Primeiro dia

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O prédio do McKinley High School não era impressionante ou algo do tipo, mas a sensação de estar no ensino médio já era o suficiente para causar euforia em todos os freshmans. Meu papa decidiu me levar no primeiro dia para pegar meus horários e dar uma olhada no treino das Cheerios para ver se entrar para o pelotão não iria me prejudicar. Meu horário podia ser considerado terrível, eu teria que fazer inglês, espanhol, álgebra, geometria, biologia, química, física, historia, geografia, educação física e saúde, e como eletiva eu entraria para a torcida o que me renderia muitos créditos para a faculdade.

"Hija eu preciso ir, você pegou tudo?" Meu pai me perguntou pela milésima vez desde que saímos da secretaria, ainda faltavam 20 minutos para o sinal tocar e alguns alunos já estavam começando a chegar.

"Sim papa e você já pode ir, eu sou freshman e não tem nada mais humilhante do que ficar andando com o pai pela escola." Meu pai balançou a cabeça e deu um sorriso. Essa era a magia do meu pai, ele entendia como a hierarquia escolar funcionava e se pudesse evitar me fazer passar por situações vergonhosas, ele evitava.

"Estou indo hija, você fica me devendo um beijo. Tchau, tenha um bom dia e juízo ein Santana."

Depois que meu pai saiu eu comecei a procurar o armário 287 que seria o meu pelo resto do ano, graças a Deus ele ficava perto da saída e na parte de cima, não seria nem um pouco legal ficar abaixada para pegar minhas coisas usando aquela saia das Cheerios. Peguei meu livro de inglês e o de geografia já que seriam minhas primeiras aulas antes do intervalo e aproveitei para pregar algumas fotos, uma minha e de Britt, uma da Trindade Profana e uma com meus pais e minha abuela.

"Santana." Virei e dei de cara com Quinn e seus pais, o sorriso em meu rosto morreu na hora só de olhar para a cara de Russel Fabray.

"Olá Sr e Sra Fabray, oi Quinn." Os Fabray acenaram com a cabeça e Quinn sorriu para mim, a mãe dela perguntou se eu também faria teste para a torcida e eu assenti e ela começou a nos contar que ela tinha feito parte da torcida quando mais jovens e engatamos no assunto.

"Judy, vamos embora." Russel falou e nós três olhamos para ele enquanto ele olhava fixamente para a porta de entrada. Hiram e Leroy Berry estavam entrando na escola com Rachel no meio deles, eles três estavam sorrindo e os dois homens tinham os braços ao redor da filha enquanto ela falava alguma coisa, eles pareciam uma família feliz como qualquer outra para mim, mas é claro que o homofóbico número 1 de Lima não pensava como eu. "Eu ainda não aceito esse absurdo, essa menina deveria ser proibida de estudar junto com as crianças normais."

Fechei minha cara na hora e eu percebi que Quinn estava constrangida com toda a situação, mas é claro que ela não falaria nada.

"Eu não quero você perto dessa menina Quinn, se algum professor tentar te colocar junto com ela para algum trabalho ou exercício você peça para ir a diretoria e explique ao Figgins que eu não admito essa aberração perto de você. Nos vemos em casa." E dito isso ele saiu andando com a Sra Fabray praticamente correndo atrás dele, Quinn deu um suspiro longo e ficou encarando os Berry.

"Eles não são aberrações Quinn. Rachel se veste mal e consegue ser bem chata, mas eles são uma família como outra qualquer, você consegue ver isso não consegue?" Ela assentiu e continuou olhando para os Berry enquanto eles entravam na secretaria.

"Quinn." Uma voz interrompeu o momento e pela primeira vez eu fiquei feliz de ver o bonecão do posto, pelo menos o momento esquisito ia passar e eu ainda ir poder me divertir um pouco as custas de Quinn.

"Olá Finn." Pelo tom de voz dela, ela parecia estar cumprimentando o carrasco dela, mas é claro que o namorado bobalhão não percebeu isso e tratou logo de colar a boca na dela, coitada.

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