— Você está de brincadeira comigo né? — Victor perguntou.
Eu queria enfiar minha cara em um buraco e ficar lá para sempre, mas não ia adiantar nada.
Tinha que resolver isso logo e deixar tudo bem claro para ele.
— Não, não é brincadeira alguma.
Ele ficou sentado no sofá.
Apenas pensando e olhando para mim.
— Não sei o que dizer — Ele falou, passou as mãos nos cabelos e retornou a dizer a mesma frase: — Não sei o que dizer.
— Achei que seria assim.
— Isso é cruel.
— Sim. Você já pode sair agora.
— Você quer mesmo que eu vá?
— Não, mas você tem que ir.
Ele não estava facilitando.
Eu apenas queria acabar com a nossa relação, com todo aquele sentimento envolvido em algo que não daria certo.
Ter ele ali me causava uma sensação estranha.
Era desconfortável.
Ele estava ali, eu estava toda acabada e tinha chorado por ele no dia anterior.
Eu não tinha o costume de ficar chorando por babaca nenhum.
Muito menos de pedir ajuda para o anão e ele me fez fazer isso.
Ele me tornou vulnerável e eu não gostava disso, mas também não podia evitar.
— Eu tenho que te dizer uma coisa antes — Ele falou e se levantou do sofá.
— Então diz.
— Eu também sinto alguma coisa por você. Um sentimento diferente e eu não quero destruir isso.
Os olhos azuis dele sempre tinham que estar focados em mim, sempre tinham que me fazer sentir mais fodida do que eu era.
— Seja específico, Victor. Ou isso aqui não vai dar certo.
— Então está bom. Vamos namorar.
Morri.
ESTOU MORTA E ENTERRADA.
— Assim do nada? No duro mesmo?
— Eu sinto algo por você.
— Tesão, fogo no cu, vontade de me comer...
— Isso também — Ele falou e eu dei um tapa no braço dele.
— Você é sincero demais.
— Agora é sério: eu quero tentar. Eu gosto de você e se a gente se esforçar, vamos ficar bem.
Não acredito que ele estava me propondo isso.
Como diz a música do Chorão: dias de luta, dias de glória.
— Gostar é muito pouco, Victor. Eu tenho muitas dúvidas sobre tudo isso.
— Então deixa eu fazer essas dúvidas desaparecerem.
Ele estava sendo fofinho demais. De uma hora para a outra tudo estava ficando engraçado, mais descontraído.
Eu me sentia boba por ter agido tão seriamente, por ter chorado.
Era isso.
Eu e Victor ficaríamos bem.
— Então, vamos tentar?
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É Você Que Tem
RomanceAos 16 anos, Evilyn definitivamente não imaginava que ia passar o resto da sua vida dessa maneira: solteirona aos 25 anos, morando com a prima mais nova e seu namorado retardado/anão. Numa manhã corrida de setembro, após uma longa jornada de trabalh...