No dia 15 de junho de 2011, a grande mídia noticiou a decisão do Supremo Tribunal Federal em liberar as marchas a favor da descriminalização do uso da maconha. Esse ato, segundo alguns cientistas sociais e militantes do movimento pró-legalização da maconha, foi o primeiro passo em direção a legalização da livre comercialização da maconha em nosso país. A legalização da cannabis tem sido alvo de debates há muitos anos no Brasil. A grande maioria dos políticos e intelectuais de nossa nação são favoráveis a aprovação de leis que visem a legalização do uso da maconha. Segundo os defensores dessa posição a venda e consumo da maconha não devem incorrer em crime. O debate sobre a legalização do uso da maconha ganhou força, quando o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, se pronunciou favorável a descriminalização da erva. Após essa atitude de Fernando Henrique Cardoso, muitos formadores de opinião que estavam "em cima do muro" começaram a se manifestar pró-legalização. O assunto foi tão longe, que acabou alcançando os nichos religiosos. A igreja Católica já se pronunciou contra a legalização. No meio evangélico alguns a defendem. Sob a ótica de tais líderes evangélicos, devemos nos render a novas alternativas sociais. Alguns desses líderes evangélicos, sustentam o discurso de que, como a maconha é uma substância natural, não pode causar graves danos aos seus usuários e que por isso, o seu uso deve ser aceito legalmente. Esses últimos se esquecem que substâncias como veneno de cobra e cicuta também são naturais. Ninguém, em sã consciência, beberia tais substâncias pelo fato de serem elas naturais. Quando me deparo com posições políticas como essas, me pergunto sobre o lado prático disso tudo. Idealísticamente, até entendo que a legalização do uso das drogas, sobretudo da maconha, seria a melhor alternativa para a nossa sociedade. Reduziria a marginalidade e consequentemente descongestionaria o sistema penitenciário. Mas, se de fato isso acontecesse, como se tornaria a nossa sociedade? Quando penso em todas as implicações disto, me vem a mente um quadro de terror. Imagine como ficariam as ruas de nossas cidades? Poderia você passear tranquilamente com sua esposa e filhos? E as relações familiares, melhorariam ou se tornariam mais doentias? Tente imaginar como seriam as festas e datas comemorativas. Quantas crianças e jovens seriam iniciadas ao implacável vício das drogas em datas como essas? O número de homicídios aumentaria ou diminuiria? As agressões físicas seriam uma constante? Os casos de estupro e pedofilia aumentariam? Não consigo imaginar uma sociedade em paz com a livre comercialização da maconha. Argumentos políticos convincentes, não promovem a verdadeira paz. Como a Polis se refere as coisas do dia-a-dia, a legalização da maconha seria uma ação politicamente contraproducente, a meu ver. Sou contra a legalização da maconha, assim como de qualquer outra droga, por fortes convicções políticas e espirituais. Nenhuma substância alucinógena com efeitos viciantes pode prestar algum tipo de serviço à sociedade. Na verdade, substâncias assim, apenas causam celeuma na sociedade. Já vi pessoas fumarem maconha e ficarem tranqüilas, mas vi também, amigos meus acenderem um cigarrinho de maconha e nunca mais serem os mesmos. A proposta de legalização do livre uso e consumo da maconha precisa ser colocada no banco dos réus. A sociedade, e principalmente os formadores de opinião de nossa nação, precisam agir com imparcialidade, pesando na balança as implicações práticas da dessa proposta. Socialmente falando, legalizar a comercialização da maconha seria como dar um tiro no próprio pé. Sou contra a legalização da maconha, porque sou a favor da paz. O tradicional cachinbinho da paz não traz paz nenhuma. Sei, que se por um acaso, alguém do movimento pró-legalização ou alguma pessoa defensora da descriminalização, ler esse texto, me chamará de alienado e burro. Prefiro ser taxado disso, a ter de defender uma proposta sócio-política que se configura como desserviço a sociedade. Ser a favor da legalização da maconha é uma postura democrática e extremamente racional. Não me oponho as intenções políticas desse argumento. Ao contrário, me oponho, a aprovação de toda e qualquer lei que tenha uma ação social contraproducente, ou seja, que trabalhe contra a própria sociedade. Abaixo a legalização da maconha!
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GERAÇÃO SELFIE
Fiksi Umum"Cotidiano, fé e algo mais", é uma coletânea com 71 textos de minha autoria, escritos entre os anos de 2011 a 2016.