Júlia acordou, apesar de lembrar de todos os pesadelos que teve na noite anterior, também se lembrava de adormecer nos braços do homem que amava, olhou para os lados da cabana e percebeu que estava sozinha, na mesinha ao lado de sua cama tinha um papel, ela pegou o pequeno bilhete e ficou admirando aquela letra perfeitamente escrita, tudo nele era perfeito até mesmo os traços de sua letra, sorrio ao se lembrar dele e começou a ler o bilhete.
"Júlia você estava dormindo tão maravilhosamente bem que eu não quis acordar, tenho que fazer algumas tarefas e logo retorno para casa, não se esqueça eu sempre estarei com você. Descansa um pouco meu anjo, aproveite essa manhã maravilhosa e lembre sempre que por mais escura e sombria que seja a noite, um novo dia sempre surge com um sol reluzente, um novo amanhecer."
Não precisava de sua assinatura, ela sabia perfeitamente bem de quem pertencia aquele bilhete, seu sorriso inavadiu seu rosto e naquele momento ela esqueceu da dor e sofrimento, ela esqueceu de tudo. Levantou-se e deu de cara com Anne sorrindo preparando seu café da manhã.
Bom dia, Júlia. Se sente melhor? - Seu sorriso era maravilhoso, ela tinha dez anos e parecia ter muito mais, não na aprencia e sim na forma como se comportava.
Bem melhor, Anne. Marcus vai demorar? - Por um momento Júlia sentiu-se envergonhada quando Anne lançou um sorriso e um olhar de quem esperava por aquela pergunta.
Acredito que não, ele só precisa cuidar de algumas almas novas, daqui a pouco ele será apenas seu. - Aquele comentario fez Júlia se encolher na cadeira que tinha acabado de sentar. Ela se perguntou se estava tão na cara assim o seus sentimentos por ele. - Desculpa, não queria ser inmconviniente.- Anne se apressou em falar após perceber a forma como Júlia ficou.
Tudo bem, eu só não achava que estava na cara assim o que eu sentia. - Disse francamente e sorrio de forma tímida .
Não só na sua cara como na dele também né? Quem olha vocês juntos percebe o amor que cresce aí dentro, veja a forma como ele cuida de você, como ele se arriscou para ir te salvar. - Quando percebeu que falou demais Anne se calou.
Anne, explica isso, como assim ele arriscou para me salvar? Por favor me fale o que ele fez. - A voz de Júlia tranpareceu medo, só de imaginar ele se arriscando.
Eu não deveria falar sobre isso, porém quando você estava no lado sombrio, ele foi te salvar, ele correu o risco de ficar preso lá para sempre, correu o risco de virar uma alma que seria direcionada para o inferno por uma única razão Júlia, ele queria te resgatar daquele lugar. - Anne respirou fundo e continuou. - Ele disse que você sabe do acidente, você se sentiu culpada a ponto de sua alma ser direcionada para aquele lugar horrível , lá você iria permanecer até o julgamento pois nunca poderia voltar a vida se ficasse naquele lugar.
Júlia sentiu o despero voltar, ele tinha se arriscado por ela, ele não tinha apenas salvado sua vida como também salvou sua alma. Ele não era apenas o amor de sua vida e sim o seu anjo, aquele que cuidou dela como nunca alguém tinha cuidado, ele arriscou tudo por ela. Se ele não conseguisse voltar seria condenado a viver naquela escuridão, naquele lugar horrível e sombrio, tudo para salvar ela. Naquele momento ela sabia que seu amor por ele, sua admiração só tinha aumentando, ela sabia que seu coração implorava por ele, queria abraçar-lo, agradecer por tudo que ele fez, queria mostrar que era grata por tudo e que isso só fazia ela ama-lo ainda mais. No fundo ela sabia o quanto ele é gentil, bondonoso e carinhoso, sabia que era amoroso e dedicado, sabia que ele esteve ali até mesmo zelando do sono dela, cuidando de cada momento como se ela fosse uma joia rara, ela nem acreditava que alguém poderia proteger-la como ele fazia, ele tirava dela os medos, as angústias, fazia o coração dela ficar calmo e sabia que de alguma forma ele conseguia manter a alma dela em paz. Ele era sua salvação, ele merecia todos os sentimentos puros e bons que nutria dentro dela em relação ao mesmo. Fechou os olhos e se concentrou nele, então pensou deixando os pensamentos irem até ele, não sabia se isso era possível, porém ela precisava fazer.
