Três dias, setenta e duas horas é o tempo que tenho para convencer uma pessoa a ver a vida de um jeito diferente do ceticismo, a começar acreditar no possível e no impossível.
Natália Simmons aparentemente é uma garota de um coração grande e machucado, é engraçada ao seu jeito, o meu desejo é ajudá-la. Uma missão para William Murphy.
(...)
Os dois marcham em direção a estação de trem, a onde iriam é uma surpresa, William não falou nada a Natália. Seguindo as cegas para um lugar estranho com uma pessoa que havia conhecido menos de 24 horas, perigoso de fato, mas é sua curiosidade que a corroí.
-- Para aonde você está me levando?
-- Vou contar apenas uma coisa, é um lugar feliz apesar do sofrimento.
-- Nossa! -- Revira os olhos -- Já descobri o lugar!
Resta a William apenas rir internamente do sarcasmo de Natália, ela parece tanto com uma criança, até mesmo a expressão de raiva.
(...)
-- Finalmente chegamos! -- Natália rodopia na calçada.
-- Não sabia que você iria ficar tão alegre.
-- Pois é, nem eu em chegar à algum lugar, depois de tanto suspense.
Param em frente à um orfanato. O porteiro saúda William e ambos entram, Natália admira o local que embora seja um orfanato possui um ar aconchegante.
-- Você sempre vem aqui?
-- Sim, há 5 anos venho aqui e trago presentes ou simplesmente faço uma visita. Meu pai me trouxe aqui durante uma fase rebelde.
-- Você fala como se fosse um velho, tendo somente 17 anos.
-- Talvez velho de espírito. Eu quero te apresentar uns amigos meus, você vai gostar.
-- Como sabe qual será minha reação?
-- Por que eles são pessoas cativantes.
Uma mulher cumprimenta William, se apresenta para Natália e diz ser Sarah, a diretora do orfanato. William decidi fazer um tour pelo orfanato e conhecer as outras crianças antes de apresentar seus amigos.
Natália acaba conquistando as crianças, diferentes de suas expectativas, são felizes.
-- Simmons virou o centro das atenções, assim me sinto deixado de lado -- Encenação dramática, as crianças o abraçaram, formando um grande abraço coletivo.
-- Crianças! Hora do almoço! -- Fala um funcionário, as crianças deixam William e correm.
-- Elas te trocaram facilmente.
-- É o preço a se pagar pelo amor, deixar que sejam felizes, mesmo que não seja você o motivo. Vamos conhecer meus amigos?
-- Claro que sim, não fiquei esperando todo esse tempo para nada. É hora do almoço e eu já estou com fome.
-- Você só pensa em comida? -- Pergunta William, provocando.
-- Não! eu penso em dormir também! -- Responde Natália.
William guia Natália, sobem as escadas até o segundo andar, passam por um corredor cheio de quarto até entrarem no quarto 23.
-- Oi pessoal, como vocês estão?
-- Estamos todos bem, Will, e você? -- Responde uma garotinha carregando um urso.
-- Melhor impossível. Alan ainda precisa da minha ajuda na escola?
-- Não, eu consigo responder tudo sozinho -- Retruca um garoto de 12 anos.
-- Que bom. Eu quero apresentar uma amiga minha, está é Natália Simmons.
-- Olá!
-- Natália esses são Jenny, Alan, Chris, e Michael.
-- Olá! -- Saúdam os garotos.
-- Hoje, nós somos todos de vocês, aproveitem!
(...)
-- Nunca pensei que brincar me deixá-se tão exausta -- Comenta Natália recuperando o fôlego, esparramada no sofá, William não está diferente.
-- Somos velhos na frente dessas crianças. Elas me fazem lembrar de quando eu era criança, uma vez eu pedi ao papai noel um irmão...
-- O pedido foi atendido?
-- Sim, eu ganhei uma irmã, Lilian.
-- Eu não tenho irmãos, por isso não posso dizer se é ruim ou bom. Eu lembro de um pedido meu, quando tinha 6 anos a moda era as meias listradas e eu pedir um par para minha mãe, ela não me deu. Decidi escrever para o papai noel, mas não ganhei nada naquele ano.
-- Você é estranha Simmons, um par de meias listradas? Sério?
Natália joga uma almofada em William.
-- Não critique meus gostos! Você me chama de Simmons, acredite não combina com sua voz.
-- Sugere que eu a chame como?
-- Natália. Soa melhor em sua voz-- Fala distraída, não percebendo o minuto em William ficou tenso. Por uns minutos o silêncio reina.
-- São 5 horas da tarde, logo a noite chega -- Comenta William olhando o relógio no pulso.
-- Melhor eu ir para casa...
-- Quer companhia até em casa? -- Sugere, não queria que Natália fosse sozinha para casa.
-- Não precisa, eu sei me cuidar, até amanhã.
Natália levanta, pega sua bolsa e sai. William observa seus movimentos, parado no sofá, esperando um sinal para ir embora.
Natália... Um nome bonito, como ela.
(...)
A noite chegara, a lua na fase minguante, como um sorriso fino e brilhante. Algumas lojas estão fechadas, a maioria aberta para aproveitar o natal. Não há neve na Flórida, o estado do Sol.
Um papai noel dançarino, com uma roupa esquisita, está na calçada de uma loja de calçados, dançando sozinho, sem plateia.
-- Natal, onde tudo pode acontecer -- Comenta Natália. Subitamente o papai noel leva um tombo, só então percebeu o por quê de não haver uma plateia ali, está bêbado. Por que as pessoas sempre bebem? Natália jamais beberia um gole de álcool.
Natália corre até ele, o ajuda a sentar em um banco de cimento, apesar dele estar acima do peso.
-- O senhor está bem?
-- Melhor agora, por se acudido por uma moça jovem e gentil.
-- Obrigada, o senhor está sozinho?
-- Sim...
-- Possui o numero de algum parente, para que eu possa ligar?
-- Sim, mas deve estar na agenda. Não se preocupe comigo, eu não sou tão velho assim.
-- Velho o suficiente para não beber mais. Você pode acabar se machucando.
-- A bebida me faz esquecer as lembranças ruins, por um instante, eu tenho paz.
-- A bebida não irá lhe ajudar a enfrentar seus problemas, se não enfrentar, não irá ter paz.
-- Esse conselho serve para você, tem um coração grande, mas precisa de coragem. Eu já sou velho, não tenho como mudar o passado, mas você é jovem, tem como escrever o futuro.
Natália sentiu-se abalada com aquele conselho, ficou junto ao senhor, conversando e compartilhando seus problemas, até que seu filho o levou para casa. Tarde da noite, ela partiu para casa.
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3 dias para o Natal
RomanceNatália tem 17 anos e não, ela não acredita em papai noel ou coisa do tipo. Todos as chamam de descrente, por acreditar no real, na realidade, ser tão cética em relação às pessoas. Todos podem mudar, até mesmo a pessoa mais cabeça dura pode mudar, s...