Capítulo Único

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Por quanto tempo mais eu teria que agüentar? Aquele homem não parava de falar nem ao menos para respirar! Eu estava quase explodindo.

– ... Lavar minhas roupas, polir minha armadura, verificar os convidados para o torneio no próximo mês, meu quarto está infestado de cupins e você não o arrumou direito... - E ele continuava falando. Mas tudo bem. Eu gostava de ouvir sua voz, apesar de não estar num tom muito agradável. A minha vontade, às vezes, é de conjurar um escudo toda vez que ele se exalta e acaba cuspindo em mim. Sério que precisava chegar a este ponto? - ... Morgana está sem a serva dela faz alguns dias e por isso você vai ajudá-la também, e não quero ouvir reclamações. Se bem que sendo você eu acho isso um pouco difícil! Mas voltando ao que interessa: Eu preciso de uma espada nova hoje, porque haverá um treino para quando começarmos a selecionar os cavaleiros que irão participar do torneio...

– Pra que essa classificação toda se já sabemos que você vai ser o escolhido?

– Não me interrompa quando eu estiver lhe dando ordens, Merlin. Mas respondendo à sua pergunta inútil – Se é inútil, porque ele ia responder? – É para simplesmente, eu poder testar as minhas habilidades...

– Mas não é pra isso que serve o torneio?

– Você me interrompeu outra vez!

– Sim. Desculpe, senhor.

– Não foi uma pergunta, Merlin.

– Senhor...

– O QUE FOI?

– Porque está de mau humor?

– Deve ser – Ele se aproximou de mim. Podia sentir sua respiração. Neste momento, uma parte do meu corpo pareceu tomar vida própria. - Porque... - Eu não podia culpá-lo, afinal de contas, Arthur era Arthur. – O meu servo é tão idiota... QUE NÃO ATÉ AGORA NÃO TROUXE O MEU CAFÉ DA MANHÃ!

Eu definitivamente precisava de um escudo mágico.

Exaustivo. Palavra perfeita para definir aquele dia. Eu estava mais cansado do que de costume.

– Merlin, já esquentou a água do meu banho?

Já era de noite. A água do banho já estava quente e eu já havia respondido a esta pergunta antes... Mais de uma vez.

– Mas é claro, Arthur.

– Mas é claro? Isso é jeito de falar com seu senhor, Merlin?

– Não senhor. Desculpe senhor.

Tenho que lembrar de nunca mais esquecer do café da manhã de Arthur.

Ele foi para trás do roupeiro* e lá, tirou suas roupas para tomar banho. Nu, ele passou por mim e entrou na banheira cheia de água quente. Eu não conseguia nem ao menos piscar e fiquei imaginando se ele havia percebido.

De repente, um jorro de água quente voou em minha direção. É. Ele percebeu.

– O que você está olhando, Merlin?

– Me desculpe, senhor.

Peguei uma bolsa que estava no canto do quarto. Arthur ficou me encarando para ver o que eu estava fazendo, desconfiado. Apenas fingi que não tinha percebido e fui para trás do roupeiro* para trocar-me.

– Merlin...

Eu não respondi. Continuei fingindo que não estava percebendo que Arthur me olhava.

– Merlin...

Coloquei a cabeça pela extremidade do roupeiro*.

– O que foi?

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