Diagnósticos.

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       Estou indo para o Hospital, não consigo acreditar que o pai do Henrique teve uma overdose, ele sempre me pareceu uma pessoa tranquila não me lembrava de te ló visto bebendo ou ingerindo quaisquer medicamentos. Só consigo imaginar o tamanho do desespero do meu namorado, ele é tão apegado ao pai, deve estar arrasado de tanta preocupação.

- Você sabe se o Jorge está fora de perigo?-Júlia pergunta.

-Fernanda não me contou muita coisa, ela só falou que o pai deu entrada no hospital devido a uma overdose. -Respondo.

-Mas sabem o que ele ingeriu?-Jú questiona.

-Remédios. Acredito que já devam saber quais. –Digo.

-O Henrique vem te buscar?- Jú pergunta e já começo a me sentir um tanto sufocada com tantas perguntas.

-Vou com o Bernardo, você me acompanha?-A convido. - Acho que vai ser bom para Fê e Henri terem a gente por perto. -Sugiro e ela balança a cabeça dizendo que sim.

      Bernardo veio nos pegar e durante o trajeto ninguém disse nada, acho que todos estavam com medo de que acontecesse o pior. Na verdade estávamos extremamente preocupados em como Henrique e Fernanda reagiriam se isso acontecesse ambos são loucos pelo pai, e perder o Jorge seria como perder o alicerce daquela família.

       Adentramos dentro do hospital e fomos direto a recepção para nos informarem em que ala a família Arqueniun estava. Conseguimos a informação que desejávamos e seguimos por corredores brancos repletos de salas, em pensar que cada pedacinho deste lugar conta histórias de percas, tristezas, vitórias e milagres sinto-me arrepiada. Um dia serei testemunhas de experiências assim, assistirei de perto episódios que me exigiram muita força e tudo que desejo é competência para conseguir vivenciar tudo isso.

      Avisto de longe Fernanda e a mãe sentada em cadeiras enquanto Henrique parece afundar o chão do corredor olhando em direção ao quarto onde provavelmente seu pai se encontra internado.

-Não faz sentido isso!-Henrique esbraveja, e vejo o quão nervoso ele está, corro em sua direção e o envolvo em meus braços.

-Oi. -Digo depositando um beijo , em seu rosto úmido de lágrimas.

-Falaram que ele tentou suicídio Bianca! Ele nunca faria isso amor, nunca!-A voz de Henrique embargava em meio a lagrimas.- Eu entendia seu desespero, se seu pai realmente tivesse tentado suicídio era porque não estava feliz, e isso derrubava todo castelo que Henri acreditara sobre sua família unida e prospera.

- Vai ficar tudo bem. –Falei afagando suas costas tentando amenizar a dor que o esfaqueava por dentro. -

-Tem que ficar. -Ele disse enquanto observava sua mãe e sua irmã se abraçarem tomadas pelo medo.

          Algumas horas se passaram e permanecíamos todos abraçados fazendo orações em silencio , apenas esperando noticias, fossem elas boas ou ruins. Vítor que havia chegado a pouco, agora cochichava mensagens de apoio para Fernanda que só conseguia soluçar e se encolher no colo do primo como uma pequena menina. Henrique tentava transparecer força, porém seu semblante mostrava o quão cansado estava. Seus olhos azuis agora se encontravam contornados pelo vermelho proveniente do choro e da falta de sono. Perdi a conta de quantos copos de café ele tomara desde o momento em que chegou talvez sete ou oito xicaras, não sei, só sei que a cafeína servira para cessar um pouco seu plangor. Até o instante em que o medico finalmente apareceu. Vi o rosto da mãe do Henrique ir de rubro para branco rapidamente, seus olhos focando diretamente em um prontuário que se encontrava nas mãos um tanto distantes do profissional de saúde.

Ao som das batidas do seu coração .Onde histórias criam vida. Descubra agora