Prólogo

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Eu era apenas uma garota quando me apaixonei, na verdade, já tinha meus dezesseis anos. Cresci aprendendo que o amor era fraqueza, o meu pai sempre me ensinou isso, mas ao conhecer o Lorenzo, tudo mudou. O amor te fortalece ao mesmo passo que te devora, te faz bem, mas te torna dependente, contudo é a mágica mais poderosa que existe no mundo...

- Regina? – Sorri levemente e o beijei, era mais um de nossos encontros proibidos na minha casa do lago.

- Lorenzo, pensei que haviam lhe encontrado, você demorou.

- Esqueceu, Regina? Eu nunca serei pego, é mais fácil seu pai aceitar o nosso relacionamento. – Gargalhamos, pois seria impossível, porém eu mantinha uma chama de esperança. – E hoje eu demorei pois, queria encontrar algo especial para você. – Ele puxou uma corrente da sua bolsa e a pôs no meu pescoço. – Parabéns, meu amor.

- Obrigada, não precisava disso, eu...

- Não me custou muito, sem devoluções, ok? 

- Tudo bem. – Assenti e sorri. - Lorenzo! – Olhei fixamente em seus olhos.

- Quer me contar algo? – Ele parecia sério.

- Não, eu quero algo. – Aproximei-me dele e o beijei, nosso beijo se tornou intenso, até que ele nos separou.

- Regina, você tem certeza de que quer isso?

- Estamos juntos há mais de meses, eu tenho certeza de que você é o homem da minha vida, então sim, eu quero isso. – Assenti e tive a noite mais linda da minha vida, pelo menos eu achava que era.

Meses depois, recebi a notícia de que estava grávida. Primeiro entrei em choque, aquilo seria uma vergonha para mim e para minha família. Por outro lado, mesmo sendo nova, fiquei feliz, pois meu pai obrigaria o homem que fez isso a se casar comigo, ou seja viveria com o Lorenzo para sempre. Nem pensei em consulta-lo, fui direto ao papai.

- Papai? – Bati na porta do seu quarto.

- Entre. – Meu pai não era de muitas palavras, desde que a mamãe morreu, ele se tornou um homem áspero e frio.

- Eu preciso lhe contar algo. – Ele pegou um copo com uísque e tomou em apenas um gole.

- Seja breve, tenho assuntos sérios a tratar. – Respirei fundo e disse de uma vez.

- Estou grávida. – No mesmo instante, ele jogou o copo em minha direção, por sorte, desviei.

- O quê? Como pôde fazer isso comigo? Sua vagabunda! – O papai vinha furioso em minha direção. – Eu dei tudo o que tinha a você, desde que sua mãe morreu, eu lhe criei e é assim que você retribuí? – Naquele momento, comecei a chorar.

- Pai, foi um acidente.

- Um acidente? – Ele gritou em meu ouvido. – Você vai aprender a nunca mais deixar um acidente acontecer. – Naquele instante eu só conseguia ouvir as batidas do seu cinto em mim. Tentei correr, mas ele me segurou contra a parede, prendeu-me pelos pulsos e, simplesmente cuspiu em mim. Após isso, enxugou o meu rosto e me socou, de maneira tão forte, que me fez cair, sem forças. O pior, ganhei um chute na barriga, no meu bebê. Nunca o perdoei por aquilo, ainda tenho marcas carregadas nas costas, e, sobretudo, no lugar onde o meu fruto fazia morada.

WoofLine - O Cair da AlvoradaOnde histórias criam vida. Descubra agora