Bill's Hotel

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- Então você vai fazer isso!? - perguntei gritando no meio do campo.

- Cala a boca - disse Philip.

- É claro que eu não vou calar a minha boca... NÓS NOS BEIJAMOS!!!

- Não, não, não, não, não... VOCÊ ME BEIJOU! Você me beijou e eu não tive nada a ver com isso. Você não entende!?

- O quê!? - falei gesticulando com as mãos.

- Você perdeu a sua irmã e veio para um mundo a qual você não conhece, não sabe quem em seu mundo pode estar preocupado com você! Então você aproveita uma boa hora pra beijar alguém que acaba de perder não só uma pessoa, mas sim uma vila inteira, pessoas que nunca mais vão voltar e que você sempre guardará um pedaço de cada um. Então, não, eu não beijei você!

- AHHHHH! - gritei frustrado.

Philip continuou andando pelo vasto campo em que estávamos, e sequer olhou para trás uma vez. Eu não pensei que ele fosse fazer isso.

Agora deixe eu dizer uma coisa. Sim, sou atraído por homens, mas também não me importo em paquerar as mulheres, todos são iguais e ambos tem rostos e bocas as quais eu vou beijar, então, sim, é acabei de falar que sou como um bissexual, mas não foi sempre assim. Eu também gostava de uma menina, agora beijei um garoto de outra terra a qual eu nem mesmo conheço. Eu estava perdido, literalmente... perdido.

- Philip! - gritei atrás dele, ainda andando ele não respondeu nada - PHILIP!

Ele xingou, apesar de ter parecido um tipo de xingamento que eu nunca nem mesmo tinha ouvido ser falado.

- O que você quer!?

- Quero saber o que faremos quando formos nesse acampamento, parte por parte.

Ele parou e suspirou.

- Eu estou fazendo isso não porque eu estou tentando te ajudar, eu estou ajudando uma menina em perigo, é isso que eu estou fazendo.

- Tudo bem então.

- Nós vamos nos encontrar com o chefe do acampamento, Quíron. - falou enquanto andava - lá você será o a recebido melhor do que eu posso recebê-lo agora e então nós vamos procurar a sua irmã. Lá você saberá mais o que fazer falando com Quíron.

Passamos um tempo andando, por volta de uns 30 minutos e depois chegamos no muro da cidade, ela se elevava com as construções, como um morro.
Passamos pelo portão principal onde ficavam dois guardas. Philip acenou a eles. E na parte de cima do muro, a uns 4 metros de altra havia guardas com arcos e aljavas. A cidade tinha várias ruas aleatoriamente as entre as casas, sempre subindo como um morro. Tochas estavam começando a serem ligadas pois já estava no por-do-Sol. Os habitantes não eram nem como camponeses, alguns sim, outros nem tanto. Vestiam roupas feitas de lã muito bem feitas, e já que eu estava em um tipo de "Grécia Antiga só que melhor" era até normal.

- Como as pessoas parecem ser tão bem mais vestidas e equipadas? - perguntei relutante a Philip enquanto nós subíamos uma rua - a Grécia Amiga não era mais "antiga" do que isso?

- Faz cinco anos que um grupo de pessoas vieram para a Grécia trazendo produtos novos que nós não conhecíamos como metais, pedras preciosas, tecidos, alem de cultura nova. Trocamos o couro pelo metal pesado que chamamos de "μυστικιστής μέταλλο", ou mais comunemente "Mystic Metal". Assim nós usamos para fazer nossas armas e armaduras.

- Tá, entendi, mas só não entendi o porquê desse metal ser tão especial.

- Você logo saberá - falou Phillip.

- Nós chegamos ao topo da rua. De lá conseguia ver toda a cidade. O céu estava mais perto de nós, as estrelas brilhavam muito mais que no céu de Atenas. A Lua estava cheia, perto dela consegui ver uma carruagem passando bem rápido, uma pessoa parecia estar dirigindo-a. Depois me deparei com uma coisa ainda mais incrível. As estrelas começavam a dançar e se mexer, eu conseguia ver seres tomando forma a partir delas como um homem, guerreiro grego com uma armadura, ele segurava um porrete de madeira.

- Orion - falou Phillip me olhando em frente à porta de uma casa - o melhor caçador de Ártemis, ele é a primeira constelação a aparecer quando a Lua chega.

Eu dirigi os meus olhos para os céus novamente.

- Incrível - falei enquanto mais estrelas começavam a fazer figuras no céu, figuras gigantescas de animais e monstros gregos que eu tinha visto em imagens.

- Vamos, precisamos entrar - chamou Philip logo entrando na casa.

Dirigi meus olhos a casa, era construída de pedras e mármore, tinha dois andares, o segundo tinha uma varanda, mas separada em dois. Do lado de fora havia janelas de quartos como conseguia ver. Dois pilares de cada lado segurando a varanda. Havia uma placa em grego que dizia: "επισκεπτών Bill"

- Bill? - sussurrei a mim mesmo enquanto entrava na casa.

Dentro da casa havia um balcão na parede de madeira com desenhos gregos do que parecia uma guerra. Não havia ninguém nele. Algumas cadeiras finas de madeira um pouco mais a frente do balcão. Ao lado do balcão havia umas plantas de enfeite. Havia várias tralhas e papéis antigos em cima do balcão. E na parede no norte da sala estava a escada para o segundo andar.
Phillip estava à frente do balcão, encostado, parecia estar com uma cara impaciente. Eu parei no meio da sala.

- Vamos, você não recebe sempre pessoas aqui, mas mesmo assim deveria saber onde está as chaves! - reclamou Phillip pro nada.

- Calma, calma - falou alguém de dentro do balcão - achei!

Então um homem se levantou do balcão, ele estava vestindo couro diferentemente das outras pessoas. Tinha pele negra, mais magro que musculoso, cabelo curto, preto e africano. Olhos castanhos escuros.

- Aqui está Almirante Philip, a chaves do meu, quero dizer, agora seu estabelecimento - disse o cara do balcão.

- Não precisa me tratar assim Bill, eu e você nos conhecemos a muito tempo.

- É verdade, haha, desde que você era só um 2 tenente! - sorriu Bill, o dono da hospedaria - Ora, esse é seu acompanhante!?

- Ele mesmo - respondeu Philip olhando pra mim.

- Sinto um cheiro forte vindo dele - falou Bill.

- Como? - perguntei.

- Nós viajamos desde a vila pra cá, deve ser só sujeira - disse Phillip.

- Ok. Espere, a vila! Como ela está Phillip? - perguntou Bill, eu olhei para Phillip e ele estava com uma cara triste, então Bill também desfaleceu - Entendo... aqui está a sua chave senhor...

- Aahbran - completei - Teo Aahbran.

Peguei a minha chave e segui Philip que já estava subindo as escadas.

- Almirante?

- Nada que você não saberá - respondeu.

No andar de cima estava quatro quartos, dois davam para a rua e dois para o fundo. Luminárias de velas estavam acesas, não era tão ruim assim no final das contas.

- Espera, dois quartos?

Phillip olhou pra mim com a sobrancelha levantada.

- Entendi. - peguei minha chave que tinha o número "02" encrostado na madeira.

- O quarto dois ficava ao lado do quarto do Philip, em frente à rua.

- Boa noite - disse Phillip.

Nós nos encaramos, mas logo ele entrou e fechou a porta. Então eu entrei.

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⏰ Última atualização: Jan 10, 2017 ⏰

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