EU QUERO SAIR DAQUI!

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Estava sentada em uns dos bancos da minha cozinha, estava com vários recortes de jornais em cima do balcão. Eu estava à procura de emprego. Pego minha xícara de chá e sopro, Martinha havia feito  aquele chá para mim. Eu havia conversado com ela sobre minha situação e que eu não poderia no momento pagar seus serviços, mas ela disse que pelo menos uma vez na semana ela viria a minha casa, e eu fiquei muito feliz, não por ela limpar a casa ou fazer minha comida, mais sim pela companhia dela.
Eu havia separado alguns trabalhos que eu me interessava, como um ser babá de uma garotinha chamada Lili de 10 anos e o outro era limpar a casa de um empresário. Eu iria as duas entrevistas de emprego. Liguei para o número que tinha no jornal do trabalho para ser babá, a mulher me mandou eu ir as 15h.
Eu estava tentando rebocar minha cara, com muita base e pó. Minhas olheiras estavam fundas, meus cabelos estavam ressecados, eu estava com a aparência de uma usuária de crack, e claro que eu não queria passar essa impressão para a minha provavelmente futura patroa.
Visto um vestido cinza e um tênis preto, algo simples. Pego o elevador e desço. Pego meu carro e vou até o endereço que me foi dado. A casa era um pouco afastada da cidade. Chego ao local e vejo como a casa é linda. Parece casa de boneca. Tem cerca branca, do outro lado tem um jardim, com várias flores muito bem cuidadas, queria saber se são cheirosas. A casa é amarela, um amarelo alegre. Fecho a porta do carro e ando até a portinha da cerca. Entro e passo pelo Jardim. Será que posso pisar na grama? Droga! Chego até a porta e aperto a campanhia. Com alguns poucos segundos alguém abre a porta. Uma mulher com seus trinta e cinco anos, era branca e tinha o cabelo loiro ondulado.
- Ana Livia? - ela pergunta sorrindo. É simpatica! Já gostei.
- sou eu sim. - digo.
- vamos entrar. - ela abre caminho para que eu entre. O interior da casa era lindo igualmente o exterior. Era algo parecido com casa de campo misturado com casa da vóvó. Tinha poltronas na sala, de couro marrom. As paredes era de um rosa e tinha várias pinturas. O chão tinha um tapete felpudo beje. Tudo parecia ser muito delicado.
- sente-se. - ela indica a poltrona. Me sento e coloco minha bolsa em cima das minhas pernas. Me sento bem moça, para dar aquela boa impressão.
- então Livia. Você se dar bem com crianças? - A senhora com o nome que me lembro no jornal ser Mariana me pergunta sorrindo.
- claro! Adoro crianças. - digo. Não sei dizer se gosto ou não de crianças, nunca tive um irmão ou primo para cuidar. Nunca tive muito contato com crianças, mas é claro que eu não diria isso a ela.
- Lili ela é bastante inteligente, para falar a verdade ela é bem madura.Quem vai decidi quem vai ser a babá dela, vai ser ela mesma.
- oh, tudo bem. - digo sorrindo.

Ela me puxou até o quarto da garota Lili, qual eu teria que cuidar. Espero que ela goste de mim. Mariana segura em minha mãe e me leva até o quarto da garota. Passamos por um corredor e depois ela para em frente a uma porta rosa.
- dê duas batidas, ela vai saber que é você.
- tudo bem. - digo e ela sai. Dou duas batidas e escuto a garota me dando permissão para entrar.
- olá linda. - digo olhando para o quarto rosa cheio de bonecas e livros.
- oi.  Tire os sapatos. Você é a Lívia sim? - era uma garotinha magra, branca e com os cabelos curto liso. Ela usava o que parecia ser um terninho. Tirei meus sapatos.
- sou eu sim. - digo em pé
- sente-se. - me sento na cadeira de madeira rosa.
- então, o que gosta de fazer? - sério isso? Você não vai querer saber o que eu gosto de fazer garotinha.
- gosto de gatos. - digo simples. Nunca tive outro gato depois de de Black, eu nunca mais voltei para buscar ele.
- eu perguntei o que você gostava de fazer, não de que animal gosta. E acho bom não trazer nenhum animal para cá. - que garotinha mimada!
- você não gosta de gatos? Toda criança gosta de gatos. - digo com os braços cruzados.
- eu não, eles soltam pelo e sujam a casa toda.
- eu queria trazer nenhum gato para cá mesmo. - digo dando de ombros.
- você sabe seu horário, sim? Você passará a semana toda comigo, dormir do aqui e final de semana está livre.
- morar aqui? Não me lembro dessa parte.
- pois agora já sabe. Bem, acho que você está contratada, você parece ser a menos mau das que vinheram. - ela diz anotando algo em seu caderno.
- hum... então tá. - digo e me levanto da cadeira. Deixo a garota só no quarto. Me resolvo com Mariana sobre a questão do salário, era razoável, já que eu praticamente viveria na casa dela. Na casa ficaria apenas eu e Lili. Pois Mariana viaja muito e não tem com quem fique com ela. Ela disse que algumas vezes na semana a irmã dela viria passar uns dias na casa e que ela não estaria, então eu teria que ajeitar tudo para a chegada. Acertei tudo com a senhora Mariana. Passei pelo Jardim bonito de novo e entre no carro, voltaria para minha casa.

Estava com duas semana que eu morava com Lili e já tava pra matar ela.
Hoje eu faria macarronada. Lili odeia minha comida, mais eu disse a ela que ou seria minha macarronada ou ela morreria de fome, e ela aceitou comer a minha " gororoba" como ela chama. Eu estava limpando a casa, a tia da Lili iria chegar de manhã, a casa tinha que está arrumada. Tiro o pó dos quadros e dos objetos.
- Lívia meu Deus, olha o tanto de molho que você colocou nessa macorronada. - Lili grita da cozinha.
- olha tu não reclama não, se não tu não vai comer nada. - ela vem até a mim e coloca as mãos na cintura.
- vou mandar minha mãe te demitir.
- pedi inseto, pedi, que se ela me demitir eu vou colocar vários ratos no teu quarto.
- sua imunda.
- sou imunda mesmo, eu crio vários ratos. Qualquer dia te levo lá em casa.
Ela faz cara feia e vai para seu quarto.
Eu até gosto da Lili. Quando dá 17h ela me covidava para o chá da tarde dela. Onde tinha a Leide jujuba (uma boneca dela) e o Conde Olaf ( um urso de pelúcia marrom.)
Pelo menos eu comia os bolinhos.

A casa estava toda arrumada para a chegada da tia da Lili, bem eu, estava muito feliz que essa tia dela vinha, eu adoraria um descanso de Lili.

Um barulho. Meu Deus! Estão invadindo a casa. Pego meu celular e vejo que são 4:30. Abro a porta do meu quarto devagar e vou até o quarto de Lili que é em frente ao meu. Abro a porta e Lili está dormindo.
-Lili! Lili! Acorda. - balanço seu ombro.
- espero que você tenha lavado suas mãos para tá encostando em mim. - ela diz de olhos fechados.
- acho que algum bandido está invadindo a casa!
- o que? - ela fala alto.  Tempo a boca dela e faço sinal para ela ficar calada.
Pegamos uma vassoura que eu havia esquecido no corredor. Vou andando na frente enquanto Lili vem atrás de mim. A idéia era tacar essa vassoura na cabeça do bandido. Que idéia maravilhosa! Tá com cara de que vai dar merda.
Andamos nas pontinhas dos pés. Chegamos na sala e acendo as luzes.
- Tiaaaaaa. - Lili grita saindo de trás de mim. Olho em direção para cumprimentar e....  OH MEU DEUS! ELA DE NOVO NÃO. QUE MERDA. NÃO PODE SER.
Eu vou desmaiar, eu tô sentindo. Me apoio na parede. NAOMI É A TIA DA LILI. Vou me demitir. Não dá. Socorro! Alguém me salva, acho que tô tendo um parada cardíaca. Respira Ana! Respira! Amanhã você vai embora antes dela acordar.
Saio correndo pelo corredor, aproveito que ela não tinha me visto. Me tranco no meu quarto. EU QUERO SAIR DAQUI. Não quero ficar no mesmo lugar que ela! Na mesma casa! Respirar o mesmo ar! Livia não! Você não vai chorar! Olha! Ela não merece suas lágrimas. Aquela vadia de cabelo tingido! Está me ouvindo? Estou sim!  Não Vou chorar.

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Olá meu povo!! a Naomi finalmente apareceu! EBAAAAA! Está ai!  Vamos ver no próximo capítulo como vai ser a treta maligna que vai ter entre elas. Naomi não espera encontrar um antigo amor como babá da sua sobrinha! E muito menos Lívia esperava que o antigo amor que destruiu ela é tia da Lili, o negócio vai ser tenso! Então é isso minha gente! Até o próximo capítulo. Beijos 💙💙

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