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Primeiramente, fiquei imóvel, surpresa, sentindo como se a qualquer momento fosse explodir de alegria. Depois, eu realmente despertei. Resolvi viver a realidade ao invés da fantasia.

Ele não me ama... ele não me ama... não me ama...

-Tire as mãos! de mim -berrei, empurrando-o e fazendo com que ele batesse as costas na parede.

Ele abriu um sorriso debochado e continuou na posição que estava.

Comecei a me perguntar por que eu o amava. Ele era repugnante.

-Por que você fez isso? -perguntei- Me fala, por que me beijou?

-Não era o que você sempre quis, desde que entrou aqui? -ele disse, com uma mistura de frieza e desdém na voz.

-Como assim...? Não! Eu não...

-Caso você não saiba, você deixa seus sentimentos transparecerem, idiota. E não é difícil perceber isso.

-Cale a boca, você não sabe nada sobre mim -as palavras sairam mais rápido do que podia conter.

Ele deu uma risada alta.

-O que foi que você disse? -ele se aproximou de mim e me jogou contra a parede.

Gemi com a dor e fechei os olhos.

Ele apertou sua mão contra meu pescoço, me fazendo perder o ar aos poucos.

-Para... por favor...

-Repita o que você disse. Acha que pode fazer isso? Acha mesmo que pode mandar em mim? Eu deveria te ensinar a ter modos garotinha boba. Agora, repita o que disse.

-Por... favor...

Ele passou o dedo indicador em frente aos meus lábios.

-Diga...

-E-eu... eu disse... disse que você não sabe nada sobre mim.

-E o que vai fazer agora?

-Me...perdoe... -eu disse e ele me soltou.

-Boa menina... -ele puxou meus cabelos e me jogou contra o chão.

-Para! -eu disse, começando a chorar- Por que está... fazendo isso? Já pedi desculpas...

-Você mereceu -ele deu um sorriso de canto, se agaixando e tocando meu rosto, depositando um beijo em minha bochecha esquerda.- Vamos partir em uma hora.

-Aonde vamos...? -perguntei.

-Para uma floresta. Você disse que estava em uma floresta, então não me culpe. Você quer se matar numa floresta, se lembra?

Ele se levantou e saiu do quarto, me deixando sozinha ali, com minha carta em mãos.

Por que ainda sou apaixonada por ele? Por que ainda amo ele...? Não era para isso acontecer... eu devia odiá-lo... Principalmente agora.

-SunHee... sua estúpida. Por quê ainda ama ele? -eu disse, chorando- Por quê você ainda ama ele?

...

-Dá pra andar logo? -Namjoon disse friamente, enquanto andávamos sobre a grama úmida, pisando e partindo alguns gravetos caídos na grama- Não tenho a vida toda.

-O que Taehyung foi fazer? -perguntei, indo mais rápido em sua direção- Por que ele seguiu você?

-Se você tentar fugir, ele vai atrás de você.

-Por que você não vai atrás de mim... quer dizer, se eu resolvesse fugir?

-Eu iria acabar com você -seu tom de voz era estranho.

-Tem certeza que ninguém vai achar estranho... quero dizer... e se ficarem suas pegadas?

-Como vão saber que são minhas?
-ele diz parando e observando por um tempo o local silencioso.

-Eles iriam... Olha, eu era uma enfermeira, não policial. Não vou poder responder isso.

-Mesmo se eles descobrirem, quem manda nessa merda sou eu. E se eles dão valor a suas famílias... Eles vão me deixar em paz.

-Então por que vai me matar?

-Você vai se matar. Você me trouxe problemas e... espere aí! Isso é mesmo da sua conta?

Bufei e encarei meus próprios pés, senti um estranho arrepio correr pelo meu corpo.

É agora.

-Pegue. -ele me entregou uma arma e me mostrou como carregá-la. A arma era bem nova. Namjoon não quis deixar digitais na arma, por isso ele está usando um par de luvas.

Tirei a arma de suas mãos e comecei a tremer. Pare de covardia, pare de covardia SunHee. Acabe logo com essa merda.

Suspirei e segurei a arma com mais força possivel.

Tirei a carta do bolso da mesma calça que usava quando fui levada para a mansão. Embaraçei meus cabelos e até sujei minha roupa e meu corpo com terra para fingir um ter realmente estado lá durante todo aquele tempo. Tudo à pedido de Namjoon.

Caminhei para longe de onde Namjoon estava, mas ainda sem deixar ele fora de vista.

Joguei a carta no solo e me sentei na grama, pensando em Namjoon e meu amor louco por ele. Deixei algumas lágrimas caírem, e deixei a caneta ao lado do bloco de notas, jogados de qualquer modo.

Peguei a caneta e rabisquei um papel do bloco, escrevendo em inglês "Eu te amei, Namjoon".

E isso realmente é verdade.

Eu realmente amei, eu realmente amo Kim Namjoon.

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Dangerous loveOnde histórias criam vida. Descubra agora