Sem notícias suas.

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   Acordei com uma baita ressaca. Minha cabeça doía, meu corpo parecia estar todo quebrado. Tentei sentar e analisar os acontecimentos da minha noite de segunda.

Vamos por pontos:

1º Fui a uma balada em plena segunda-feira

2º Bebi.

3º Encontrei o príncipe encantado.

4º Não beijei o príncipe encantado.

       Droga beijei o Rodrigo. Comecei a lembrar de quantas vezes tinha martelado em minha cabeça que não queria proximidade nenhuma com aquela criatura, e eu simplesmente movida pelo álcool e pela raiva beijei aquele ser. Porque o Henrique tinha que estar com raiva de mim? Ah tinha esquecido ele tinha me surpreendido beijando outro ontem mais cedo. Na verdade, não estava beijando ninguém estava sendo beijada. Beijar e ser beijada são duas coisas diferentes né? Refleti. Eu mereço o beneficio da dúvida. E posso afirmar que meus momentos de reflexão teriam durado mais se Júlia não tivesse se levantado aos berros.

-Biiiiiiiancaa!-Ela gritava-Faltam dez pra sete. Precisamos ir pra faculdade ai meu Deus vou chegar atrasada!Eu tenho prova! –Ela corre para o banheiro desfilando com sua camisola de ursinhos e me levanto para ver se tem algo para comermos na cozinha.

        As aulas foram extremamente monótonas ,estava caindo de sono devido à farra de ontem, nem sei como conseguir me manter de olhos abertos para assistir duas aulas de Fundamentos da Psicologia e mais duas de Fundamentos da Sociologia. Tudo teria sido completamente sem ânimo se meu professor da disciplina de Universidade e a Produção da Força de Trabalho em Enfermagem não tivesse interrompido um pouco a aula para fazer um convite incrível.

-Como assim ficar num hospital em pleno domingo? –Me pergunta Júlia enquanto estamos na cozinha de nossa casa preparando o almoço.

-Bom tecnicamente é como se fosse uma aula de campo, vai quem quer. Eu vou, porque quero já ter alguma experiência em um hospital. Mesmo sabendo que não vou atender ninguém, vai ser legal estar lá auxiliando no cuidado das crianças. -Argumento.

-Ia te levar para conhecer o mirante. - Ela fala.

-Podemos ir outro dia. Se bem que eu já até conheço o lugar. -Falo lembrando o dia que saí com o Henrique.

-Sério? Quem te levou lá?- Júlia perguntou.

-Henrique. –Falo sem querer prolongar a conversa.

-Ele nem deu mais sinal? –Ela indaga.

-Nem sinal. –Falo encerrando o papo.

-Acha que perdeu o interesse? -Júlia me martiriza.

-Queria saber.

      Naquele restante de terça nós almoçamos e fomos trabalhar. Henrique não apareceu no All the Time como fazia de costume. Na quarta feira procurei vê-lo na entrada da faculdade, mas pelo visto ele não foi. Na quinta-feira à noite esbarrei com Bernardo no supermercado e ele me contou que tinha sido aprovado em um curso de desenho e por isso tinha trancado música, o parabenizei e fiquei-me remoendo se perguntava ou não pelo Henrique. Estava extremamente desesperada e precisava de noticias então fiz a maior burrice que poderia ter feito.

-Sabe dizer se o Henrique está hum, chateado comigo? -Senti meu rosto queimar diante da pergunta que eu fazia. Será possível que eu Maria Bianca Fernandes estava correndo atrás de homem?

-Que eu saiba não. - Ele falou calmamente. Nós dois sabíamos o quanto eu e Henrique tínhamos nos provocado na segunda-feira, natural seria se o Henrique me odiasse. Afinal ele falou que eu ia pagar, será que o pagamento era o desprezo e a falta de interesse dele? Ou melhor, sua ausência? –Ele só está ocupado. Ele concluiu.

Ao som das batidas do seu coração .Onde histórias criam vida. Descubra agora