Ilusões Perigosas

Capítulo 1: Por ele

POR ELE:

Você acredita em amor à primeira vista? Aconteceu comigo no momento em que eu a vi.

Eu tinha acabado de sair de uma pneumonia e decidi, com minha esposa e filhos, passar o verão na nossa casa em Three Rivers, perto do Sequoia Parque. O ar limpo e puro das montanhas ajudaria a minha convalescência.

Mas, voltando para Valentina (sim, ela se chamava Valentina) ... Parando no posto da cidade, eu fui pagar a gasolina dentro da loja de conveniência, quando escutei uma voz: "Você deveria levar um chocolate também, adoça a vida. "

Ela estava atrás do balcão com um amplo sorriso, olhando para mim e segurando uma cesta de chocolates. Nunca havia visto tal beleza. O rosto era angélico e perfeito. Os cabelos pareciam fios de ouro. Até me perguntei se essa visão não era surreal. Parecia que o meu peito tinha sido atingido por um raio, pois fiquei paralisado.

Ela me perguntou de novo, rindo, se eu iria comprar os chocolates. Respondi de uma maneira meio boba que adorava chocolate, sem saber o que dizia, obviamente, porque eu devo ser a única pessoa no mundo que os odeia.

Balbuciei se ela era a filha do Max, o dono do posto, mas já sabia que não, pois passava todas as minhas férias lá, desde de criança, e nunca a tinha encontrado.

Ela respondeu que era sobrinha do Max e que estava trabalhando para ganhar um dinheirinho durante as férias.

Enquanto ela falava, eu não conseguia tirar meu olhar da sua boca. Os lábios dela estavam separados. Tive vontade de beijá-la.

Num certo momento, ela me perguntou se eu queria outra coisa além dos chocolates, e eu, besta, falei que não. Paguei por tudo, dei-lhe uma bela gorjeta e saí meio apressado em direção ao carro.

Entrando no carro, ouvi mais uma vez a voz dela, e isso me fez fremir. Eu tinha esquecido o meu cartão e ela corria até mim para devolvê-lo. Quando o peguei de volta, toquei na mão dela e tive uma sensação deliciosa de quero mais.

Durante o trajeto para casa, não consegui pensar em outra coisa a não ser que queria revê-la. Eu tinha que voltar o mais breve possível para encontrá-la.

Nessa noite, não alcancei o sono. Pensava demais em tudo que queria fazer com ela.

Ao amanhecer, decidi dar uma refrescada no riacho, fazia um calor dos infernos, e eu também queria clarear as ideias e tentar tirá-la da minha cabeça. Minha esposa e eu estávamos casados há 20 anos e eu nunca tinha sequer pensado em traí-la.

Mas tudo me lembrava aquela moça, a água no meu corpo me fazia querê-la perto de mim. Estava enlouquecendo de verdade! Não havia como eu não ir vê-la de novo.

Voltando para casa, decidi passar na loja de conveniência para comprar algo para o café da manhã: desculpa perfeita para reencontrá-la.

Quando cheguei, o Max estava na loja e eu fiquei um tempão procurando por ela, mas não a vi. O Max até brincou comigo: "Vai comprar algo da loja ou o quê? " Eu ri, mas, no fundo, queria chorar. Onde ela estava? Quando ela viria? Eu precisava muito revê-la!

Brinquei com o Max, falando que ele tinha uma ajudante nova, e ele me respondeu que ela e o namorado tinham vindo para trabalhar durante as férias da faculdade. Como assim o namorado? Só de pensar que outra pessoa, e não eu, tocava seu corpo, já fiquei bem bravo e tive vontade de matá-lo.

Ela era minha, e só minha.

Articulei que seria legal dar uma oportunidade aos jovens, pois, nos dias atuais, a economia estava um caos. E perguntei se eles trabalhavam somente pela tarde.