Imperatriz

A Batalha das Montanhas

Algo de errado ocorria naquele mundo cavernoso, pouco iluminado por tochas, as sombras rasgavam essas pequenas luzes como fossem canivete em uma dança mortal no papel, passos pesados e estardalhaço das armaduras não deixavam dúvidas, era hora de batalha.:

- Meia volta volver ! - Diria um general com um terno destruído e flamejante, cabelos brancos lhe davam aparência de uma pessoa jovem adulta, no máximo 24 anos, apesar de sua roupa normal, era destrutivo e mortal, pronto para matar quem se opusesse à marcha.

Após essa ordem, o numeroso exército estava surgindo da terra como fosse novas plantas à serem colhidas, possuíam armadura negra com retalhos avermelhados escaldantes, o fogo da forja ainda seria possível de ser visto, os elmos cobriam totalmente o rosto, suas armas eram pesadas e feitas para rasgar a carne, não cortar.

O general por sua vez, estava atrás arrumando alguns preparativos e cuidando da montaria, quando a rainha surgiu, exuberante e imponente, ela ergueu o rosto do mesmo apenas com a grande unha do dedo indicador, sussurrando e sibilando alguma coisa em um dialeto esquecido, seu vestido era o fogo dos vulcões, e o escarlate mais claro que alguém poderia ver, amava essa cor e era o que representava seu vasto reino.

- Já sabe o que fazer, lutar, caçar, prender e retirar. - Diria a rainha golpeando o ar com sua foice negra e esfumaçada, praticamente era fumaça, porém tinha o corte de uma navalha, seus cabelos longos avermelhados dançavam conforme os golpes, até que parou e guardou, retirando-se após a ordem dada ao seu subalterno.

- Realmente..encantadora.- Diria Gatlye, o general. Após colocar a montaria e cela no cavalo, cavalgou para frente do exército com o estandarte draconiano e começaram a marcha pesada, indo em direção ao rival escolhido, os Divinos.

Divinos e Draconianos não se davam bem, ambos eram forças opostas e poderosas o suficiente para causar cataclismos nos mundos de sua residência, eram as duas maiores forças naquele período, realmente temidos sem qualquer tipo de oposição de uma terceira nação.

Após quase uma semana de marcha, passando por desertos e picos extremamente altos, Gatlye acha que errou o caminho, mas quando largou o mapa e virou para trás, não tinha dúvidas do que iria enfrentar, a torre azulada e brilhante com desenhos majestosos e dignos de inveja, era o centro da cidadela, as duas outras torres mais altas faziam parte da Suprema Fortaleza, onde possuía 40 andares cada torre, a cada 5, uma besta gigante de 6 metros estava pronta para atirar nos invasores, ao redor da cidade, uma muralha erguia-se e sustentava as torres, com incríveis 20 metros de altura, vocês já sabem o por que da fortaleza chamar-se suprema.

As cidades divinas eram sempre compostas por grandes edifícios e defesas, visto que eram fracos à algum tempo atrás, com a liderança do rei Magno Continuum, isso mudou e acabou tornando-se punho de ferro em seu governo, era forte e diziam que conseguia espancar os outros reis apenas com um escudo e socos, sem armadura.

Gatlye suou frio quando notou que temporariamente não conseguiria fazer um cerco, pois a própria cidade tinha seus métodos de auta sustentabilidade e suprimentos, na verdade ficou em dúvida como iria proceder o plano Cruzada ( Esse plano consistia em investidas ferozes, numa linha central, expandido-se para os outros lados conforme o avanço, formando a famosa linha ofensiva e paredes laterais defensivas-ofensivas), iria precisar da imperatriz, porém não era boa ideia chamá-la após a mesma ter cedido grande poder e tropas a apenas um general que até um século atrás, era apenas um carniçal.

Para a surpresa do jovem G., o exército divino já estava em vanguarda do portão da fortaleza, talvez tenham interceptado ou percebido grande presença por conta dos passos pesados ou da aura pesada que emitiam, seja como descobriram, estavam lá, divididos em quatro partes.:

Os cavaleiros estavam do lado, à frente tinha os espadachins e lanceiros, atrás os besteiros e arqueiros, e à frente um cara alto, de armadura reluzente e chamativa, parecia um grande general ou herói daquele distrito divino.

Basicamente, G. não arrumou o exército e desceu a colina sem pensar duas vezes, os Draconianos estavam indo com tudo para cima dos Divinos, até que bateram de frente com os espadachins e a batalha sangrenta começou.

Ambas tropas eram atingidas pelas numerosas flechas e a cada lado que se virasse, haviam corpos perfurados ou queimados, marcados e depois explodidos com magias, sangue respingava nos que ainda estavam lutando, de 50.000 Draconianos, sobraram apenas 3.000 por conta da imprudência do líder, e dos divinos de 100.000, restaram ainda incríveis 80.000, mantiveram a formação e estratégia, acabaram ganhando.

Enquanto o campo era destruído e massacrado pelas passadas pesadas e embate de lâminas furiosas rasgando carnes, os dois generais estavam se enfrentando com espadas, um combate que havia começado desde o começo da investida, e depois de 3h, ainda estavam lutando, trocando ferozmente ferimentos e lâminas, os dois recusavam a cair, ambas armaduras ja estavam destruídas na parte de cima, e o rosto marcado por golpes perfurantes e dilacerantes.

Já o Gatlye, não tinha muitos ferimentos, porém internamente estava começando a morrer e falhar seus órgãos por conta do selo da vida que o general oponente utilizou, uma das técnicas mais fortes passadas entre gerações dos divinos, porém quando se usa, o corpo do criador fica 2x mais pesado e cansado além da respiração ficar mais complicada.

Após uma troca quase infinita e nenhum dos dois caindo aos pés do outro, uma grande massa de energia estava sendo sentida por todos, ninguém sabia e nem tinha dimensão do que seria, essa pressão acabou fazendo ambos cederem e sentarem de cansaço, à espera do que estava vindo aparecer de uma vez.

Enquanto não se materializava o tal ser, um ainda tentava atacar o outro, mesmo na batalha campal isso estava acontecendo, porém essa massificação deu cabo nas energias de todos, como se o que estivesse vindo, seria importante de mais para ser ignorado, para continuarem com um combate fútil.