Capítulo 1 - Pensamentos E Lembranças

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Enquanto terminava de arrumar suas malas, Sophie não parava de pensar como seria sua vida, morando com um pai que nunca conheceu e que é um detetive muito conhecido em toda a Inglaterra. Alguma parte dela já sabia que seu pai poderia ser ele, pois sua mãe sempre dizia que um dia ela seria uma das melhores detetives da Inglaterra, da Europa e do Mundo, com uma mente criminosa. Sophie sentia muitas saudades de sua mãe, não a via há quatro meses e também nunca mais a veria, desde que fora viajar a serviço do Professor Moriarty.

Sempre que pensava demais, principalmente na sua mãe e em Moriarty, o tempo a sua volta parecia acelerar-se, fazendo com que ela fizesse as coisas com mais velocidade e quando percebeu, já tinha terminado de arrumar suas malas e calculou que em dez minutos a sua carruagem chegaria para leva - lá à sua nova residência, na Baker Street 221B. Por mais que seu pai fosse alguém conhecido, ela nunca viu uma foto dele nos jornais; ela deveria ter suposto que ela era seu pai por duas razões:

1° Pelo que sua mãe dizia.

2° Pelo seu sobrenome, Holmes.

"Como eu não tinha concluído isso antes. Era tão óbvio.", pensou.

Sophie estava tão concentrada em seus pensamentos que, novamente, não percebeu o tempo passar e em dez minutos exatos, sua carruagem havia chegado. O cocheiro, gentilmente, perguntou se ela precisava de ajuda com as malas:

-Pode colocar ali naquele canto, Sebastian.

-Como quiser Srta. Adler.

Sebastian, o cocheiro, colocou as malas no canto onde Sophie havia mostrado e ajudou-a a subir na carruagem. Sophie sentou-se perto da janela, onde podia ver a paisagem da Londres Vitoriana enquanto seguia para a Baker Street. Calculou que chegaria em vinte minutos. Tempo o suficiente para continuar com seus pensamentos e lembranças.

Sophie lembrou-se da última conversa com sua mãe, há quatro meses:

***

"Ela estava sozinha em seu quarto, pensando, na velha casinha bijou em Vila Briony, quando alguém bateu em sua porta:

-Entra mãe.

Irene Adler entrou no quarto de sua filha, onde era bagunçado, mas organizado. Onde tudo estava em seu devido lugar, de acordo com Sophie, que estava deitada em sua cama, olhando para o teto. Irene sentou-se ao seu lado e perguntou:

-Como você sabia que era eu e não outra pessoa?

-Porque nenhuma outra pessoa, além de você, iria bater na minha porta. E também só você usa um perfume parisiense de essências de rosas, com um leve aroma de jasmim, onde dá para sentir o cheiro a um metro e meio de distância. – Respondeu, ainda fitando o teto.

-Eu ainda me surpreendo com isso. – Respondeu Irene.

-Com o quê?

-Com a sua habilidade de sentir, observar e procurar pequenos detalhes que a maioria das pessoas não percebe.

-São detalhes insignificantes para elas. Mas não é isso que está intrigando-me neste momento.

-Era o que você estava pensando, antes de eu chegar?

-Não. O que eu estava pensando antes não tinha importância. Só estava pensando com o intuito de distrair-me. Mas o que realmente está intrigando-me é a razão de você estar aqui. Estou certa?

-Parece que você leu minha mente.

-Se eu tivesse lido sua mente, já saberia a resposta. Porém, posso imaginar o que seja. – Respondeu, enquanto sentava-se para poder olhar diretamente nos olhos castanhos de sua mãe. – Você vai viajar novamente a serviço do Moriarty.

O Caso da BoemiaOnde histórias criam vida. Descubra agora