Capítulo 05: Um Homem Moldado Pela Dor

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Oliver

Sua vontade era matar os dois, ali mesmo no corredor.

Quando saía de sua terceira aula, Oliver viu Samuel conversando com Apolo, e o ruivo ria de algo que o outro falava. Tinha quase certeza que Samuel se vangloriava por tudo o que tinha feito com eles, e o ruivo achava graça, como se estivesse dizendo que podia fazer melhor. Queria vê-lo tentar. Qualquer passo em falso ele enfiaria uma flecha bem no coração do idiota ruivo. Prometera a Ryan que não tocaria em Samuel, por enquanto, fez questão de frisar ao amigo, mas não prometera nada quanto a Apolo. Athena parecia ser legal, mas agora que se juntou a Samuel não tinha tanta certeza assim. Samuel sabia fingir muito bem, e se os irmãos fossem como ele? Se Ryan não se decidisse logo sobre o que fazer, ele mesmo tomaria as rédeas da situação e poria um fim naquilo tudo de uma vez por todas.

– É melhor parar e ir para a aula.

A voz veio de trás, mas ele sabia quem falava antes mesmo de virar-se.

– Quem é você para me dizer o que fazer? – respondeu Oliver de dentes cerrados e furioso. – Eu faço o que eu quiser!

A expressão de Ashley mudou de séria para raivosa em uma piscar de olhos.

– Você sabe o que Ryan te falou. – disse ela da forma mais controlada que pôde, o que Oliver sabia ser difícil, já que ela ficava louca quando alguém a desafiava. – Vá para a sua aula e esquece o Samuel.

– Eu faço o que eu quero. Você não manda em mim.

– É melhor você ir Oliver. É meu último aviso.

Oliver a encarou por alguns segundos e foi em direção a sua aula.

Não adiantava discutir com a garota, melhor não arriscar ter a mente embaralhada, mas ela não o deteria para sempre. Nem mesmo ela poderia saber o que se passava em todos os lugares ao mesmo tempo.

E quando a hora chegasse, ele estaria frente a frente com Samuel e nem mesmo Ryan o impediria de vingar a morte de Eliza.


Samuel

Perto do fim do intervalo, Samuel finalmente conseguiu encontrar Ryan sozinho.

O loiro estava lendo algum livro grande e velho, na parte mais isolada da biblioteca, que por si já era bastante isolada, e naquele momento, praticamente vazia. Samuel foi até ele, e sentou-se de frente para o outro. Ryan levou algum tempo até que percebesse que Samuel estava à sua frente, e quando notou a presença do moreno, estendeu a mão e o fez cair para trás com um impacto no peito, o que deixou Samuel um pouco irritado.

– Que merda você está fazendo? – perguntou ele, se levantando. – Até parece que eu vim aqui pra te matar.

– Você me assustou. – respondeu Ryan. – O que queria que eu fizesse? Te desse um beijo e dissesse que estou com saudades?

– Pra começar: um pedido de desculpas seria ótimo. – disse Samuel, sorrindo sarcástico, se sentando de novo. – E outra coisa: deixe as piadinhas para o Jake, você é péssimo nisso.

– O que você quer, Samuel?

– Claro, direto ao assunto. Pois bem, ontem e hoje cedo e pesquisei na internet sobre coisas estranhas que aconteceram na cidade nos últimos anos. E acho que encontrei, pelo menos, mais outras 4 pessoas, como nós.

– Coisas estranhas acontecem o tempo todo. – disse Ryan, fechando o livro, e se certificou de que não tinha ninguém em volta antes de continuar. – Por que tem certeza de que foram provocadas por pessoas como nós?

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