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-Uau! -exclamei, maravilhada ao entrar em sua mansão- E tão... Lindo! Deve ser muito difícil limpar essa casa, é enorme e tão bonita.

Namjoon me olhou de uma maneira engraçada. Parecia estar se divertindo.

-Que foi?

-Estou tentando me lembrar de onde nos conhecemos.

-Bem, quando éramos jovens, estudávamos juntos, mas eu faltava muito às aulas. Ficava meses sem ir.
E algumas vezes, te vejo por algum lugar aqui em Seul. Reparo muito nas pessoas, mais do que gostaria.

-Você é a SunHee, não é? A menina que todo mundo achava esquisita?

Suspirei.

Ele se lembrava da coisa que eu
-com um esforço inútil- tentava ignorar.

-É, eu sou a esquisitona -uma expressão séria tomou espaço no meu rosto. Eu era esquisita, e ele se lembrava de mim por esse fato. Eu não passava de uma esquisita para ele.

[...]

Ele continuou a avaliar meus passos, movimentos, atitudes e falas.

Era um tanto chato ser observada todo momento.

-Está com fome? -Seokjin surgiu de repente do meu lado, me fazendo levar um grande susto.

-Ahhhh!  Meu Deus, que susto! Por favor, da próxima vez, me faça perceber que você está aqui, eu tenho problemas cardíacos.

-Desculpe, eu não sabia.

-Tudo bem. Eu estou morta de fome!

Ele sorriu e olhou para Namjoon, em seguida.

Minutos depois, Seokjin voltou com um prato de naengmyeon (ou macarrão frio) e um copo de suco que deduzi ser de laranja, e era mesmo.

Namjoon saiu para atender uma ligação e eu acabei ficando sozinha.

Depois de cinco horas sendo observada pelo homem que eu amava em segredo, aquele momento foi solitário, vazio, um momento em que pensei comigo mesma: Eu não devia estar aqui. Isso só alimenta minhas ilusões,  meus sonhos. Mas eu quero estar aqui. Kim Namjoon é o homem com quem eu quero estar, e vai doer muito sair daqui.

Terminei de comer o naengmyeon e saí para tentar achar a cozinha.

Felizmente, achei-a em cinco minutos.

Entrei lá e encontrei Taehyung, que franziu novamente o cenho ao me ver.

O que há de errado com ele?

Lavei o que tinha que lavar e o encarei.

-Qual seu problema comigo?

-Com você? Bem, nenhum. Só que seu lugar não é aqui. Isso não faz bem ao Namjoon.

-Como assim? -cruzei os braços.

-Namjoon não devia ter te trago para cá.

-E você deve saber muito sobre o porque, certo? -perguntei e ele assentiu, ainda me olhando sério- Agora me diga, o que já aconteceu com ele.

-Bem, eu vou te contar, mas você vai ter que me prometer que nunca vai contar a ninguém sobre isso, e nem que eu te contei.

-Eu prometo.

-Certo, olha, anos atrás, Namjoon tinha uma namorada, o nome dela era SaeJin. E os dois se amavam. Faziam tudo juntos. Exceto, claro, tomar conta dos 'negócios'. Mas SaeJin não gostava do fato de eles não poderem sair para fora dessa casa juntos. Ele tinha medo de que se um dos seus inimigos descobrissem, acabassem machucando ela, e se isso acontecesse, ele nunca iria se perdoar. Meses depois, um de nossos inimigos descobriu que eles estavam juntos. Eles a mataram na frente de Namjoon. Estávamos todos desacordados, não podemos impedir aquilo. Namjoon a viu morrer da forma mais cruel possível. Desde então, ele nunca mais foi o mesmo. Se tornou mais frio. Isso aconteceu a três anos.

-Eu não entendo... Por que eu faria mal a ele?

-Namjoon me contou o que você fez no hospital. Foi algo parecido com o jeito em que SaeJin e ele se conheceram.

Naquele momento, compreendi tudo.

Namjoon a amava muito.

Esse amor mudou ele.

Sua vida nunca mais foi a mesma depois que ela morreu.

E Taehyung não gostou da ideia de fazer com que essa história se repetisse.

-Me entendeu agora?

-Sim...

Namjoon entrou na cozinha.

-Está tendo um dia bom? -ele me perguntou, com os olhos fixos em Taehyung.

-Na verdade, um dia muito... interessante.

Ele abriu um sorriso quadrado, aparentemente satisfeito com a minha resposta.

Olhei para o relógio digital que ficava num canto há alguns metros de onde eu estava.

Eram 4:37 p.m.

-Obrigada por me trazer aqui... Mas eu preciso ir. Acho que depois disso eu vou perder meu emprego. Eu não deveria nem estar aqui. Muito obrigada pelo maravilhoso dia de perseguição, mas eu preciso ir.

Saí de lá o mais rápido possível, mas fui seguida por ele.

-Ei, ei, ei, aonde pensa que vai?

-Pra casa. Pra onde mais?

-Ele te contou, não é?

-O quê? Não, ele não me contou nada, eu não posso simplesmente ter vontade própria?

-Desculpe, mas não vou te deixar sair daqui.

-Então me desculpe ainda mais, por que eu não vou fazer suas vontades.

-Ah, você vai sim -ele disse, em tom de desafio.

-Eu preciso sair daqui.

Ele olhou em meus olhos.

Como estou indo embora desse jeito?

Quero ficar aqui, com ele.

Não quero deixá-lo.

Eu sei que ele não se importa comigo, mas isso não é justo com ele.

Ele só está tentando ser legal.

-O.k. -ele cruzou os braços e suspirou- Se decida.

O encarei, tentando manter um olhar frio.

-Eu não acredito que vou fazer isso. Você sequer gosta de mim.

-Boa menina.

Ele sorriu, segurou minha mão e me levou de volta para o interior da casa.

-Agora, você não vai sair daqui até eu mandar.

...

Dangerous loveOnde histórias criam vida. Descubra agora