Capitulo 1 (Joana)

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Lá estava eu com mais um cliente, estava tão farta desta vida, começo a pensar que nunca conseguirei sair dela.
- Acabou o seu tempo.- disse eu levantando-me e saindo da minha posição.
- Só acaba quando eu disser!- dizendo isto puxou-me e pôs-se em cima de mim.
- Larga-me, seu porco!- ele não me largava e eu já me estava a passar então peguei na garrafa de champanhe meia cheia e acertei-lhe com ela na cabeça derramando o resto daquele líquido meio dourado em cima do meu corpo.
Consegui ver a fúria nos seus olhos e comecei a levantar-me pronta para agarrar o que quer que fosse para me defender, lembrei-me do canivete que tinha na minha bolsa prateada.
Quando a ia a agarrar ele agarrou-me e ia me esganar até que eu lhe dei um pontapé bem nos seus tomates . Peguei na minha mala que estava no chão e retirei o meu canivete, que a minha prima me tinha dado para este tipo de situações .
- Sua cabra burra, vais apanhar!- disse ele ainda agarrado aos seus preciosos.
Ele estava passado conseguia ver todas as veias dele bem salientes. Ele ia para tirar algo do bolso das suas calças  que estavam mesmo ao lado dele e eu sabia que seria algo que ele usaria contra mim, então atirei me a ele e espetei-lhe o meu canivete dourado na barriga e logo de seguida retirei-o, ele gritou, um grito tão alto que penso que terá sido ouvido do corredor do hotel, eu não hesitei e espetei-lho no pescoço. Foi aí que todo o sangue salpicou sobre mim.
Mal ele morreu fui ao bolso dele ver o que ele iria usar, era um canivete muito parecido ao meu, mas em vez de ser dourado era vermelho, bem nesta situação já eram iguais.
Chamei imediatamente a polícia e expliquei lhe imediatamente tudo na esperança que eles percebessem a situação, disse-lhes que tinha sido em legítima defesa, mas claro que ninguém acreditou numa simples prostituta.
Algemaram-me e eu estava tão incrédula que não tive reação se não apenas aceitar, sem ainda perceber o que se estava a passar.
Passei dois dias na esquadra até me levarem para uma prisão federal.
Era impossível provar-lhes que eu era inocente, eles não acreditavam, parece que já não havia volta a dar.
Quando me apontaram o meu "quarto" apenas me lembrei daquela série chamada "Orange is the new black" que eu costumava ver com a minha prima, pois os "quartos" eram cubículos exatamente como na série, uns ao lado dos outros, sem grades, apenas cubículos com três paredes.
Estava na altura do recreio então não tinha ainda oportunidade de conhecer a minha colega de "cela".
Sentei-me na cama a pensar em tudo o que tinha acontecido.
Quando me apercebi tinha alguém a gritar o meu nome:
- Joana? O que é que estás a fazer aqui?- era a Madalena a minha antiga traficante, éramos grandes amigas e do nada perdi o contacto com ela, pensei que estivesse em fuga ou assim, pelos vistos estava aqui.
- Madalena?! É ótimo ver-te! Fui presa, como consegues ver. Estava com um cliente e ele começou a abusar e eu tive de o matar, era ele ou eu, foi em legítima defesa, mas claro que ninguém acredita numa prostituta qualquer.
- Vais ficar em que cela?
- Penso que seja aqui, pelo menos foi o que a guarda disse.- disse lhe a lembrar me dos acontecimentos passados.
- Vamos ser colegas de "quarto"- Quando ela disse isto esbocei um pequeno sorriso, ela era super simpática e divertida, era simplesmente uma vitima das circunstâncias, mas a verdade é que tudo isto parece uma cena de um filme só que estamos na prisão e a fada madrinha ainda não transformou este macacão laranja num vestido de baile.
Era bom saber que tinha alguém conhecido cá dentro.
Foi nesse momento que vi a Bá. Não acredito que ela tinha sido apanhada, ela também era uma prostituta por isso ela compreendia. Fui ter com ela e estivemos à conversa.
Não estava com medo da prisão, mas agora depois de tudo isto confesso quer sentia mais confortável por conhecer alguém, lá fora não tinha propriamente muito apoio ou até grandes amigos excetuando os que estavam cá dentro.

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