Me sinto vazia. Sem amor, sem ódio, sem alegrias, sem dores, sem reação alguma. Me sinto como se o mundo fosse acabar amanhã, e eu estarei aqui, sentada olhando pro nada, tentando entender o porquê de sentir-me assim.
O olho humano tem um ponto cego em seu campo de visão. Há uma parte do mundo a qual somos literalmente cegos. O problema é que às vezes os nossos pontos cegos nos protegem de coisas que realmente não deveriam ser ignoradas.
Eu vim até aqui para saber a verdade, as pessoas acham que querem a verdade, mas será que elas realmente querem? Quer dizer, a verdade é dura. A verdade é desagradável, e muitas vezes, ela machuca.
Questiono-me se Erick gostava mesmo de mim esse tempo todo, enquanto subo até o terraço para encontrar Laís.
Ao sentir minha presença, ela dirige o olhar à mim e pergunta:
– Primeiro, cadê ele? Segundo, por que está chorando? Terceiro, seu rímel tá todo borrado.
– Você estava certa Laís. Vinhemos até aqui, atoa. Ele não vai voltar pra casa, terminou comigo e eu estou chorando por ter sido trouxa todo esse tempo – digo enquanto sento-me ao lado dela.
– Deixa ele pra lá, amiga. Não vale a pena. Não vale a dor de cabeça. Não vale suas lágrimas. Entende isso? Não vale dor alguma, sacrifício algum.
Suavemente, deito minha cabeça sobre seus ombros e ficamos ali, sem falar nada, apenas apreciando a vista e pensando em tudo, refazendo o filme em nossas mentes.
Ao final do dia, quando tudo termina, tudo que a gente mais quer é estar perto de alguém. Então, nós escolhemos aqueles que queremos nos manter próximos e, uma vez que escolhemos tais pessoas, tendemos a manter contato. As pessoas que ainda estão contigo no final do dia, estas são aquelas que vale a pena manter.
– Obrigada Laís.

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Naty Pelo Mundo
Novela JuvenilO namorado de Natália simplesmente some e ela decide viajar à sua procura • Inspirado em Cidades De Papel