Capitulo 4 - Um segundo...Acidente.

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A festa já estava acabando, restava apenas alguns familiares que nesse momento conversavam em uma enorme mesa, Julia olhava cada detalhe da decoração de seu noivado, fechou os olhos e pode ver o rosto de Luisa, sentiu seu coração apertar, deixou uma lagrima rolar pelo seu rosto e saiu da mesa, parecia que ninguém tinha notado quando saiu, ela foi para um canto do jardim onde tinha um fonte, ela sentou-se na beirada e olhou para seu rosto no reflexo da agua, nesse momento ela percebeu que não estava feliz, como ela conseguia sorrir diante de todos sendo que seu coração clamava por outra pessoa? As lagrimas teimavam em cair, queria sair daquele lugar, queria encontrar ele, novamente sua mente foi invadida por aquele rapaz do piano, ela respirou fundo e sentiu uma gota pingar em seu rosto, olhou para o céu e sentiu a chuva molhar seu corpo, fechou os olhos e pode escutar a melodia que o rapaz pianista tocava, ela precisa sair, ela precisa se afastar de todos naquele momento, então saiu correndo em direção a cozinha, passou por todos e escutou sua irmã gritando seu nome, em seguida escutou a voz de Allan, ela olhou para trás e sussurou " Sinto muito", pegou as chaves de seu carro que estava na bancada da cozinha e correu o mais rapido possivel até a garagem, entrou em seu carro, encostou sua cabeça no banco e fechou os olhos, escutou outra vez Allan gritando seu nome.

Julia, onde você vai? Ele estava preocupado, pude perceber pelo tom de sua voz, não queria olhar para trás.

O que está acontecendo comigo? Como posso pensar em alguém que eu nem conheço? - Ela bateu as mãos com força no volante, sentiu a dor tomar conta de seus pulsos, as lagrimas insistiam em cair, ela ligou o carro e começou a dirigir, escutava de longe os gritos estericos de seus pais, não queria voltar, já não podia fingir que tudo estava bem, queria fugir sem destino, sem rumo, apenas queria ir embora daquele lugar que estava sufocando-a.


Emily estava em sua casa, ela estava sentada em frente a porta de Luisa que se trancou assim que saiu da festa de Julia e Allan, implorou para que sua irmã abrisse a porta, ela escutava apenas as coisas serem arremessadas e o choro de sua irmã querida, seu coração apertava odiava ver Luisa destruida, sentia-se uma profunda tristeza e se culpava por nunca ter notado os sentimentos dela pelo melhor amigo.

Luisa, por favor abre essa porta, vamos conversar minha irmã - Emily implorava, suas lagrimas desciam pelo seu rosto, sua voz estava rouca, era doloroso ver a dor de sua irmã, ela fechou os olhos e lembrou-se do dia mais horrivel para Luisa, o dia em que seus pais morreram.

" Emily, acabou eu estou sozinha, não tenho mais ninguém, meus pais se foram para sempre - Ela chorava descontroladamente, eu abracei ela com força, queria apenas proteger-la, não merecia passar por isso, era tão nova e perder os pais daquela forma, eu não podia imaginar a dor que ela sentia, mas ao ver ela naquele estado eu só queria arrancar aquela maldita dor.

Luisa você não está sozinha, você tem a mim e eu prometo que nunca vou te deixar, que sempre vou te proteger e que estaremos para sempre juntas, pois eu te amo muito e agora você não será  minha prima, será minha irmã - Eu abraçava ela mais forte, chorava junto com ela, não percebemos o tempo passar, então ela dormiu em minha cama, naquele momento eu jurei que sempre protegeria minha irmã, contra tudo e contra todos.

Eu amo você minha irmã, minha Luisa - Sussurei enquanto ela dormia, finalmente acabou adormecendo, beijei sua testa e ajeitei a coberta em seu corpo encolhido, dormimos juntas pela primeira de muitas vezes que virão. "

Emily chorava com essas lembranças, sabia que a vida não foi fácil para Luisa, sabia o quanto ela tinha saudades de seus pais ou quando chorava todas as noites olhando as fotos daqueles que ela mais amou. Emily escutou um grito vindo do quarto, ela gritou deseperada pela sua irmã, bateu na porta e nada dela responder, lembrou que tinha uma chave extra na sala, desceu as escadas o mais rapido que conseguiu, quase perdeu o equilibrio e caiu, segurou no corrimão respirou fundo e desceu os ultimos degraus, chegou na sala foi até a estante e pegou a chave extra de toda a casa que sua mãe insistia em guardar, correu novamente e tentou abrir a porta, testou várias chaves, suas mãos estavam trêmulas, quando finalmente conseguiu abrir a porta, ela sentiu suas pernas ficarem fracas, gritou em desespero pela sua irmã que estava caida no chão e muito sangue sujava suas roupas e o chão, Emily chorava, correu até sua irmã e sentou-se no chão colocando a cabeça de Luisa em seu colo, pegou o celular de Luisa que estava na cama e ligou para emergencia.

PARA SEMPRE - Say SomethingOnde histórias criam vida. Descubra agora