25. PEDRA NO SAPATO

132 25 128
                                    

— Você está de brincadeira comigo né? — Victor perguntou.

Eu queria enfiar minha cara em um buraco e ficar lá para sempre, mas não ia adiantar nada.

Tinha que resolver isso logo e deixar tudo bem claro para ele.

— Não, não é brincadeira alguma.

Ele ficou sentado no sofá.

Apenas pensando e olhando para mim.

— Não sei o que dizer — Ele falou, passou as mãos nos cabelos e retornou a dizer a mesma frase: — Não sei o que dizer.

— Achei que seria assim.

— Isso é cruel.

— Sim. Você já pode sair agora.

— Você quer mesmo que eu vá?

— Não, mas você tem que ir.

Ele não estava facilitando.

Eu apenas queria acabar com a nossa relação, com todo aquele sentimento envolvido em algo que não daria certo.

Ter ele ali me causava uma sensação estranha.

Era desconfortável.

Ele estava ali, eu estava toda acabada e tinha chorado por ele no dia anterior.

Eu não tinha o costume de ficar chorando por babaca nenhum.

Muito menos de pedir ajuda para o anão e ele me fez fazer isso.

Ele me tornou vulnerável e eu não gostava disso, mas também não podia evitar.

— Eu tenho que te dizer uma coisa antes — Ele falou e se levantou do sofá.

— Então diz.

— Eu também sinto alguma coisa por você. Um sentimento diferente e eu não quero destruir isso.

Os olhos azuis dele sempre tinham que estar focados em mim, sempre tinham que me fazer sentir mais fodida do que eu era.

— Seja específico, Victor. Ou isso aqui não vai dar certo.

— Então está bom. Vamos namorar.

Morri.

ESTOU MORTA E ENTERRADA.

— Assim do nada? No duro mesmo?

— Eu sinto algo por você.

— Tesão, fogo no cu, vontade de me comer...

— Isso também — Ele falou e eu dei um tapa no braço dele.

— Você é sincero demais.

— Agora é sério: eu quero tentar. Eu gosto de você e se a gente se esforçar, vamos ficar bem.

Não acredito que ele estava me propondo isso.

Como diz a música do Chorão: dias de luta, dias de glória.

— Gostar é muito pouco, Victor. Eu tenho muitas dúvidas sobre tudo isso.

— Então deixa eu fazer essas dúvidas desaparecerem.

Ele estava sendo fofinho demais. De uma hora para a outra tudo estava ficando engraçado, mais descontraído.

Eu me sentia boba por ter agido tão seriamente, por ter chorado.

Era isso.

Eu e Victor ficaríamos bem.

— Então, vamos tentar?

É Você Que TemOnde histórias criam vida. Descubra agora