I fell in love with a girl

Que saudade!

Ligação on.
- Charlie?
- oh, olá senhorita Parker.
- como está minha causa.
- bem, a família da garota está caindo em cima de você.
- droga! Não fui eu!
- não se preocupe, eu como seu advogado vou cuidar de tudo! Como anda o trabalho?
- era sobre isso mesmo que eu queria falar com você Charlie. Bem, acho que vou me demitir.
- não faça isso Ana, vai ser muito crítico para você, continue no emprego, vai ser uns dos argumentos que vou usar na sua causa.
- droga! Tudo bem! Tchau Charlie, não me deixe ir presa ta bom?
- deixa comigo!

Ligação of.

Olho no ecrã do meu celular e vejo que 7:30 da manhã. Não tenho cara para sair desse quarto. Tô vendo que vou ficar dentro do quarto até ela ir embora, depois vão encontrar meu corpo apodrecendo aqui dentro. Faço pequenas tranças no meu cabelo para ver se o tempo passa mais rápido. Estou começando a ficar com fome. Que ótimo. Ligo para o doutor Sullivan.
- Doutor?
- olá Lívia, como está?
- estou bem mal.
- por que?
- estou em uma mesma casa com a minha ex, repirando o mesmo ar.
- oh, tudo bem Livía, você tá tomando seus remédios?
- não, preciso de novos. Mais o que acontece é que quero que você me diga algo para me tranquilizar e não surtar.
- hum... fique tranquila, conte de um à dez.
- o que? Só isso que você tem pra me dizer?
- hum.. Acho que é isso só isso mesmo.
- que faculdade é essa que tu fez?
- Lívia, já disse.. conte de um à dez
- tá okay.
- que bom. Adeus Lívia.

Ligação of.

1,2,3,4,5,6.
- babá, sua dorminhoca saia agora daí. - Lili grita.
- não vou! Estou dormindo. -
- vamos logo, minha tia tá fazendo café da manhã.
Faço careta.
- tô nem ai.
- você é uma preguiçosa, não se esqueça que trabalha pra mim.
- não vou ficar por muito tempo aqui.
- abra a porta. Agora. - ela diz e até imagino como Lili está. Mãos na cintura e batendo o pé.
- não! Já disse, estou dormindo.
- vai logo Lívia, sai daí. - Naomi grita. Jesus me acuda! 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10. Não tá funcionando.
- sai daqui.
- tá bom.
Ela sai e eu me cubro com o edredom. Porquê ela simplesmente não vai embora?
Escuto o barulho na porta e ela derrepente   abre.
- o que você tá fazendo aqui? Como entrou no meu quarto? - pergunto me cobrindo mais com o edredom.
- chave reserva! - ela diz com um sorriso, isso mesmo, aquele sorriso.
- você pensa que é quem pra tá entrando no quarto dos outros?
- esse quarto é da minha irmã então.. eu posso entrar. - ela diz guardando a chave no bolso.
- e a privacidade?
- não existe isso comigo. Vamos! Levanta daí e vamos comer.
- eu não quero. - digo com os braços cruzados.
- tá bom, então vou ficar aqui com você! Vamos ficar juntinhas.
- você não ousaria.
- claro que eu ousaria, cê sabe, eu sou uma garota ousada. - ela diz e começa a rir, e eu começo a rir junto. Foco Lívia! Não cai na dela, ela é um demônio.
- hum, tudo bem. - digo e me levanto. A última coisa que eu iria querer era ficar em um quarto trancada com Naomi, para abrir minha ferida, que para falar a verdade acho que nunca chegou a sarar. Calço minhas pantufas e passo por ela. Vou até a cozinha. Ela tinha feito panquecas, amo! Me sento na mesa e vou pegando um pra e colocando melado em cima.
- e já veio? - Lili pergunta com a sobrancelha arqueiada.
- não, o que você está vendo aqui é uma miragem. - digo comendo.
Naomi se senta ao meu lado e começa começa comer.
- Tô vendo que gostou da comida da minha tia. - Lili diz rindo. Reviro os olhos.
- ela gosta de muitas outras coisa em mim Lili. - Naomi diz.
- olha, se ficar com piadinha pro meu lado, eu vou te cortar. - digo séria apontando a faca para barriga dela.
- tudo bem. - ela diz com as mãos pra cima em rendição.

Terminei de tomar café e corrir para o meu quarto. Eu estava sentindo que Naomi estava querendo colocar as cartas na mesa, me tirar dúvidas que tenho a tanto tempo, mais para falar a verdade eu não sei se tenho mais psicológico para escutar o que vai sair da boca dela, então é bom eu evitar essa conversa o máximo, e o fato de ela ter a chave reserva do meu quarto só me deixa mais nervosa.