YURI MARTEL

FINAL - YURI MARTEL

(MÚSICA QUE DEU ORIGEM A TODO ESSE TRABALHO. FOI OUVINDO ESSA MÚSICA QUE O CAEL APARECEU NA MINHA MENTE. O LIVRO ERA PARA SE CHAMAR CAEL MARTEL E NÃO YURI, MAS APÓS 03 MESES, EU RE-MUDEI TODO O CONTEUDO PARA SER O LIVRO DO YURI. EU ESTAVA DIRIGINDO MEU CARRO, INDO PARA CASA DA MINHA AVÓ (AINDA VIVA NA ÉPOCA) QUANDO TOCOU ESSA MÚSICA EM MEIO AO VERDE. CAEL SURGIU EM MINHA CABEÇA E AO FINAL DO DIA JÁ TINHA O LIVRO PRONTO!)

YURI MARTEL – FINAL

NARRADO PELO YURI MARTEL

Agradecimentos

Quero agradecer ao Frank pelas incontáveis risadas, conversas e discussões que só uma grande amizade poderia ter. Você foi um dos melhores presentes que o Yuri pode me dar. Não será meu fim amigo, e sim, meu recomeço.

Quero agradecer ao Kim, conhecido por Hermione Granger, que doou um pouco do seu tempo e cérebro para me situar na obra.

Sem vocês dois, o meu filho não teria nascido. Obrigado!

"Quero deixar claro que fiz de tudo para entender que a vida vale muito em tão pouco tempo".

O tempo martelava em minha cabeça. Tempo que perdi procurando a perfeição e grandes amores e fui encontrar apenas agora, após 35 anos sendo um fake de mim mesmo. Durante 35 anos fui uma pessoa que não existe e agora eu estou penando para acreditar que eu mudei. Montanha, preciso me situar na montanha. Coloquei a mão nas minhas feridas que ainda doíam. Tentei fazer uma ligação para ver aonde é que eu tinha errado com o touro.

"Será que é isso mesmo? Eu não pertenço mais a montanha?"

Mas eu ainda teria que enfrenta-lo perante toda a cidade e isso sim tirava meu sono. Só de lembrar o quão caloroso fora nosso último encontro, já sinto até os cortes rasgando a minha pele. Tirei o Cael dos meus braços e fui até a sala, peguei o celular da minha irmã, aonde fiquei namorando a minha foto, com o Cael e a princesinha. Realmente a Yara estava certa, como era linda aquela "família" eternamente criada. Dois peões e uma pequena garotinha. O estrondo de um trovão me fez pular da cadeira de madeira que ficava na cozinha, interligada a sala, aonde meu irmão roncava baixinho. Logo após o trovão, uma chuva forte metralhou o telhado sem forro. Estava tão forte que, por entre as telhas, passavam chuviscos que deixavam minha pele úmida. Era tão bom aquele chuvisco que fechei meus olhos e inclinei minha cabeça pra trás para sentir.

"Ah que sonho é esse que estou vivendo aonde minha alegria é chuviscos que entram pelos buraquinhos das telhas?"

- O que faz o meu amor acordado e sozinho aqui na cozinha? – perguntou a melhor voz do mundo, me abraçando por trás, apertando meu peito – que mamazão (Mamazão é a forma carinhosa que nós chamávamos o nosso peito) gostoso, heim?

Depois ele veio, usando apenas uma cueca branca, meio excitado, sentando no meu colo.

- Te acordei, foi?

Ele riu baixo, como se aquilo fosse uma piada gostosa.

- Eu sou uma criação sua Yuri. Eu não sei viver sem estar em contato contigo. Antigamente eu mal fechava os olhos quando havia algum coiote nesse pasto e, agora, quando me deito em seus braços, parece que tomo sonífero. Eu durmo que nem um bebezinho.

- Você é meu bebezinho. Um pouco barbado e mais fedido, mas mesmo assim, ainda és meu bebezinho.

Outro trovão estourou nossos ouvidos. Ambos se olharam, fecharam os olhos, se abraçaram naquela luz fraca e ficamos ali, sentindo cada um a sua respiração.