・Prólogo・✔

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13 anos antes...

Já estava ficando tarde, passava das 21h e eu ainda estava no escritório terminando de assinar alguns papéis para ir para casa ver minha amada esposa e querida filha, elas eram tudo para mim.

Depois de tudo, consegui atingir meus objetivos, afinal eu tinha minha empresa e uma vida boa e estável, mesmo que no começo muitos tenham me apontado e dito que eu não conseguiria mas cá estava eu, era reconhecido na alta sociedade, um dos três maiores empresários de Nova York, eu sabia o que era ser pobre e não ter nada, estudei, consegui minha bolsa na faculdade e batalhei até conseguir chegar onde estou, dei orgulho aos meus pais e claro a mulher que amo, juntos tivemos o fruto do nosso amor, nossa pequena, amada e doce Manuella, no próximo sábado seria aniversário dela e estávamos preparando uma festa para comemorar, ela faria cinco aninhos.

- Terminou tudo senhor? - Perguntou Luiza, minha nova secretária ao entrar na sala, Marta estava de licença.

- Sim, já estou de saída - Falei levantando e guardando os papéis em minha pasta, terminaria de analisar eles em casa, não tinha notado a aproximação dela até estar colando seu corpo contra o meu ao me empurrar na mesa derrubando algumas coisas.

- Que tal relaxar um pouco? - Perguntou melosa passando as mãos por dentro do meu paletó que estava aberto, olhei incrédulo para ela por sua atitude vulgar, tirei suas mãos de mim. - O senhor parece tenso e cansado...

- O que pensa que esta fazendo? Perdeu a noção do juízo? - Empurrei ela para sair de perto de mim, o que tinha dado nela? Okay, que ela se insinuava pra mim mas nunca tinha dado liberdade pra tal atitude mesmo ela sendo bonita, eu respeitava a mulher que amo e escolhi passar o resto da minha vida. - Posso lhe demitir por isso!

- Admita que o senhor também quer... - Falou segurando meu rosto e beijando meus lábios, tentei afastar ela mas parecia que ela tinha passado cola pois não se afastava de jeito nenhum.

- Will? - Oh meu Deus! Sem tentar mais ser educado afastei ela com certa brutalidade, olhei para porta e lá estavam elas. Emmanuella, minha Emma, linda como sempre com nosso tesouro no colo me olhando com olhos marejados.

- Emma, p-posso exp-plicar, não é o que você esta pensando... - Tentava falar mas eu só conseguia gaguejar as palavras.

- Decidimos fazer uma surpresa ao papai... Não é mesmo meu amor? Mas parece que foi nós que recebemos uma. - Ela falou com nossa pequena já com algumas lágrimas rolando por suas bochechas rosadas, ela era tão linda aos meus olhos, me odiei por ela estar chorando por minha causa, dei um passo em sua direção o que fez ela recuar erguendo a mão pedindo espaço. - Não. Se. Aproxime. De nós duas. Nunca mais.

- Emma, meu amor... - E então ela saiu da sala com magoa estampado em seu rosto, me virei pra pegar meu paletó e pasta pra ir atrás dela quando Luiza veio ao meu encontro tentando me abraçar. - Saia de perto de mim! Esta demitida!

Esbravejei empurrando ela a derrubando no chão, não me importava se tinha machucado ela, fui atrás da minha mulher. "Ela deve me odiar" "Ela não vai me perdoar" "Ela precisa me escutar" era o que martelava em minha cabeça enquanto descia as escadas já que o elevador demorava, ao chegar no térreo o porteiro avisou que ela já tinha ido e estava preocupado com o estado dela o que me deixou com coração na mão, para minha sorte meu carro me esperava na entrada do prédio, sem agradecer ao manobrista entrei e dei partida indo atrás dela.

O trânsito estava horrível como sempre, era Nova York, o que esperar? Batia no volante, xingava e apertava buzina como louco, precisava encontrar elas. Meu telefone começou a tocar, não iria atender, não tinha cabeça para isso. Um aperto tomou conta do meu peito então olhei o celular, era um número desconhecido então segurei o celular olhando fixamente ele, respirei fundo e atendi, fiquei em silêncio prendendo a minha respiração ao sentir um peso no coração.

- Gostaria de falar com o senhor William Collins. - Perguntou a pessoa do outro lado da linha. - Ele se encontra?

- Sim, quem gostaria? - Sim, estava me controlando para não desligar na cara dele, esse trânsito que não andava.

- Aqui é o médico do centro de urgências e emergências do hospital... - Meu corpo gelou, não, isso não podia ser o que eu estava imaginando - A notícia que tenho pra lhe dar não é boa, queria informa que sua filha e sua esposa sofreram um sério acidente de carro, elas ainda não chegaram aqui, estão na ambulância a caminho daqui mas procurei saber dos parentes antes pois é necessário a presença de algum aqui para continuar os procedimentos. Segundo os paramédicos sua filha esta bem na medida do possível, já a sua esposa... Lamento senhor Collins, mas não posso dizer o mesmo.

E ali meu mundo acabou, desabou, deixou de existir, escutei ele dizer o hospital que elas estavam sendo levadas e desliguei, era o mesmo que Carlos era diretor. Carros buzinavam atrás do meu me tirando dos meus devaneios, pisei no acelerador do carro com minha cabeça a mil, minha boca podia estar muda mais meus olhos não, chorei como nunca antes, peguei o celular novamente que eu tinha jogado no banco do carona, no segundo toque ele atendeu.

- Carlos... A Emma... A minha Emma... Ela... - Não conseguia terminar de falar.

- Will? O que houve? O que aconteceu com a Emma? Onde ela esta? - Não conseguia dizer isso a ele, apenas chorei mais sem dizer nada - Esta chorando meu irmão?

- Preciso, que você corra para o hospital - Respirei fundo me recompondo - Quando chegar lá eu conto, vá o mais rápido possível irmão...

Desliguei e segui para o hospital, quando dei por mim eu já estava entrando e exigindo informações sobre elas, o médico veio ao meu encontro e me explicou a situação, não demorou muito para o Carlos chegar e tomar conta da situação.

- Como isso aconteceu? Me conte. - Eu estava sentado em uma das diversas cadeiras de espera com a cabeça entre as mãos e os cotovelos nos joelhos chorando e não tinha vergonha disso, levantei e abracei ele ali, desabei novamente. - Calma Will... Calma meu irmão...

Eu era o culpado de tudo. O médico ainda não tinha nos dado mais informações sobre elas, só que estavam em estado crítico, principalmente a minha Emma.

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