- Sente- se e beba! - Disse o homem.
Ela obedeceu e, devagar, tomou alguns goles da bebida, consciente da proximidade de Leon sentado na cama, irradiando calor.
- Está melhor? Costuma ter essas crises? - Ele indagou.
- Não. Só quando estou .. - Nilce pausou a tempo, de modo algum ele poderia saber o pânico que ele provoca em mim. - Olhou para ele, mas este já tinha desviado o olhar enquanto se levantava e virava de costas.
- Ótimo, espero não vê-la mais possuída por esse mal estar.
Nilce o viu inclinar-se para frente e pôr a mão no estômago antes de endireitar o corpo. O movimento foi tão sutil que ela não o teria percebido se não o estivesse observando de perto. Leon sofria de algum mal?
A preocupação dela de dissipou um minuto depois, quando ele a olhou de maneira cruel.
- Descanse! Não quero que você morra, como seu tio traidor, e me prive de executar a minha vingança.
Saiu do quarto batendo a porta e Nilce sentiu um aperto no peito.
A jovem acordou com uma batida na porta. Teria dormido demais? As freiras estariam esperando a abadessa se zangaria com seu atraso. Mas estava tão aconchegante ali...
- Lady Nilce? A senhora está aí?
No mesmo instante ela se sentou e olhou ao redor. O quarto dele! Ela não estava mais no convento.
E assim começou mais um dia. Embora Diná tivesse chamado uma moça para ajuda-la, Nil insistiu em costurar também. Apressadas, ajeitavam um novo vestido mais apresentável, usando peças velhas de Maíra.
Terminaram e ela vestiu a peça. O linho macio caía-lhe até as sapatilhas. Jamais havia usado algo tão lindo. Diná lhe sorriu de volta.
O diálogo entre Lady Nil e Diná só fora interrompido quando Alfredo apareceu lhe perguntando mui respeitosamente se Lady Nilce teria alguma recomendação para o jantar de comemoração ao casamento dela com Leon. Ela ficou tensa e perdida com a descoberta do jantar especial, contudo a tosse de Alfredo lhe chamava a atenção.
- Está com tosse há muito tempo? - Perguntou levantando uma das sobrancelhas.
- Não, minha senhora, porém meu peito dói.
- Imagino! Quem cuida dos remédios aqui em Bigorna?
- Ninguém desde que Lady Maíra se mudou, a senhora entende dessa arte? - Indagou Alfredo, animado.
- Um pouco. - Eu cuidava das plantas medicinais no convento.
Em um segundo os dois estavam preparando o remédio para curar a tosse, Nilce observou que o estoque das plantas precisaria ser renovada. A jovem se dirigiu até as plantas medicinais do reino. Sentou-se na terra e iniciou seu trabalho manual com as plantas medicinais. Estava tão absorta em seus pensamentos que só notara o entardecer após um grito terrível vir do castelo. Não demorou para que o Leon aparecesse à sua frente.
- O que você está fazendo?
- Trabalhando.Vá embora.
- Como? - esbravejou Leon.
Nilce se levantou e, nervosa, gritou:
- Estou cuidando das plantas. Você é surdo e cego? - Ele com certeza lhe estapearia, mas o barbudo permaneceu imóvel.
- Não, eu vi muito bem! Mas você não tem licença para trabalhar na horta, e nem preparar remédios ou de poluir a minha cozinha com a sua presença. Ficou claro senhora minha mulher?
Ela ia responder, contudo, Leon aproximou-se em atitude ameaçadora. Ela recuou e tropeçou numa raiz, caindo de costas, com o vestido levantado e as pernas expostas. Com os olhos verdes arregalados, a jovem o viu curvar-se sobre ela. Sob a expressão fria, o ódio brilhava.
- Vá para o quarto! - Nilce levantou-se correndo, passou pela criadagem sem parar para as explicações.
Quando Leon retornou ao castelo e não a encontrara, tinha perdido o controle. Como um louco e gritando, percorrera o castelo procurando-a, sem se importar com a perplexidade das pessoas. Poderia escutar o falecido pai falando: - Um Martins nunca levanta a voz.
Aborrecia-o vê-la ajoelhada na terra como uma camponesa. Então, no meio da discussão ele havia se aproximado demais dela, assustando-a e fazendo-a cair.. Ela caíra de costas, deixando à vista as pernas alvas lisas e convidativas... Sentia vontade de tocá-la, de cair sobre a pequena moça e afagar-lhe as loiras mechas. - A lembrança do desejo o enojava, ela era a culpada por isso!
O jantar de comemoração aconteceu de fato. Todos os convidados estavam festivos com as bodas. A fartura de comida e bebida deixava todos satisfeitos, Leon observava Nilce tomando de um só gole o cálice de vinho.
- Será que ela já tomara tanto vinho assim antes? - pensara
Estava tão absorto na esposa que mal notara a permissão de uma brincadeira.
- O que o senhor acha? A pessoa, com capuz na cabeça tem que achar a outra.
- Mas eles falaram de uma prenda, de um beijo! - disse Nilce.
- Não se preocupe, ninguém irá tocá-la.- exceto eu! - Leon pensara.
Ela arregalou os olhos e ele sorriu satisfeito.
- Nosso amo terá que encontrar a esposa! - Leon se deu conta dp preço de sua falta de atenção. Algumas mulheres puxaram a esposa e ele fora encapuzado, fora rodopiado dezenas de vezes. Moveu-se devagar, orientado pelo aroma de alfazema que impregnava a pele da mulher, em instantes ele conseguiu tomá-la em seus braços.
Todos aplaudiram, impaciente tirou o capuz. Admirou a pequena branquinha, elegante, de pele sedosa e curvas sutis. Os olhos verdes expressavam surpresa. Eles se fitaram.
- A prenda! Um beijo meu senhor!!! - Todos gritavam animados.
A primeira reação de Leon fora recusar, mas diante de Nilce, de suas faces coradas e lábios entreabertos como se o esperasse, achou natural satisfazer a vontade das pessoas. Baixou a cabeça.
Roçou os lábios dela nos seus sem a intenção de prolongar o contato, mas ela enlaçou-o pelo pescoço. Os seus dedos finos e macios o acariciavam a nuca e os seios da pequena apertavam-se nele enquanto Nilce tocava-lhe a língua com a sua. Impaciente e ansioso, Leon percorria suas costas com as mãos até que um barulho estrondoso, o fez recobrar os sentidos.
- Deus salve Lorde e Lady Martins ! Que sua descendência prospere para sempre! - Os habitantes do castelo gritavam.
Quando Leon escutou a palavra "descendência" se distanciou da pequena, como se ela fosse fogo. As coisas tinham ido longe demais.
"""""""" Desculpa pelo capítulo curto, mas ainda tenho que escrever as minhas falas para a minha apresentação de amanhã(sim, domingo) Espero que tenham gostado do beijo.
Beijos! E dia 19/11 foi o dia que vários da cambada foram ao chão de tanto amor alheio <3.ATÉ
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A vingança - Leon e Nilce (medieval)
FanficDurante o período medieval Leon Martins não consegue raciocinar direito por não ter conseguido matar seu inimigo, no entanto para lavar sua alma de vingança ele descobre que o seu inimigo deixou uma única sobrinha, agora ele irá se vingar nela.