A Verdade Sobre Mim

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Não sei se poderia dizer que sou um adolescente normal... Pelo menos não me considero assim. Eu sou o Akato, tenho 17 anos e vivo no Japão. O meu passatempo... Bem... Eu só costumo estudar nos meus tempos livres... Pelo menos é isso que eu posso dizer numa ficha destas.

- Já terminaram as vossas fichas de apresentação de 11º ano? - Perguntou a professora

- Sim. – Respondemos

-Muito bem, entreguem-mas e podem sair. Mas tenham cuidado no caminho para casa, os demónios costumam estar perto desta área. A única coisa que protege a escola é a barreira, então quando saírem podem estar em perigo. Bem... é só isto, podem ir. – Disse a professora

Todos saímos da sala e cada um foi para a sua casa nos carros de seus familiares. Eu... já mencionei... que eu não tenho pais? É... eles morreram pouco depois de eu nascer...Ou pelo menos eu pensava isso. Eu vivo com a minha tia desde então. Como ela trabalha até tarde eu tenho de ir sozinho para casa, tal como todos os dias. O problema... (risos) é que o mundo não é mais como antes. Por volta de cinco anos atrás, uma nova raça apareceu. Eles são chamados de demónios pelos humanos... O que é um pouco irónico da nossa parte já que fomos os que mais destruímos este mundo e deveríamos ser chamados assim. Bem... Deixando isso de lado... Pela pesquisa feita por cientistas, eles só podem alimentar-se de carne humana, e por isso têm dentes muito afiados e tão duros como aço. A sua pele é impossível de rasgar, parecendo-se também com aço. Outra característica que eles têm é que, quando usam os seus poderes os seus olhos ficam vermelhos. 

Bem... Na verdade os cientistas não descobriram isto tudo... Mas eu sei... Sei até muito mais. Ah, já vos contei que eu uso uma ligadura no olho direito? Eu tive um acident... Não... Isso é o que eu diria para a minha tia ou professores. Querem saber a verdade? Eu sou... (risos) Meio-Demónio. E esta... é a minha história:

-- (Passado) Dia 9 de Janeiro, 17:00 --

- Bem, podem ir embora alunos, a aula terminou. Até amanhã. E cuidado no caminho para casa. - Disse o professor.

-Até amanhã. – Dissemos.

Eu saí da escola e comecei a caminhar em direção à minha casa. Quando estava quase a chegar, vi, ao passar por um beco, uma rapariga de cerca de 8 anos a ser agredida por alguém. Aproximei-me para o impedir, já que detesto ver este tipo de lutas injustas, e reparei que ela tinha olhos vermelhos. De imediato comecei a correr e gritei para os três homens que lhe estavam a agredir:

- Hey, já não chega?!

- Ham?! Quem é que tu pensas que és para falares assim connosco? - Disse um dos homens, com um ar intimidador - Ao menos sabes o que aquela pirralha é?! Ela é daquela merda de raça demoníaca. Nós só estamos a proteger-nos.

-Só se estão a proteger? Não me façam rir... Vocês estão a agredir uma criança inocente! - Gritei

- Dizes mais alguma cena e nós matámos-te junto com ela - Disse o homem

-Pois... Tenta! - Gritei, correndo para a frente da rapariga, impedindo que a magoassem mais.

Eles espancaram-me impiedosamente, atacando-me com tudo o que tinham e fazendo-me ficar repleto de feridas graves e sem conseguir mexer-me minimamente, o meu corpo estava todo ensanguentado e minha visão começou a ficar turva. Quando eu estava prestes a desmaiar, eles simplesmente pararam, ignorando-me e olharam novamente em direção à rapariga, o mesmo homem de antes pegou numa pistola que estava dentro da sua mala, apontando-a para a rapariga.

- Este puto provocou-nos bastantes problemas... Mas finalmente chegou a tua hora... (risos)... Fica bem, pirralha! - Gritou o homem, pressionando o gatilho da arma.

- NÃO! PARA! - Gritei desesperado.

No último momento... Antes de ele disparar... Tudo ficou preto. Quando a minha visão voltou... Eu percebi que ela ainda estava viva.

- Ainda bem... - Disse, aliviado, levantando-me. - Não te magoaram mais?

Ela estava a olhar para mim, com um olhar assustado e a tremer. Nesse momento ela apontou para trás de mim. Eu olhei e... o meu corpo, simplesmente, paralisou com aquela visão. Os corpos daqueles três estavam no chão, com os peitos perfurados. Olhei para o meu lado, onde um vidro espelhado de uma loja mostrava o reflexo... O meu olho direito... Tinha a cor vermelha... E o meu cabelo tinha uma cor branca nas pontas. Para além disso... Eu.. Eu estava... Com três corações nas minhas mãos... Eu... tinha matado aqueles três.
Eu não fazia ideia do que tinha acontecido, a minha cabeça começou a doer, eu.... Simplesmente não conseguia aceitar que havia matado três pessoas de uma maneira tão brutal e cruel. A minha respiração estava muito acelerada e minha cabeça começou a latejar. Perdi as minhas forças e caí no chão, perdendo a minha consciência lentamente.

- Key....Key vem rápido, por favor! Um rapaz tentou-me proteger e está muito ferido...Eu acho que ele é...aquele que o grupo estava à procura à anos...ele... só tem um olho. – Gritou a miúda de antes

- Eu sei. Eu vi tudo. Estava pronto para intervir quando ele chegou. – Disse alguém atrás de mim, cuja voz eu reconheci de algum lugar – Desculpa ter-te deixado tanto tempo sozinho...Filho.

Desmaiei.

A História De Um Meio-Demónio  (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora