Capíтυlo 4

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Socorro ¹
_,,_

*Luanna*

Meu passeio solitário pelo shopping estava mais entediante do que nunca. Resolvi ir ver um filme e depois ir embora, já que estava ficando tarde.

Eram 8hrs quando o filme finalmente terminou. As lojas estavam fechadas e algumas ainda estavam fechando.

Pensei em chamar Caio ou Mathew para me buscar mas lembrei que meu pai estava trabalhando e Mathew estava sem celular.

Terei que ir sozinha - pensei.

O céu estava escuro e sem estrelas. A Lua não brilhava tanto. Uma sensação ruin caminha pelo meu corpo enquanto eu esperava meu ônibus. Estranhei o fato da rua estar vazia pois era noite mas não era tão tarde.

Na escuridão eu avistei 4 homens. Três deles estavam bêbados e um parecia mais sóbrio.

"Olha o que temos ali" - falou um dos homens bêbados apontando diretamente para mim.

Estavam vindo na minha direção.

Gargalhadas e mais gargalhadas vindas daqueles homens.

Medo.
Desespero.
Eu estava sozinha.

Quando percebi que estavam perto, resolvi correr. Não fui rápida o suficiente, o mais sóbrio me alcançou e me segurou pelos braços. Ele aparentava ter uns 29 anos. Seu olhar maldoso pousava no meu corpo.

"Essa aqui é minha!!" - disse rindo da situação.

_Pode levar minha bolça, moço, mas p-por favor me... me deixe ir. - o desespero me consumia e as lágrimas molhava o meu rosto.

"Não quero dinheiro não. Quero você" - a malícia e a maldade estava no olhar e no tom de voz daquele homem.

Ele me puchava pelo braço para um beco escuro. Eu lutava, tentava escapar dos seus braços, gritava por ajuda, me desesperava.

"CALA ESSA MALDITA BOCA"

Me deu um tapa tão forte que caí para trás e bati minha cabeça. O sangue do corte feito escorria pela minha testa e eu estava tonta. O mundo a minha volta estava desabando.

Não sabia ao certo onde estava. O homem me jogou no chão com brutalidade. Abriu o zíper de sua calça.

Usada.
Humilhada.
Suja.
Violada.
Imunda.

Ele usava do meu corpo para sentir prazer.

Eu queria morrer.

Mais do que nunca eu queria a morte.

Eu sentia dor. Uma dor interna e externa. Doía muito. Não aguentei, desmaiei com ele ali, me violando.

_,,_,,_,,_

*Matthew*

_Oi pai - meu pai avia finalmente chegado em casa. Já eram 10:35 AM.

_Oi - respondeu da forma mais fria possível - onde está sua irmã?

Lua me avisou que ia sair, só não sei para onde. Um sentimento ruin me atormentava, como se ela estivesse precisando de mim naquele exato momento.

_Não sei - eu estava preocupado - ela saiu.

_Me avise quando ela chegar.- disse e seguiu para o quarto.

_,,_,,_,,_

*Luanna*

Dor de cabeça. Dor no corpo. Tontura. Acabou. Ele se foi. Eu tinha que me levantar, estava jogada no chão. Eu estava violada, suja.

Me levantei. O filho da puta rasgou minha calcinha, pensei. Pelo menos não roubou meu celular. Eu estava com medo de sair daquele beco e encontrar a face de quem violou o que eu tinha de mais precioso.

Poderia ligar para o meu pai. Poderia ligar para minha casa. Algo me fez ligar para ninguém mais, ninguém menos que Benjamin Stuart.

" Alô." - sua voz parecia sonolenta - "Alô?... Lua, eu vi seu número" - eu não conseguia falar... não sabia se podia confiar nele... ou confiar em algum outro homem que não seja Caio ou Mathew - " Lua, fala alguma coisa. Oque ouve? -  deu uma pausa - Eu sei que está ai, posso ouvir sua  respiração." - medo. Eu tinha medo... desliguei.

Sai daquele beco. A rua estava vazia, assim como antes. Não demorou muito e passou um ônibus. Sentei-me ao lado da janela e observei a cidade passando pelos meus olhos enquanto eu desejava morrer ali mesmo.

Depois de vinte minutos eu já estava em casa. Entrei e vi Mathew dormindo no sofá. Não quis acorda-lo então fui para o meu quarto. As lágrimas insistiam em decer. A dor me consumia.

Peguei as minhas lâminas. Fui para o banheiro e liguei o chuveiro. Não tive forças nem para tirar minha roupa. Ali mesmo, com a água passando pelo meu corpo, iniciei o primeiro corte. Foi um corte profundo. Depois me cortei por inteira. Cortei meus braços, minhas pernas minha cintura... Mas nada doia mais que a dor interna que eu sentia.

_Lua, é você? - ele parecia preocupado. - Luanna?

Eu estava chorando muito. Não sabia se conseguiria responder, não sabia de poderia fingir estar tudo bem.

_S-sim. - minha voz chorosa me entregou.

_Você ta chorando? Lua o que ouve? - ele batia na porta - Me deixe entrar!!

_Estou tomando banho. - mentira - Mathew... E-eu estou - eu não podia terminar aquela frase. Não estava bem.

_Lua, sou seu irmão! Me deixe entrar - deu uma pausa - , quero te ajudar. Oque aconteceu?!?

Oque aconteceu foi que eu estava voltando de um passeio e fui violada. Um homem tirou de mim meu bem mais precioso. Eu fui usada e jogada fora. Eu queria morrer - pensei. Era tudo o que eu queria dizer mas não conseguia.

_Nada. Está... está tudo b-bem. Sério.

_NÃO LUA!!! - se alterou - Não tá tudo bem!!! Eu sei disso! Eu sinto isso! Por mais que você diga que está bem, eu sei que não está. Então saiba que eu não vou deixar você ai. Luanna eu sou seu irmão gêmeo. Oque você sente, eu também sinto!!!!

LUA (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora