Meu corpo se contorcia e tudo que eu queria nesse momento era acordar, mas se bem que não me parecia um pesadelo e sim um momento tenebroso e real.
- Socorro, socorro, socorro – grito enquanto me debato com a cena horrível que estava se passando em minha cabeça.
Abro meus olhos analisando o ambiente que estava e vejo o olhar perplexo da minha mãe sobre meu estado deplorável, meu pai entra no quarto e senta ao lado de minha mãe com a mesma expressão da mesma, pulo nos braços deles e fico ali por um instante aquele instante que me traz de volta para o mundo real onde eles não podem me atingir, sinto lagrimas descendo atingindo os ombros de meus pais eu não sabia se eles sentiam a mesma aflição que eu, mas ficavam preocupados comigo sempre que ocorria já que era quase sempre.
- Eu tive tanto medo papai – digo ainda em prantos.
- Calma nada irá acontecer com você meu pequeno – disse minha mãe passando sua mão lentamente em minha cabeça até adormece.
Abro meus olhos ainda sonolentos e percebo que estava em meu quarto e meus pais deitados na cama comigo, a noite havia sido difícil e eles fazem de tudo para me ver bem, quando eu tinha cinco anos pedi a meus pais para fazerem um quarto para mim que até então dormia em uma cama ao lado da deles, eu sempre gostei de ser independente e ainda gosto e mesmo que sinta medo não o chamo a não ser quando acordo gritando e eles vêem a meu socorro.
Olho para a janela e um calafrio invade meu corpo, fecho meus olhos e os flashes das imagens passam em minha cabeça me lembrando da noite pavorosa, meu corpo estremece e era como se sentisse algo de ruim ali, volto a abraçar meus pais e continuo a dormir antigamente eu não dormia quase nada e então dormia por fim só quando era vencido pelo cansaço, mas então tudo mudou.
Dez anos Depois. [...]
Estava eu James Patron sentado no banco de traz do carro dos meus pais indo para a outra cidade, no começo eu não gostei muito da idéia de morar em outro lugar, outra cidade, mas como meu pai disse que seria uma oportunidade de conhecer novos amigos, e principalmente ter uma vida melhor já que ele iria ganhar mais com essa promoção eu não quis contestá-lo, aos poucos iam sumindo as casas e os prédios dando espaço ao verde, como meu pai falou que o tempo estimado para chegarmos a San Pietro era de seis horas resolvemos parar em um restaurante na estrada antes de seguir viagem.
- Pai quando chegarmos lá irá direto para casa ou passaremos na empresa que o senhor ira trabalha? - falei o encarando.
- Vamos para casa, depois eu irei sozinho até a empresa para resolver algumas partes burocráticas - falou voltando a comer.
- Entendi – digo sem animo.
- Pai porque aquele cara esta nos encarando? - falei fitando o cara que também nos fitava com um sorriso de deboche.
- O que houve filho? - Perguntou minha mãe me encarando.
- Aquele cara ali que não para de nos encarar - falei apontando para o tal cara.
- Que cara filho? Não vejo ninguém - falou como se ele não estivesse ali.
- Como assim não tem pai? Olha direito! - falei ficando nervoso por ver que o homem ainda dava um sorriso de deboche.
- James não tem ninguém ali, melhor irmos embora não quero arruma confusão- falou minha mãe já se levantando.
- Não mãe eu quero ficar, a senhora não vê que tem um cara moreno ali com um sorriso de deboche para nós não? - falei com voz alterada
- Vamos embora agora mocinho, respeite sua mãe - falou meu pai brando e chamando o garçom para pedir a conta.
Entrei no carro quase quebrando a porta de tão forte que a bati, coloquei meus fones de ouvido, porque não queria olhar para o rosto do meu pai, ele nunca tinha feito isso ainda mais em publico. Sinto o carro em movimento novamente e acabo dormindo com o passar do tempo.
"Que droga de cidade é essa" pensei saindo do carro.
- Lar doce lar meu filho – fala meu pai indo em direção a uma casa que mais pareceria um chalé.
- Pai ta de brincadeira? Nós iremos morar neste cubículo?
- Pode se acostumar James, pois é aqui que nós iremos morar daqui em diante – diz meu pai me olhando.
- Como você pode fazer isso conosco pai? Não vê que não queríamos vir para cá? Nem mesmo a mamãe queria você está acabando com nossas vidas, lá eu tinha tudo que eu precisava, amigos, escola, tinham shopping, essa droga de cidade provável não ter nem metade do que tem em Viena, aqui só tem mato por toda a parte parecem àqueles pobres roceiros que não têm onde cair morto e vem parar aqui, eu te odeio e odeio tudo isso - falei para ele e sai correndo o mais rápido que eu pude.
Entrei floresta adentro que por sinal era bem grande, e só os ouvi gritarem meu nome, não queria ver o rosto dele tão cedo, já não bastava o que aconteceu mais cedo naquele restaurante, agora vou ter que morar em uma bosta como aquela casa, começo a me cansar e ficar sem fôlego de tanto correr, sento em uma pedra gigante perto de uma árvore que parecia morta pelos galhos secos e sem nenhuma folhagem.
Fecho meus olhos e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, escuto só o som da natureza e do meu coração quase pulando pela boca, sinto uma sensação estranha brotar dentro de mim, medo? Raiva? Ou ódio?
Abro meus olhos e vejo uma figura parada bem na minha frente parecendo uma estátua, todo de preto tampando o rosto e parecia escorrer sangue pela suas mãos, olho para os lados e observo que estou completamente encurralado nesta pedra, ele dá um passo à frente e sinto meu corpo tremer e fica em alerta, sinto meu coração acelerar como nunca antes aconteceu, a sensação que antes eu sentia foi toda substituída pelo medo, tentei levantar, mas ele foi muito mais rápido do que eu e segurou meu braço, olhei para os olhos dele e era um tipo de vermelho como nunca tinha visto, tentei me soltar, mas ele era bem mais forte do que eu.
- Não adianta correr jovem James você nunca conseguirá escapar - falou em um tom ameaçador.
Tentei dar um chute na sua cabeça, mas ele desvia tão rápido que nem raspou.
Como eu já fiz artes marciais por 5 anos aprendi que se não sabemos qual é a força do seu oponente devemos esperar ele atacar, mas como eu já estava ficando em pânico tentei socá-lo com apenas uma mão que não estava segurando, mas tudo foi em vão, ele pegou meu pulso e começou a torcer e comecei a gemer de dor, mas ele não parava.
- PARE POR FAVOR - gritei de medo e ao mesmo tempo as árvores começaram a pegar fogo e a se espalhar por todos os cantos da floresta, só deixando o local de onde eu vim livre do mar de fogo que se fez, enquanto ele olhava todo aquele fogaréu, ele afrouxa um pouco meu braço e consegui fugi.
- Ora..ora se não é nosso querido James Patron - falou um cara vestido da mesma maneira, ele parou em minha frente e me segurou.
- O que são vocês? - perguntei olhando para o rosto do outro cara e constatando que ele tinha os mesmos olhos vermelhos, tentei me soltar, mas foi tudo em vão novamente, senti todos os meus ossos se quebrando um á um, sentia uma dor insuportável e quanto mais ele apertava a dor ia se intensificando e eu ia perdendo a visão até que eu desmaiei.
Espero que gostem e aprovem haha se gostou deixa um comentário para sempre estar melhorando !!!
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Escudeiro das Sombras
FantasyApós se mudar para a cidade de San Pietro, o jovem James irá descobrir um futuro de incertezas. Ele nunca pensou que uma coisa dessas poderia acontecer com ele, mas porque com ele? Essa era a pergunta que não se calava. O futuro não nos pertence e s...