A Melhor Amiga Da Minha Irmã

Não podia me apaixonar logo de primeira

Sarah povs

Eu e Isabel estávamos ali naquele sofá jogando conversa fora e comendo guloseimas desde que chegamos do shopping, umas 22:30. Estava muito bom porque colocamos o papo em dia, éramos amigas desde quando eu tinha mudado pra sua rua há uns quatro anos atrás, mas estávamos bastante distantes desde que minha mãe me mudou de escola, por questões pessoais -das quais nem eu mesma sabia.
Ela era, definitivamente, minha única e melhor amiga, de verdade, que eu podia confiar de olhos fechados, as outras, bem, eram só parceiras de baladas, de festas e de trabalhos escolares, não as culpava, eu era um ser detestável e insuportável, não me dava bem com a maioria dos meus colegas de classe quase a vida toda, eu era tímida e mais na minha, não gostava de me enturmar, nem de ser rodeada de colegas e "fãs" como a maioria das meninas da minha escola eram.
Resumindo, eu não era popular.

Tinha só um amigo dentro daquela escola deprimente que minha mãe me encaixou depois de ter me tirado da do nosso bairro que eu frequentava e adorava desde que nos mudamos de São Paulo. Enfim, esse meu amigo se chama Gustavo e ele era, incrivelmente adorável, amigável, engraçado e sempre me tirava da bad. Era um amigo pra todas as horas. Só tinha um problema. Ele era um ano mais velho que eu e já tinha se formado no ensino médio ano passado, ou seja, eu estava fazendo o 3 ano sem ele na escola, então, passava as quatro horas sozinha, sem nenhum ombro amigo.

Estava pensando nele pois o irmão de Isabel me lembrou ele, não sei porque, mas alguma coisa me dizia que eles eram semelhantes em algo, na aparência, eu sei que não era, Gustavo tinha o cabelo cacheado castanho e os olhos azuis, era alto e musculoso, já Isaac tinha a pele mais clara, os cabelos escuros e usava topete, nas orelhas alargadores e no nariz piercing, o que dava a ele um aspecto de badboy,...e que badboy!

Sem contar que os dois não pareciam ser da mesma idade.

Isabel resmungou depois da saída calada de seu irmão:

-Pois ele vai ver amanhã quando o papai acordar...

Interrrompi:

-Não acho que você deveria contar, sem querer me intrometer, mas você só vai piorar as coisas e causar mais confusões entre vocês.

Isabel me avaliou profundamente, tentando entender o porquê de eu estar defendendo seu irmão.
Por fim, ela concordou.

-Hm, que seja! -disse ela pensativa. -Você tem sorte de não ter irmãos.

Pensei sobre aquilo, em toda a minha vida quis ter alguém que segurasse a barra comigo lá em casa, que me ajudasse e que me apoiasse, que divertisse comigo, e, como todos os irmãos, que brigasse também. Na minha vida era só eu e minha mãe, pois meu pai tinha abandonado ela grávida, desde então ela começou a se virar sozinha aos seus 19 anos, procurou um emprego e me criou com muito amor e carinho desde então. Sempre valorizei isso e nunca me permiti falar do meu pai para ela, pois sabia que era um assunto bem delicado, e muito menos cobrar de me dar um irmãozinho, pois sabia como seria impossível.

-Acho que vou tentar dormir um pouco. -quebrei o silêncio por fim para me livrar desse assunto embaraçoso.

Isabel saiu do sofá onde estava e foi para o outro, nos arrumamos para dormir, nos despedimos e nos deitamos, creio que nós duas estávamos bem cansadas.

Não conseguia pregar no sono pois pensava no irmão gato de Isabel, era quase um pecado eu já ficar interessada nele, mas não tive escolha, ele era bastante impressionante, ele tinha tudo que eu admirava em um garoto, mas contive os pensamentos e as pontas de sentimentos que começavam a surgir, não podia me apaixonar logo de primeira.