When Friendship Turns Into Love - Laucy

The reunion.

Arrastei minha pequena mala pelo aeroporto internacional de Miami, um pouco irritada. Olhei de um lado para o outro, tentando identificar uma pessoa específica no meio daquela multidão que ia e vinha como uma boiada. Nada.

Joguei minha mochila em um banco, deixando a mala de lado e alcançando meu celular no bolso de trás da calça jeans. Procurei a letra "K" na agenda e disquei o primeiro número que apareceu.

"Keeks, cadê a Vero?" Perguntei, sem esconder minha irritação. "Não acho essa idiota em nenhum lugar."

"Ela deve estar chegando, Lucy, se acalma." Ela deu uma risada, me fazendo revirar os olhos.

"Eu já estou esperando há quase uma hora." Bufei, fazendo ela rir ainda mais. "Eu vou matar ela. E você por estar rindo da minha desgraça."

"Vocês se resolvam aí, eu não tenho culpa de nada." Consegui ouvir uma movimentação do outro lado da linha. "Lucy, preciso ir, acho que a Lauren chegou. Te vejo daqui a pouco." Ela desligou, não me dando nenhum tempo de retrucar.

Olhei mais uma vez ao redor do portão de desembarque e respirei fundo ao não encontrar Vero novamente.

As férias de verão chegavam quase ao fim quando Lauren finalmente teve uma folga na agenda com o grupo, o que nos deu a ideia de nos reunirmos depois de tantos meses.

Lauren e eu tentamos nos manter em contato pelos últimos sete meses, mas com toda a correria, em algumas semanas não nos falávamos muito. A única vez que nos vimos desde que eu havia voltado para Porto Rico foi em um evento em Los Angeles, pouco antes do aniversário dela. Meu pai tinha alguns compromissos e eu decidi ir encontra-lo, aproveitando também para matar as saudades de Lauren.

E que saudades. As madrugadas que passávamos no telefone não eram o suficiente para que estar longe dela fosse menos doloroso.

"Oi, linda." Senti duas mãos me agarrarem pela cintura, me dando um puta susto, quando me lembrei de Vero.

"Eu quero te matar." Suspirei, me virando para ela, que logo me abraçou, sem deixar espaço para o meu "piti".

"Me perdoa, eu peguei muito trânsito." Ela beijou minha bochecha e eu a abracei mais forte, deixando que meu estresse se transformasse em saudade.

"Vou te matar depois, então." Eu ri, desfazendo o abraço. "Vamos logo que eu não aguento mais ficar nesse aeroporto.

"À suas ordens, madame." Ela pegou minha mala, me fazendo rir. Não podia negar o quanto eu sentia falta das palhaçadas dela. Nenhum amigo em Porto Rico era tão louco quanto a Iglesias.

Fomos em direção ao carro dela para então pegarmos a estrada até a casa de praia da Keana, que ficava um pouco afastada da região central de Miami. Seria uma pequena viagem de uma hora.

"Você saiu de casa quando eu liguei, né?"

"Claro que não." Ela respondeu cínica e eu lhe dei um tapa no braço. "Auch, Lucy. Já chegou espancando as amigas?"

"Você está merecendo." Cruzei os braços, me fingindo de brava.

"Ainda bem que tapa de amor não dói." Ela mandou um beijo, colocando os óculos escuros.

Ficamos um tempo em silêncio, e eu deixei que meus pensamentos viajassem até Lauren.

Eu fiz de tudo para esquecer toda a confusão em havíamos nos metido no último ano. Isso incluiu sair com alguns amigos, inclusive garotas, em Porto Rico. Ao contrário dela, eu aceitei aquela nova descoberta tranquilamente, como se fosse algo natural. Minha bissexualidade nunca foi um "big deal" para mim. Eu nunca permiti que fosse.