Calzona - True love

Esperança

Callie

Depois de ser examinada sentamos novamente e ela ainda não havia me falado nada.

- Você tem uma pequena chance de voltar a ser capaz de gerar um bebê através de um tratamento inovador que ainda está sendo estudado. - Ela falou nos dando uma esperança. - Você toparia ser uma das cobaias desse estudo?

- Pequena chance já é algo. E eu topo sim. Faço qualquer coisa, doutora, qualquer coisa.

- Calma, Callie. - Arizona percebe minha ansiedade.

- Vou passar uma bateria de exames, vamos começar um tratamento intrauterino semanal a princípio que depois vai ficando mais esporádico e quando decidir engravidar vai ter que ser por inseminação artificial. No decorrer do tratamento vamos analisando como você vai responder. - Ela escrevia sem parar. - Vai começar a tomar esses medicamentos aqui que prescrevi e o mais importante, nada de álcool durante esse período.

- Vou fazer tudo certinho. Você não sabe o quanto me deixou feliz me dando essa pequena possibilidade.

- Mas lembre que suas chances são pequenas. Não estou prometendo nada.

Ela me deu uma apostila que explicava detalhes do tratamento e enquanto eu lia elas conversavam um pouco mais afastadas.

- Então você resolveu ter um bebê? - A ginecologista perguntou. - Quem diria que as coisas aconteceríamos do jeito que o Tim falava.

- Essa ideia ainda não é concreta, mas confesso que de uns tempos pra cá eu venho pensando muito nisso sim e lembro de cada palavra que ele dizia.

- Está na hora mesmo, amiga. Uma criança melhora nossa vida em todos os aspectos. Você trabalha com elas todos os dias, mas só vai saber do que estou falando quando tiver os seus. Minhas pequenas já têm quatro anos, o tempo passa muito rápido. - Ela mostrou uma foto que tinha na carteira.

- Sempre lindinhas suas gêmeas! - Arizona ficou admirando as crianças. - São parecidas com você, não mudaram nadinha.

- Falando nisso, se Torres for gerar o bebê de vocês, vai ser possível fazer do jeito que você planejava, já pensou nisso?

- Já sim, mas não quero criar tanta esperança antes do tempo.

- Você está certa. Mas vamos com pensamento positivo, ok?! - Elas se abraçaram e se juntaram a mim.

Agradecemos a amiga de Arizona e saímos de lá contentes.

- De onde vocês se conhecem?

- Fizemos faculdade juntas em Nova Iorque. Ela também começou aqui no Seattle Grace faz pouco tempo.

- Pareceu bem íntima do seu irmão também.

- Saíamos sempre juntos e eles se davam muito bem, chegaram a ficar por um tempo, mas depois construíram uma grande amizade. - Ela me olhou pensativa. - Você estava escutando nossa conversa, Calliope?

- É... Eu... Não tenho culpa se vocês falam alto. - Respondi sem jeito.

- Amo você, sabia? - Ela me dá um sorriso meigo.

Um ano depois...

Callie continuou fazendo o tratamento e estava respondendo cada vez melhor. Arizona e ela estavam ótimas, tirando as alfinetadas de Penny que não aceitava esse relacionamento e vez ou outra tramava alguma pra tentar separá-las. Mark andava mais feliz que nunca depois que descobriu que Lexie estava grávida. Amélia e Addison resolveram casar, não fizeram cerimônia, mas convidaram os amigos para comemor depois que assinaram os papéis, a festinha foi na casa delas mesmo e no final as únicas sóbrias eram Callie, Lexie e Meredith que ainda amamentava o pequeno Robbins.

Tudo corria perfeitamente e hoje seria o último dia do tratamento de Callie. Arizona iria acompanhá-la, mas como sempre teve que entrar em uma cirurgia de emergência.

- Criança de um ano pulou da janela do primeiro andar do orfanato, apresenta traumatismo craniano e não responde aos estímulos. - Owen passa a maca pra Arizona.

- Bipem o Shepherd e preparem uma sala de cirurgia.

Arizona seguiu com a criança às pressas, fez alguns exames, correu para o centro cirúrgico e logo Derek chegou, tentou alguns testes e nada de resposta.

- Terei que abri-la. - Ele fala ao analisar os exames.

Arizona auxilia e monitora os sinais cardíacos da paciente durante todo procedimento. Derek retira parte da massa encefálica da garota e drena todo o sangramento que havia ali.

- Quais são as possíveis sequelas, doutor Shepherd? - A loira pergunta.

- No momento não podemos prever nada, mas os riscos vão desde um leve problema na fala até não acordar mais da cirurgia. - Robbins arregala os olhos azuis ao ouvir aquilo. - Por ela ser tão novinha suas chances são as melhores possíveis.

- Por isso amo trabalhar com esses pequenos guerreiros.

Quando terminaram o procedimento a loira olhou para o relógio e viu que já havia perdido a última consulta de Callie. Ainda assim se apressou pra chegar no segundo andar na esperança de encontrá-la lá.

- Oi, Arizona. Torres saiu daqui faz uns dez minutos. - Danni falou quando viu a loira.

- Droga! Eu não podia perder essa consulta. - Robbins diz desapontada. - Mas e aí, Danni, qual foi o resultado?

- Daqui a pouco tempo sei que irão precisar de mim outra vez e irei ajudar com todo prazer, mas vou deixar que ela mesma te conte.

- Isso é maldade, Danni.

- Vai procurá-la, acredito que esteja precisando de você nesse momento. - A ginecologista preocupa a amiga.

- Ai ai ai. - Arizona dá as costas e sai às pressas. - Obrigada por tudo, Danni! - Fala antes de bater à porta.

Callie tomava um chá sozinha na sala dos médicos quando a loira a encontra.

- Desculpa, meu amor, mas fiquei presa em uma cirurgia com o Derek e não cheguei a tempo. - Robbins abraça a namorada e enxuga uma lágrima que escorria em seu rosto.

- Espera... Você me chamou de quê? - A latina não acredita no que ouviu.

- Por que, você não gostou? Sem problemas, agi por impulso pra você saber que é sim o meu amor e que eu vou estar ao seu lado sempre, independente de gravidez, de filho, de...

- Calma, só fiquei surpresa por você nunca ter me chamado assim. E eu adorei, porque você também é o meu amor, digo mais, o amor da minha vida e é com você que quero ter os filhos que vou poder gerar. O tratamento foi um sucesso e o meu útero reconstituiu completamente. - Callie abriu um sorriso enorme e outra lágrima caiu pelo seu rosto.

- Como assim? Por que Danni falou que você estava precisando de mim? Por que você estava chorando quando cheguei? - Arizona ficou sem entender.

- Por que falei pra ela que ia correndo te contar a novidade. E o meu choro era de alívio, de alegria por saber que aqui dentro vai poder crescer uma nova vida.

- Que maravilha, Calliope! Eu amo você!