36. VAMOS TODOS DIZER "SIM"

75 18 51
                                    

Evilyn

André resolveu acordar cedo e me estressar no primeiro dia do ano.

Cinco horas da manhã e ele me obrigando a passar manteiga no pão dele enquanto ele se arrumava.

Tomamos café da manhã rápido, afinal a casa dos meus pais era meio longe, devia ser uma hora de carro.

Lá era tipo interior, tudo muito calmo, mas tinha a parte que era movimentada quase perto da cidade, onde morávamos.

Fomos resolver uns pepinos e falar com o pai da Betinha, que não tinha nem conhecimento de nada que estava acontecendo.

Sendo o anão, ele queria fazer tudo da forma antiga: pedir ao pai da Betinha primeiro.

Eu já tinha até gravado o número da ambulância no celular, só para o caso de tio Bruno ter um ataque histérico.

Fora isso, estava tudo nas minhas costas (decoração: tinha que fazer tudo sozinha).

Tínhamos escondido tudo no porta-malas do carro uns dias antes e foi o maior trabalho para chegar na casa dos meus pais com tudo aquilo.

Apertei a campainha da casa no maior desespero e cheio de sacolas.

O portão era automático e logo se abriu, então já fui logo dando de cara com os meus parentes que eu raramente visitava.

Assim que viram o anão e eu, o pessoal veio logo cumprimentar. Aquela coisa toda de família que eu achava até falsa vinda de alguns tipos que eu nem falava.

— Minha filha, quanto tempo — Mamãe falou e me abraçou. Um abraço não retribuído por causa das sacolas.

Só larguei as malditas sacolas quando vi meu pai, Sérgio. Melhor pai e melhor pessoa do mundo.

— Pai! — Falei o abraçando.

— Filha, como você está linda! Faz tanto tempo que não vemos você e o André!

— A Roberta também, mas ela está dormindo.

— Vocês têm que nos visitar mais vezes.

— Vamos tentar, é que quase a família toda se mudou para o mesmo lugar...

— Sim, sua tia Sueli, Eliete, são nossos vizinhos! Estamos todos velhos e queremos aproveitar mais nossa velhice nesse lugar calmo.

— Faz sentido.

Tia Sueli veio logo me abraçando e acabando com a conversa.

— Evilyn, como você cresceu!

— Verdade, tia.

— Envelheceu também, não é? 25 anos! E os namorados? Quando sai o casamento, minha sobrinha?

Oito horas da manhã e tia Sueli me perguntando se eu tinha namorado.

— Eu estou namorando, tia. Ele vem hoje, aí vocês podem conhecer ele.

— Faz quando tempo, minha sobrinha?

— Eu conheci ele em setembro tia, mas começamos a namorar faz pouco tempo.

— Então não vai ter casamento? Ah, eu estava louca para organizar tudo, como sempre fiz com seus primos... você sabe, eu adoro casamentos...

— Eu não serei noiva tão cedo tia, mas a Roberta sim.

Minha tia finalmente notou o André do meu lado e as sacolas no chão.

O anão abriu um sorriso estridente, totalmente suspeito.

— Vou pedir a Roberta em casamento hoje e espero a ajuda de vocês.

É Você Que TemOnde histórias criam vida. Descubra agora