, Henrique perdeu para uma garota.

X2: É, Henri perdeu para a patricinha.

Henri: Ela não é patricinha, ela é uma pobre que veio da favela, e por isso que ela sabe jogar tão bem, aprendeu lá no lugar onde ela tinha que estar. - Não aguentei e dei um soco bem na cara dele.

Eu: Eu te avisei que mais uma piadinha sua eu ia te dar um soco, e aí está, playboy metido a besta. Sou mesmo da favela, com muito orgulho. Lá as pessoas têm mais caráter que você. - Ele levantou e foi me dar um tapa, mas segurei seu braço e dei um chute no meio das suas pernas. - Imbecil. Vamos, Amanda.

Amanda: Vamos. - Deu um chute nele, e saiu comigo. Gus ficou falando um monte para ele, e eu e Amanda estávamos rindo.

O Cara que eu odeioOnde histórias criam vida. Descubra agora