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Para o maldito que levou meus poemas

porque roubou de mim aquilo que mais me valia?
levou contigo o meu encanto e o pranto que me fazia escrever.
deixou pelo caminho versos inacabados
beijos roubados e um sexo por fazer.
porque não deixasse pelo menos um soneto?
levou tudo oque podia.
me tirou o sono e o sossego.
sugou o tesão por entre as minhas pernas com sua língua indecente.
você pode voltar e acender aquilo que faz meu coração bater?
acende meu corpo e minha alma!
você é fogo venenoso que queima e faz gemer.
És um maldito!
maldito que roubou meus poemas!
agora não consigo escrever sobre flores e amores
só escrevo sobre você
pra você
com você.
porque na sua ausência meu corpo pede clemência
ardendo em chamas e procurando algo pra se perder.
é a minha perdição!
sei que faz de propósito!
a maldade grita neste sorriso safad*
sabe exatamente oque fazer pra me prender.
é uma prisão sem grades.
eu me afogo em nós dois
mesmo sabendo que nós dois só existe na minha cabeça infantil e totalmente apaixonada.
você queima meu peito e faz a vida valer a pena
você é o pecado cometido num dia de natal.
é insano!
percebo minha ansiedade arranhar meus pulmões quando você chega perto e me encara sua boca está a menos de um milímetro da minha.
sufoco!
imploro seu beijo como um andarilho faminto que pede esmola na escadaria da igreja.
me enlouqueça!
você me concede sua bênção impiedosa
me dando apenas um terço daquilo que poderia me dar.
você é o meu exagero favorito.
me devolva meus poemas seu maldito!
não quero mais escrever sobre você
para você
com você.
você nunca soube me ler
jamais saberá ler nós dois.

-Helena Ferreira.

Um Poema Para HelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora