When Friendship Turns Into Love - Laucy

The call.

"Lauren, não podemos continuar com isso." Camila levou as mãos à cintura, respirando fundo, enquanto eu chorava, sentada na ponta da cama.

"Camila, por favor." Supliquei, sentindo um desespero inchar em meu peito.

"Não, pra mim já deu. Esse relacionamento... já deu." Ela fez sinal de negativo. "Eu não posso ser sua salva vidas pra sempre. Não sou uma marionete, ok?"

"Camz, nunca foi assim." Me levantei, tentando alcançar suas mãos, mas ela se afastou.

"Foi sempre assim, Lauren. Você sempre esteve com medo de lidar com os seus próprios sentimentos e com quem você é." Seus olhos eram duros, totalmente secos, e eu conseguia sentir a verdade em suas palavras rasgando minha alma. "E com isso você me fez de apoio, de válvula de escape, e eu não posso continuar assim."

"Camz, por favor, não vai embora." As lágrimas caíam pelo meu rosto sem parar, e minha voz era apenas um sussurro.

"Lauren, para, ok? Você fica aí chorando como se algum dia tivesse me amado de verdade." Camila bufou, levando as mãos ao rosto, sem paciência.

"Eu amei! Eu amo!" Me aproximei demasiadamente e ela levou as mãos ao meu peito, me empurrando levemente para longe dela.

"Para! Você não ama e nem nunca amou, não da forma como eu te amei. Para de se enganar, para de tentar se convencer disso só porque é a opção mais fácil pra você. Eu não quero e não vou continuar com isso, ok?"

Minhas pernas falharam comigo alguns segundos após, e eu sentei no chão chorando como uma criança. Eu não conseguia acreditar em como tudo havia desmoronado em tão pouco tempo; em como havíamos ido do céu ao inferno em algumas semanas.

"Lolo, por favor." Eu tinha o rosto afundado em minhas mãos. "Você sabe que nós não fomos feitas para ficarmos juntas. Você foi a primeira a terminar." Camila passou a mão pelos meus cabelos, se abaixando na minha frente.

"Isso foi há mais de um ano atrás, Camz. As coisas mudaram." Levantei a cabeça para encara-la, e ela levou as duas mãos ao meu rosto, limpando minhas lágrimas.

"Sim, as coisas mudaram, só pioraram." Ela soltou um suspiro e eu neguei com a cabeça. "Eu sei que você não quer me deixar ir com medo de ficar perdida, mas babe, está na hora de se encontrar." Sua postura havia mudado, e ela tentava ser mais compreensiva e paciente comigo. "Você ainda se lembra porque começamos tudo isso?" Suas mãos acariciavam meu rosto, me fazendo sentir que tudo ficaria bem. "Lembra que eu iria ajudar você a se encontrar? Pois eu acho que eu já fiz tudo o que eu podia. Já se foram praticamente dois anos e meio, Lolo." Tentei abaixar a cabeça, mas ela me impediu, olhando no fundo dos meus olhos. "Você precisa encarar seus dilemas sozinha a partir de hoje."

-

Revirei pela milésima vez na cama, não sentindo um pingo de sono, apesar de fisicamente meu corpo estar destruído. Bufei, colocando um travesseiro sobre a cabeça, numa tentativa frustrada de tentar desligar minha mente.

Vinte minutos se passaram e, irritada, joguei o travesseiro para o lado, esticando o braço para pegar meu celular no criado mudo. 2:15 da manhã.

Me levantei e fui até a janela, observando as ruas calmas de Londres abaixo de mim. O único sinal de movimentação humana àquela hora eram as risadas de Normani e Dinah com mais um grupo de pessoas, ecoando pelo corredor e chegando ao meu quarto.

Decidi pegar uma cerveja no frigobar, a fim de espairecer e deixar o sono entrar. Contei também com a ajuda de um remédio para dormir que eu vinha tomando há alguns dias, mas que por algum motivo não fazia efeito naquela noite.