Noivado?

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O jantar foi bom, os rapazes pareciam cada vez mais se acostumar com a minha presença, e apreciar minha comida. Fizemos até pipocas pra assistir uns filmes de terror. E diria que foi assustador, não pelo filme, eles riam e ficavam ansiosos quando algo forte estava preste a acontecer. 
Depois do filme, decidi ir deitar. Tomei um banho e fiquei um tempo lendo na cama, entranhando o silêncio. Afinal, eles só faltavam querer entrar comigo no banheiro. Eram tremendamente grudentos.
Eu decidi aproveitar a paz e dormi. Mas fui acordada com gritos de alguém. Nem vesti o roupão, desci com a camisola e uma blusa de frio que Leo deixou no meu quarto, de lã. Quando cheguei na sala não havia ninguém. Gritei o nome dos rapazes e até os procurei em seus quartos.
Mas, na cozinha, notei algo: tinha sangue no chão. Eu segui o pequeno rastro até um armário, atrás dele havia uma porta. Quando a abri tive que descer vários lances de escada até ver uma luz. Era um como pequeno, branco, e lembrava muito uma ala cirúrgica. Leo e William seguravam alguns sacos de lixo e estavam tirando as roupas sujas de sangue e colocando em outro saco. Um deles pingava sangue.

- Lu, o que está fazendo aqui? - Leo limpou as mãos na camiseta recém tirada e me olhou. Eu estava paralisada. Eles realmente eram capazes de matar pessoas e, sem dúvida, não sentiam remorso nenhum. Normalmente eu ficaria envergonhada de vê-los sem camisa, mas não consegui reagir. Leo tocou meu rosto e segurou frente ao dele, tentando decifrar meu olhar. - Você está com medo? 
- Claro que ela está idiota. Sinto o cheiro de medo dela daqui. É melhor apagar-mos ela. Ela não vai conseguir dormir agora. - Disse William, se alongando. Ele era bem mais forte que o primo e parecia bravo com a minha intromissão.
- Não vamos te machucar, pequenina. Não se preocupe. Machucamos apenas pessoas imundas. - Disse Leo, tentando parecer um cavalheiro. Ele ajeitava meu casaco enquanto pensava. - Vou te sedar e colocar na cama. Amanhã falaremos sobre isso. - Ele disse e recebeu aprovação de William enquanto me pegava nos braços. Eu lutei pouco, ja estava acostumada a ceder á os dois.

Leo me levou pra cama e usou uma agulha com sedativo para me fazer dormir. Quando tornei a acordar, os dois estavam deitados na cama, um de cada lado. Leo, por ser meio vampiro, dormia quase como um humano, já William tinha um sono leve e curto. Ele ficou jogando videogame e só pausou quando eu acordei.

- Lune? - Ele disse com uma leve curiosidade. Sentou na cama e deixou de lado o videogame. Leo acordou em seguida e fez o mesmo. Ambos olhavam pra mim em busca de uma resposta. E eu ja estava ciente do que eles queriam saber.
- Por que você mataram? - Eu queria ter algum motivo para acreditar neles, além do mais, eu vivia com eles e estávamos começando a nos dar bem. Leo suspirou com a minha pergunta, hoje ele estava mais seco comigo, parecia ter tido uma noite estressante. 
- Diversão. Você entenderia se fosse como nós. Temos uma forte sede de sangue. - Ele disse com calma. Se levantando e procurando seus óculos na minha penteadeira. - Se arrume. Vamos passear antes de irmos até a faculdade.

William parecia querer disser algo mas simplesmente pegou seu video game e saiu do quarto. Eles estavam bem mais sérios que o normal. Ou era eu que estava mais assustada? Me arrumei.
Vesti uma roupa deixada na caideira, era um vestido estilo cigana curto e branco. Coloquei uma sandália simples e desci. Leo me segurou pelo pescoço assim que passei por ele na cozinha, com uma mão na minha nuca e a outra no meu cabelo. Ele soltou o rabo de cavalo que eu usava e me deixou livre. Meu cabelo solto me incomodava.
Porém decidi não discutir e apenas fiz o café da manhã. Torradas com fatias de queijo brie. Além de um café expresso. Eu ia precisar muito de café a partir de hoje. Leo soltou uma feição satisfeita, mas William ainda estava tenso. 
Depois do café fomos para oc arro, com nossos materiais de faculdade. Eu sentei no banco de trás e fiquei mexendo no celular para me acalmar. Leo estava bem mais tranquilo e conversou um pouco comigo sobre queijos, um assunto que me agradava muito. 
Nós descemos no centro da cidade e Leo fez questão de me envolver pelos ombros ao entrarmos numa joalheria. Eu olhei algumas coisas enquanto os primos falavam com o atendente. Quando eles me chamaram para provar uma gargantilha, ela tinha um pingente de caveira, devorando um coração. Era um símbolo importante da minha cultura, um símbolo de união de estágio um. 
Era quase um pedido de noivado. Mas também era um modo de garantir minha segurança, se eles me machucassem teriam que lidar com meu clã e sofrer graves consequências. William parecia tranquilo, penso eu que ele desconfiasse de Leo, achando que ele faria algo ruim, mas ao ver essa proposta parecia bem melhor do que ele imaginava, ficou bem amistoso. Eles me fizeram usar a gargantilha apartir dali. Porém Leo me disse quando chegamos no carro:

- Sua ligação é comigo e com William, a partir de hoje você não só cuidará de nós como será nossa cúmplice. É melhor se acostumar com sangue, pequenina. - Isso me assustou um pouco mas Leo foi gentil comigo na faculdade e me levou para classe como o esperado. Me beijando e indo para sua aula. Não nego que foi difícil fazer a aula prática naquele dia, não conseguia cortar a carne e cheguei a ter ânsia de vômito. 

Quando Leo me buscou e assustou coma  minha palidez. Me guiou até a cantina e fez minha bandeja. Eu comi sopa e uma salada. Mas algo me incomodou além do meu estomago fraco : aquela louca do dia anterior olhando para mim enquanto passava as mãos por William, que parecia desgostar do carinho. Leo suspirou ao notar minha irritação.

- Não crie confusão. Você pode até ter uma ligação com ele, mas lembre-se: Ele está fora do seu alcance aqui. E não sei por que você faz tamanha questão disso, EU estou aqui, cuidando de você, sabe? - Ele disse um pouco rudemente. Quando se irritou ele simplesmente segurou meu rosto com um pouco de força e mordeu meu lábio. Quando em soltou eu o encarei desnorteada. - Eu mandei parar!

Sim, ele estava com ciumes do primo, e eu apenas ri disso mentalmente. Passei a dar atenção e ouvidos á suas conversas estranhas do curso e até ganhei um suco de laranja pela minha cooperação.

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⏰ Last updated: Nov 23, 2016 ⏰

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O vampiro e o psicopata.Where stories live. Discover now