Ao chegar ao bar do outro lado da rua, callie pediu ao barman que lhe trouxesse uma cerveja e percebeu que Arizona estava inquieta sentada no banco ao seu lado. Ficou imaginando se a loira estava assim por estar ali ou pelo que tinha acontecido. A morena tentou afastar esses pensamentos e se virou para a loira dando um sorriso tímido
-você se sente melhor ? - callie perguntou amigavelmente tentando não transparecer o nervosismo que lhe atingira
-sim, estou. Obrigada por isso - Arizona sorriu e voltou para seu copo quase vazio. A loira precisava de algum tempo para absorver aquele dia
-fico feliz que você esteja melhor, dr. Robbins - callie disse
- me chame de Arizona, por favor, assim é muito formal - a loira riu e a morena se sentiu satisfeita por te-la feito rir um pouco
A noite passou rápido e ambas precisavam de uma boa noite de sono. Se despediram e acidentalmente - talvez nem tanto - callie cambaleou e acabou caindo sobre Arizona, que deu uma risada abafada, enquanto a morena corava e pedia desculpas pelo acidente.
A loira estava começando a reparar como o sorriso da morena era bonito, como seus cabelos negros caiam perfeitamente sobre seus ombros e o corpo latino fazia callie parecer confiante. Arizona sabia que, de alguma forma, callie estava se aproximando dela aos poucos. Pensou que podiam ser boas amigas, já que tinham tanta coisa em comum e a morena sempre a fazia rir.
No dia seguinte, tudo parecia diferente, callie acordou com o sol raro de Seattle entrando por sua janela e fazendo com que ela sentisse o calor em suas costas nuas. Se levantou lentamente esticando os braços para cima e dando um longo bocejo. Ainda tinha sono, mas precisava trabalhar e a passos lentos se dirigiu até o banheiro para tomar um banho frio e acordar de uma vez.
Assim que ligou o chuveiro, seu telefone tocou. Era o hospital, um carro havia capotado e uma das vítimas precisava de uma avaliação ortopédica. Callie se apressou no chuveiro e vestiu a primeira roupa que achou. Uma calça jeans e uma blusa florida que havia jogado na cadeira de sua escrivaninha, pegou as chaves e partiu em disparada para o hospital.
Arizona estava sentada em uma das cadeiras comendo batatas. Seu olhar parecia longe daquele lugar, a loira estava pensativa e mal acertava o espaço aberto do pacote que segurava. A morena achou graça e foi até o paciente ver o que estava acontecendo
- o que houve ? - callie perguntou aos médicos em volta observando os ferimentos com cautela
- acidente de carro, fêmur e bacia fraturadas, estável. Perdeu sangue no local - Owen respondeu e callie assentiu examinando o paciente e fazendo algumas perguntas ao mesmo
Ele precisava de cirurgia e isso ia demorar um longo tempo. Enquanto o preparavam para levar a OR, a morena decidiu comprar um copo de café, precisava de energia e estava morrendo de sono. Se dirigiu até a cafeteria e esbarrou na loira que lia uma revista distraída
-me desculpe- a morena estava envergonhada
- não foi nada demais - Arizona disse dando um leve sorriso - aliás, ouvi dizer que você será atendente em breve
- sim - a morena respondeu com entusiasmo - em alguns meses
- espero que possamos comemorar - a loira deu uma piscadela fazendo callie corar quase que imediatamente
Parecia estranho, mas a morena estava realmente achando que Arizona estava interessada em algo mais do que amizade.
Mais tarde naquele dia, depois que a cirurgia acabou, callie precisava de sua cama e foi correndo até seu carro que estava estacionado no final do estacionamento do hospital. Surpresa, encontrou a loira apoiada no carro ao lado com os braços cruzados pensativa. A morena se aproximou devagar percebendo que a loira havia percebido sua presença ali
- boa noite, Arizona - callie disse abrindo a porta do carro
- boa noite, dr torres - a loira respondeu mordendo o lábio - sabe, eu estava aqui pensando se amanhã poderíamos nos reunir no bar, eu digo, todos nós - ela tentou disfarçar o fato de que queria que fossem apenas ela e callie
A morena acentiu com a cabeça esboçando um sorriso de certeza e quando se aproximou da loira para se despedir, Arizona lhe roubou um beijo suave e um tanto longo, fazendo callie estremecer e sentir borboletas no estômago
- até mais - a loira disse sorrindo
- até - a morena respondeu sem conseguir disfarçar o quanto aquilo havia mexido com ela
Foi para casa pensando naquele beijo, no toque suave dos lábios de Arizona nos seus e como aquilo a havia feito feliz. Ela sabia que, desde que conheceu a loira, alguma coisa dentro dela havia mudado, mas era interessante saber que de alguma forma Arizona sentia o mesmo.
Seus lábios estavam formigando e em chamas, o toque quente ainda estava presente ali e callie sabia que o aquela sensação significava. Ao chegar em casa pegou o telefone e mandou uma mensagem para Mark
"Você não sabe o que acabou de acontecer. Arizona me deu um beijo"
Alguns segundos depois Mark respondeu "eu sabia que ela estava interessada em você. Vocês formam um lindo casal"
Callie revirou os olhos para a mensagem e respondeu
" Você pare com gracinhas"
Deitou-se na cama imaginando como Arizona estava se sentindo e o breve pensamento de que ela estava sorrindo a fez sentir feliz.
A loira estava sim pensando no que tinha feito, talvez até demais. Dizia para si mesma que tinha enlouquecido por beijar alguém assim, sem aviso prévio, mas sua loucura a fez sentir que, mesmo que achasse precipitado, a morena respondera a seu beijo, acompanhou os lábios dela com sutileza e até pensou sentir as mãos de callie em seu rosto. O risco havia válido a pena e isso a fez sentir uma mulher de sorte. O mundo estava conspirando a favor da loira naquele momento.
O toque dos lábios da morena estavam gravados no da loira, o toque quente, o formato, o hálito do chiclete de hortelã favorito de callie. Arizona passou a noite registrando cada detalhe daquele momento em sua memória, para que ele estivesse ali sempre que ela precisasse.
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Million Reasons
FanfictionCallie e Arizona trabalham no mesmo hospital e acabam se esbarrando nos corredores do Grey-Sloan Memorial. A loira, pediatra, tem uma personalidade forte que se confronta com a morena, ortopedista, que é decidida no que quer e não leva desaforos par...