Cap.24 ◈ Eu não estou bêbada

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Fico sem graça por ele me ver bêbada e sozinha de madrugada em uma avenida, mas ele não tem nada a ver com isso, e muito menos com a minha vida pessoal. O máximo que ele já fez por mim foi ter me protegido de umas cinco tentativas de estupro ...ah, e eu dormi com ele, não nesse sentido, e beijei ele. Espera, isso não é uma coisa boa. Ou é?

-Não necessariamente -reviro os olhos mas dou um leve sorriso.

-Você quer entrar? Tá tarde e você está bêbada.

-Não, e não estou bêbada -dou uma gargalhada alta e tropeço nos meus próprios pés, mostrando que estou bêbada sim.

-Claro que não está -ele sorri e desliga o carro. Antes que eu pudesse correr, ele sai do carro e para bem na minha frente. Dou um passo pra trás como se ele fosse um cachorro perigoso -Calma, eu não mordo -ironia clara em sua voz rouca -Só quero te levar pra casa, já que não vai pra escola.

-Quem disse que eu não vou? -pisco e coloco meus sapatos e jogo a garrafa no chão do asfalto. Observo ela quebrar e rio sem parar.

-Olha só seu estado, a aula começa em poucas horas.

-E...? Não estou cansada, só um pouco bêbada

-Um pouco? -ele levanta as sobrancelhas e dá um sorriso lindo, que sorriso... -Vamos, deixa de ser teimosa, não posso parar aqui e quero te levar em segurança pra casa.

-Não sei não -ajeito meu vestido.

-Vamos lá, eu não vou embora daqui sem você.

Dou de ombros e saio de perto dele, abro a porta do passageiro e sento no banco com um suspiro. Vejo ele sorrindo e correndo para o banco do motorista.

Assim que ele liga o carro, já vem as perguntas. Minha cabeça está doendo e não tenho que ficar respondendo perguntas dele. Mal o conheço.

-Você ficou andando bêbada sozinha com esse vestido justo e provocador pela cidade? -ele pergunta num tom como se ainda não estivesse acreditando que eu fiz isso.

-Sim, qual o problema? -olho de cara feia pra ele.

-Epa, calma lá, só é estranho, você deve estar muito bêbada pra fazer isso.

Nisso eu tenho que concordar com ele, não estou ouvindo minha mente lúcida agora, mas e daí? Eu me diverti e eu precisava disso. Se eu não estivesse bêbada, eu nunca sairia assim pelas ruas. Bêbada. Sozinha. E nunca deixaria a Isa ir pra casa de um barman gostoso.

ISA, me espanto em lembrar dela, começo a recuperar meu consciente e agora percebo que eu não devia ter deixado ela sair com um cara estranho, ele pode ser um traficante ou um bandido, ou os dois. Meu coração acelera e eu fico desconfortável.

-Você está bem? -Isaac olha pra mim e eu não tento esconder ou mentir que estou bem -O que houve?

-Isabel.

-O quê? O que aconteceu com ela? -seu tom é desesperado e eu começo a pensar que ele é um irmão protetor.

-Não, nada, eu...

-Me diz.

-E-eu, ela, foi pra casa de um barman gato da balada que a gente foi.

Ele para o carro brutamente e me olha.

-Mas que porra? -engulo em seco e minha cabeça lateja, doendo mais e mais. -Como você foi deixar?

-Eu não sei, nós estávamos bêbadas e nos divertindo, daí o Caio apareceu e acabou com isso, mas antes dela ir e acabar com ele de vez -ele me olha como se não tivesse entendendo e eu continuo antes de me arrepender -Depois ela não agüentou e chorou no bar, o barman gostoso e super gato vo como ela tava e sugeriu para levá-la para casa, ela quis e eu não impedi, mas eu juro que eu não tava pensando racionalmente.

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