Seu Rastro

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Nem a maquiagem conseguiu disfarçar minhas olheiras, mas isso já não importava para mim.

Foi difícil passar o dia todo na faculdade, ouvindo boatos e mais boatos sem noção. Além de não ter concentrado-me em nenhuma aula.

Depois da aula, eu e Laís fomos até a casa de Erick para tentar encontrar alguma pista de onde ele poderia ter ido. A porta estava trancada, mas por sorte eu sabia onde ele guardava a chave da porta dos fundos. Entramos em seu quarto pisando em roupas que estavam espalhadas pelo chão, havia um mapa fixado à parede que não estava ali da última vez que o visitei.

– Achou algo nas gavetas, Laís? – perguntei.

– Só uns guias de viagem... – ela respondeu, sem dar muita importância ao fato.

– Guias de viagem??

– É

– Deixe-me ver – falei, enquanto analisava-os atentamente. Haviam guias do Canadá, Estados Unidos e México.

Durante toda a noite de quarta-feira e todo o dia de quinta, tentei encontrar algum significado nas pistas que eu possuía, alguma relação entre o mapa e os guias de viagem, mas nenhum dos lugares marcados no mapa eram específicos o bastante. Só depois pude perceber que no mapa estavam circuladas as cidades de Toronto no Canadá, Filadélfia e Lancaster nos Estados Unidos. Será que essa era a rota de viagem feita por Erick?

Continuei a folhear os guias de viagem, até que minha mãe bateu à porta e disse:

– Bom dia filha.

– Já amanheceu? – perguntei, confusa

– Sim, você não dormiu essa noite?

– Acho que não...

– Natália, você está se preocupando demais com o sumiço do Erick, os pais dele já foram à polícia relatar o caso, deixe que a polícia cuide disso. Não podemos fazer nada quanto à isso, então não se torture assim - disse minha mãe, passando a mão em meus cabelos.

– Eu estou bem, mãe.

– Se arrume e desça para tomar café.

– Ok.

Naty Pelo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora