Hoje estou bem, me sinto estranho mas bem, estou lúcido.
Finalmente consegui sentir alguma coisa, isto é perturbador, pois, não sinto quase nada, demonstro tão pouco.
Sempre houve um vazio aqui dentro, me olho internamente na esperança de encontrar algo ou alguém talvez so um sentimento bobo. Não consigo me encontrar, sinto meu corpo cansado na poltrona da sala, com o cigarro em uma mão e o whisky na outra.
Em meus devaneios idealizo como seria a vida, não perfeita mas se eu não ficasse preso a minha casa, viajaria o mundo. Saboreio meu cigarro e a cada trago viajo para um lugar diferente.
Levanto o corpo cansado da poltrona repondo a dose da bebida em meu copo, vou até a prateleira pego um livro me sento novamente, começo a ler, é uma das poucas coisas que me trazem um bem estar e cessam as vozes internas que atormentam minha vaga existência.
Um dia me disseram para eu procurar uma religião, pois o que eu sentia não era normal, depois que eu disse que fui em várias igrejas e centros eu perdi minha fé quase apanho no meio da rua.
Sempre vejo as coisas passarem diante de mim, os bons momentos, amigos, estudos sem poder fazer nada, é como se eu estivesse na areia movediça e cada movimento meu fosse em vão ou me prendia cada vez mais. Tento entender porque eu sou assim, uma voz sempre me responde, sou assim pois isso foi minha escolha, acho que não foi minha escolha ser um poço de defeitos, ser perturbado dia e noite por vozes.
Não aguento mais me levantar todas as manhãs e ver uma garrafa de vodka pela metade e a arma carregada ao lado esperando pelo dia em que eu finalmente aceite que estou fadado a isso e só estou adiando o inevitável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos de Uma Mente Conturbada
De TodoIsso são apenas desabafos de um garoto que usou a escrita como uma saída.