V 1

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Em algum lugar de Londres, Conrad Deveraux esperava por uma mulher alta e loira com o vestido vermelho. Essas eram as orientações, mas o que a pessoa da outra linha não disse foi que ficar sentado num banco no centro de Londres com essa descrição não era nada fácil.

Alguns minutos depois...

— Senhor Deveraux? — disse uma mulher alta, magra e loira, como a modelo mais bela da Victoria Secret.

— Sim? Você quem é? — disse Conrad, assustado e muito inseguro.

— São as maravilhas do meu mundo! — disse Conrad a mulher loira.

— São as maravilhas deste mundo! — retrucou a mulher.

— Como se chama? — perguntou Conrad.

— O meu nome não é necessário, o importante aqui é se você esta com a encomenda para o Clóvis. — respondeu ela.

— Claro, aqui. — disse Conrad, entregando a maleta.

— Obrigado, Conrad Deveraux. — agradece a mulher, pegando a maleta e levantando do banco.

— De nada... — respondeu ele.

— A propósito, o meu nome é Kristen Woodie. — disse ela, antes de sumir na multidão.

Três anos após o encontro com Kristen...

— Bonjour les filles, mon nom est Veronic LaFontaine et moi sera le nouveau professeur de ballet.

Depois dum coro caloroso de boas-vindas das suas novas alunas, Veronic dá a sua aula inicial. Quando menos espera, é surpreendida por um entregador de flores, com uma caixa cheia de rosas-vermelhas e um cartão escrito,''Vous êtes la première merveille de mon monde, Mme Deveraux!''

— Pelo visto o Conrad quer conquistar mesmo você, quando sai o casório? Vê se avisa, futura senhora Deveraux. — disse Francesca Gerard, uma amiga e parceira de ballet de Veronic.

— Para, Frankie. Eu não vou me casar, quero ser a maior bailarina que Paris, a França e o mundo respeita. — Já imaginado que quando chegasse em casa encontraria algo, Veronic se despede de Francesca e pega um táxi no sentido do seu dúplex.

***

Entrando em casa, Veronic logo percebe que o local estar repleto de velas e rosas-vermelhas espalhadas no chão, indo em direção ao seu quarto, se depara com algo escrito na parede, uma frase:

''Je remue le ciel, le jour, la nuit. Je danse avec le vent, la pluie. Un peu d'amour, un brin de miel. Et je danse, danse, danse, danse, danse, danse. Et dans le bruit, je cours et j'ai peur. Est-ce mon tour? Vient la douleur. Dans tout paris, je mabandonne. Et je m'envole, vole, vole, vole, vole.''

Muito emocionada, Veronic sente uns braços de Conrad entrelaçar em seu corpo e então os dois se beijam.

— Você gostou da surpresa? — disse Conrad, orgulhoso do seu trabalho.

— Sim, sim, sim, eu amei! — respondeu Veronic em meios as lágrimas.

— Que bom! Fico feliz que tenha gostado, agora jantaremos, fiz reservas... — disse Conrad puxando-a delicadamente pelo braço.

— Aonde? — disse Veronic, enxugando o rosto.

— La Lune.

— Que maravilha — disse Veronic — Só espera uns minutos, não vou assim no La Lune.

Depois de ter se arrumado, de ter colocado o seu melhor vestido vermelho. Eles seguiram em direção ao restaurante. A mesa que o Conrad tinha reservado estava ocupada com varias senhoras de idade, sem paciência, Conrad e Veronic foram reclamar com a hostess. Porém...

— Conrad Deveraux? — disse um homem alto, de pele morena e com um terno azul-marinho de traços finos.

— Sim! — disse Conrad, assustado por dentro e pleno por fora.

— Não se lembra de mim? Estudamos juntos em Londres, no Colégio Interno San Louis.

— Desculpa, mas eu não consigo me lembrar de você. — se afastando a cada palavra dada.

— Hugo, Hugo Hale. — dizendo o próprio nome com uma satisfação tão grande quanto a Torre Eiffel.

De imediato, Conrad se lembra quem era Hugo. O gordo e quieto Hugo, o Hugo que pegava comida escondido na madrugada e levava para o telhado, o lugar secreto dele, descoberto depois que arrumaste uma briga com o mais popular do Colégio, o Jean-Paul, irmão de Conrad.

— Ah, claro! — voltando os passos que tinha dado, para poder apertar a mão do velho colega. — Como você mudou, Hugo, Com o que trabalha? — disse Conrad em tom irônico.

Hugo dá uma bela gargalhada e retruca no mesmo tom.

— Invisto em vários negócios. Por exemplo, este restaurante agora é meu, acabei de comprar mais um mimo para mim.

Voltando os seus olhos azuis piscina para Veronic, Hugo a oferece uma bebida que esta na mão do garçom, que ocasionalmente passou na hora. Envergonhada Veronic recusa e volta para o canto da parede.

— Conrad, esta é a senhora Deveraux? — disse Hugo com a intenção de que a resposta fosse um NÃO.

— Sim, esta é a futura senhora Deveraux. — Percebendo o interesse de Hugo em Veronic, Conrad o despensa com papo de que estava a ir embora.

Hugo muito generoso, oferece um jantar de graça para comemorar a compra do restaurante. Muito orgulhoso, Conrad rejeita, mas Hugo insiste e diz que é para compensar o transtorno que eles passaram com a mesa ocupada por algumas madames da alta sociedade de Paris. Antes que Conrad rejeitasse, Veronic toma a frente e aceita o convite feito por Hugo.

— Sim, adoraríamos jantar aqui, obrigado pelo convite, Senhor Hale.

Conrad a olhava como se fosse mata-la após ter aceitado o convite. Mas Veronic não se importava com o orgulho ferido do namorado, já que ele não a pediu em casamento. Não oficialmente.

— Ótimo, expulsarei algum casal que esteja aqui a bastante tempo. — disse Hugo saindo em direção a hostess.

Voltado para Veronic, Conrad a pergunta por que ter aceitado...

— Só aceitei por educação, ele me pareceu um bom homem. — disse Veronic.

—A nossa noite foi estragada, quero ir embora, Vamos!? — disse Conrad fazendo birra que nem uma criança que perde o ultimo brigadeiro da festa.

—Não, não vamos, para de birra, vamos comer e ter uma noite maravilhosa. Parece que alguém esqueceu o que fez no meu apartamento.

— Eu não estou fazendo birra, só não queria mais jantar aqui.

— Imagina se estivesse fazendo. Sorria, ele esta vindo.

— Pronto, mesa desocupada. Desculpa pelo transtorno com a outra mesa, prometo que da próxima vez não haverá esse deslize de organização. — disse Hugo com uma das mãos no braço de Veronic.

— Desculpas aceitas, vamos!? — disse Conrad, percebendo o desconforto de Veronic.

Depois de se despedirem, o garçom os levou para a mesa, Hugo não brincou em conseguir uma mesa. Ele não conseguira uma simples mesa, como conseguiu a melhor e no melhor lugar do restaurante, na varanda do segundo andar que é em frente a Torre Eiffel.

VERONICOnde histórias criam vida. Descubra agora