Way: As duas faces da história

Aqueles cinco.

Num show de uma banda no Brasil, pude ficar bem em frente ao palco, durante o espetáculo, Matt o vocalista pediu para que Zacky e Brian escolhessem alguém da multidão para fazer uma apresentação solo. Neste momento todos começaram a gritar. Seus olhos percorriam toda o mar de pessoas analisando atentamente quem seria o escolhido.

– Aquela garota de óculos grandes. – apontava para a minha direção o garoto de cabelos pontudos. - E ai Zacky, pode ser ela? – brincou novamente.

– Não sei não hein, Brian, - sorriu, Zacky – será que ela manda bem mesmo? – indagou.

– Veremos. – brincou, Brian.

Um dos seguranças começou a me puxar, tentando me retirar da plateia. Quando sai, Brian e Zacky me puxaram para cima do palco e em seguida me cumprimentaram um por um, apenas Jimmy que cumprimentou a distância, fazendo sinal com as baquetas, já que estava atrás da bateria. Antes de começar a tocar, os meninos fizeram brincadeiras entre si, e eu no meio, me divertindo muito.

– Ok, vamos parar de enrolar, temos um show pra continuar. Ela sabe tocar ou não? – brincou, Matt. Uma chuva de agitação vinha da plateia que aguardava começar o solo, até Jhonny estava fazendo barulho com seu baixo para que começasse logo a tocar.

– Se ela arrasar mesmo, deixarei que toque a minha belezinha. – disse, Brian esperando a iniciativa. Johnny trouxe até mim seu baixo favorito, peguei-o ainda meio receosa, olhei para a multidão que agora estava em silencio. Toquei duas notas para testar o instrumento até que finalmente resolvi tocá-lo. Johnny, que estava na minha frente, aprovava com um sinal. Foi bem rápido meu instante, já que não podia atrasar o show.

Os meninos se entreolhavam com expressão de surpresa, pareciam não estar acreditando no que ouviam. Não ouvia nada além do som do baixo saindo pelos amplificadores, tudo estava quieto, exceto o baixo e seu ruído grave. Quando fiz o último acorde e parei de repente, levantei a cabeça e senti meu rosto queimar. Olhar para todas aquelas pessoas me deixara envergonhada. Então, em uníssono, todos começaram a fazer barulho, uma chuva de aplausos tomou conta de todo o estádio. Ver todos aplaudindo e gritando me deixou sem graça, mas fiquei lisonjeada. Olhei para os meninos que me aplaudiam e festejavam, pulando e gargalhando vindo em minha direção.

– Parabéns, você é incrível menina – Matt me abraçou.

– Agora vamos ver se manda bem na guitarra. – disse Brian entregando sua guitarra, seus olhos tinham um brilho magnifico, parecia estar admirado. Peguei a guitarra de sua mão e pensei bem, todos estavam me olhando, esperando a continuação do espetáculo, foi quando escutei uma risada maléfica atrás de mim.

– Então toda essa pressão é demais pra você? – ele estendeu a mão em direção a guitarra – Devolva-me!

Ignorei sua atitude e passei a correia sobre meu ombro. Brian surpreendeu-se com minha reação e parecia não ter aprovado o que fiz, comecei a tocar o solo principal da música Nightmare. Ele foi se afastando e abaixando a mão, me olhava impressionado, todos me encaravam desta forma e tudo novamente estava quieto, podíamos ouvir apenas o excitante gemido da guitarra, Brian não estava acreditando no que estava ouvindo, quando parei de tocar o silêncio permaneceu por alguns segundos, depois Zacky fez gestos para que a plateia aplaudisse e como imaginava, todos começaram a gritar e aplaudir como da primeira vez. Matt agitava cada vez mais a galera, olhei de relance para trás e vi Jimmy saindo de trás da bateria e correndo em minha direção.

– Deixe eu te perguntar uma coisa, você toca só instrumentos de corda? – perguntou Jimmy com um sorriso.

– Não, também sei tocar bateria, piano e flauta.