Three

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" Oh, my love, where did you go? "



" Oh, meu amor, para onde você foi? "
                       Arctic Monkeys.




— Espere, eu entendi direito? Tem certeza do quê está falando, Luge?!  Indaguei-me.

Era quase impossível, não, mais que isso, simplesmente impensável o que acabei de ouvir.

  — Sim, Vennie, você entendeu direito, e sim, tenho. Kai está namorando. Estranhamente, senti uma pontada de... Tristeza, em sua voz.

  — O quê vai ser daqui pra frente? O quê eu vou fazer?! – Luhan praticamente arrancava seus fios louros. Olhei-o como ele fosse um louco.

— Como assim " o quê eu vou fazer? " pelo amor, Lu, será que você têm neurônios a menos? Você vai fazer o que sempre quis fazer. Após minha imitação, ele pareceu relaxar, o ouvi rindo baixinho.

— Não tenho a menor ideia de como fazer isso...

— Não precisa ter agora. Mas saiba, estarei aqui do seu lado.
Ponho a mão no lado esquerdo do peito.

— Yah, eu sei... Agora, vou levar essa porta para casa. Ele aponta para Hunnie, que encontrava-se dormindo. O ajudo a carregá-lo até a porta — a de verdade —.

— Annyong, Lu, saranghae. Levanto-me um pouco, depositando um breve selar em seus lábios. Sorrio fraco, logo sendo retribuída.

— Saranghae, Vennie.






Finalmente jogo-me na cama. Suspiro alto. Estou acabada. Pego meu celular que estava na escrivaninha ao lado e dou de cara com uma coisa, ou melhor, uma foto: o dia do aniversário dela. Toda a alegria se esvaiu rapidamente.

Lembrava-me de cada detalhe daquele dia: o momento em cheguei em sua casa, que conhecia tão bem quanto a minha, o jeito como aquele vestido combinou absurdamente com seu All Star desgasto e, principalmente, quando fomos ver as estrelas com o telescópio que eu dara de presente. Eu e minha estrelinha.

Na foto, estávamos sentadas na janela de seu quarto, o telescópio ao nosso lado, alheias à tudo, eternizadas não só na foto; Mas, também, uma na outra. O dia em que dissemos adeus.
Dizem que não é fácil dizer adeus, abandonar quem amamos de vez, e, realmente, não é. Mas...

Algumas escolhas não são feitas por nós. Continuei a olhar a foto, lembrando-me de todas as vezes que a disse que a amava, passavam como um filme em minha cabeça, até sentir meus olhos pesarem e o sono me vencer.

Omma, eu tô com medo...

— Medo de quê, planetinha?
Minha omma senta-se ao meu lado, afagando levemente minhas curtas madeixas.

— Do escuro, omma... – Encolhi-me nas cobertas.

— Que tal se a omma cantar uma música, planetinha?

Rapidamente descobri-me, encarando-a com um olhar transbordado de inocência.

— Canta, canta!
Dei alguns pulinhos, fazendo-a rir. Ela parou por um minuto e fechou os olhos.

— Brilha, brilha, estrelinha,
    Quero ver você brilhar,
    Faz de conta que é só minha,
    Só pra ti irei cantar.
  
  — Brilha, brilha, lá no alto,
    Vou ficar aqui dormindo,
    Pra esperar você chegar.

O tom suave da minha omma quase me fazia dormir. Quase.

— Omma, mas não era " pra esperar Papel Noel chegar? "

Ela sorriu-me.

— A omma apenas mudou.

— Eu sou a estrelinha, omma?

Olhei-a, quase rasgando a boca em um sorriso. Ela olhou-me tristemente.

— Sim, meu amor, claro que é... Ouça, deve cantar essa música para a pessoa que você ama... A omma vai embora, agora, durma, e não se esqueça, minha planetinha. Nós te amamos.

Ela abraçou-me fortemente e se foi. Eu amo vocês, omma...

Acordei com lágrimas nos olhos. Aquela foi a última vez que vira minha omma, e a última que ela cantou para mim... O quê eu não sabia, na época, é que eu não era que essa canção não era feliz, e a outra, é que não era eu a estrelinha.

Era ela.

Capítulo curto e da bad, gente, desculpem a demora para atualizar e também o spoiler do cap anterior - que eu ajeitei - e alterei o nome da A - o spoiler foi esse -, bom, se estão gostando(ou não) digam nos comentários
Kissus de luz 💕🌈

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