Na última terça-feira (1/07/2011) estive numa visita a uma jovem senhora acometida por um câncer maligno. Fiquei muito surpreso com o que vi: uma mulher jovial, doce e amante da vida. A cada sorriso que aquela jovem senhora esboçava durante a nossa conversa, minha mente voltava-se para a imagem de Cristo crucificado. Não conseguia pensar em outra coisa senão no sacrifício de Jesus por nós. Muitas perguntas foram feitas ao longo de nossa conversa, mas uma se destacou dentre todas. Aquela senhora jovial, me perguntou: "Por que essas coisas acontecem?" Emudeci durante alguns segundos, e então a respondi: "Infelizmente não sei". Saí daquele encontro refletindo sobre a minha vida e também sobre a minha fé. Descobri que a fé cristã é uma fé pautada no Cristo crucificado e que para viver essa fé de modo transparente é necessário humildade. Humildade para reconhecer que não temos todas as respostas. Humildade para dizer diante de uma mulher esperançosa pela vida, que talvez só lhe reste a esperança como alternativa para a existência. Humildade para engolir a seco, olhares decepcionados em relação a nossa fé. E, humildade para olhar o homem-Deus, Jesus Cristo, pendido numa rude cruz. Através desse encontro, cheguei a uma conclusão que pode ser um conselho. Eis o conselho: Viva uma fé humilde. Não caia na tentação de dar respostas que não existem. Chore com os que choram. Respeite os que questionam. Seja como o Cristo crucificado! O nosso grande problema, é que diante de situações como essas, sustentamos arrogantemente uma posição simplista e triunfalista no que diz respeito a nossa fé. Pensamos muitas vezes, que o fato de não termos respostas para as grandes tragédias da vida, é sinal de uma fé em falta. Aprendi com aquela jovem senhora que verdadeira fé é aquela vivenciada em silêncio. É chegada a hora de assumirmos uma postura de humildade como aquela do Cristo crucificado, que na sua morte, disse: 'Meu Deus, meu Deus, por que me desampareste?'.
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GERAÇÃO SELFIE
General Fiction"Cotidiano, fé e algo mais", é uma coletânea com 71 textos de minha autoria, escritos entre os anos de 2011 a 2016.