A primeira carta.

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-E então?-perguntei a Lucas no terceiro dia-o que você tem feito ultimamente?

-Escrito poemas para uma pessoa especial.

-Mesmo?-falei sorrindo-não sabia que você escrevia.

  Ele sorriu e andou ao meu lado por um tempo, ambos calados, mas não era um silêncio constrangedor, na verdade, ficava tão acomodada na companhia dele que gostava daqueles momentos de silêncio. Naquele dia eu usava um vestido branco, meias calças pretas, botas pretas, um cachecol vermelho e um casaquinho de lã preto, enquanto Lucas usava camisa azul de manga comprida, calça jeans, uma touca preta e um tênis All Star branco, no rosto estavam óculos Ray-Ban preto.

-Sabe, já escrevia desde que nos conhecemos.

-Nós nos conhecemos quando ainda éramos dois fetos, Lu.

Meus pais e os pais dele fizeram faculdade juntos e se tornaram inseparáveis desde então, fazendo com que eu e ele também nos tornassemos.

-Comecei a escrever com nove anos.

-O que você escrevia?

-Poemas, cartas, histórias, pensamentos, bilhetes...as vezes escrevia pra você.

-Jura? Vou ver o que você escreveu pra mim, um dia?

-Provavelmente não-ele sorriu-prefiro manter esse tipo de coisa pra mim.

-Você ainda tem?

-Sim, guardo tudo que escrevo.

-Puxa, aja papel.

-Aja papel e traça-ele brinca rindo, e eu o acompanho.

-E então, aonde vamos almoçar?

-Vamos procurar alguma coisa italiana, quero massa, gordura e pasta!-ele brinca.

-Gordo-brinco também é nós rimos.

  -Você realmente acha que estou gordo?-ele brinca levantando a camisa e mostrando uma barriguinha muito sexy, graças a isso, minhas pernas viram pudim.

-Aham-falei tentando não desmaiar.

-Puxa vida, bem, vem, vamos comer.

~três dias depois~

Já havia se passado uma semana, eu e Lucas havíamos nos reaproximado, mas não conseguia esconder meu interesse em Miguel, especialmente no dia em que ele veio falar comigo.

-Charlotte, não é?-perguntou ele sério.

-Sim-falei tentando não surtar.

-Hum, legal-ele simplesmente virou as costas e sentou.

  Eu e Lucas estávamos voltando pra casa e fomos almoçar juntos, como havíamos acostumado a fazer. Ao chegar no Mc'Donald (não almoçamos todos os dias lá, só as vezes) eu fui me sentar e ele pegar o almoço. Abri o meu caderno para dar mais uma lida nas palavras que eu havia encontrado na aula quando encontrei um envelope com um selo de uma rosa o selando, procurei o nome do emissor, não havia, havia apenas receptor, lá estava meu nome completo escrito em letras elegantes.

"Querida Charlotte,
  Já se sentiu presa à alguém? já sentiu que seu coração simplesmente sai pela boca toda vez que você vê aquela pessoa? Que ela é tudo que você sempre quis e nunca pode ter? Se sim, você me entenderia.
  Você deve estar se perguntando quem sou eu, não é? Bem, isso eu não posso revelar, não é seguro, nem pra mim, nem pra você. O que posso dizer sobre mim? Posso dizer que fiquei encantado com você no momento que a vi. Posso dizer que  seu sorriso é a luz que a minha alma precisava. Posso dizer que você tem o cabelo mais bonito que eu já vi. Posso dizer tantas coisas...
  Gostaria que você me notasse, mas você está obviamente apaixonada por outro cara, e eu, bem, eu estou absolutamente encantado com você. Infelizmente você jamais me notará. Posso dizer sou como o Fantasma Erick de o Fantasma da Ópera, vivo escondido, mas diferentemente dele, não tenho uma paixão quase doentia, apesar da minha paixão está se acendendo.
   Por favor, não tenha medo de mim e me avise se as cartas à estiverem incomodando. Bem, deixe-me ser mais claro, se eu à estiver incomodando, deixe uma carta em cima da quinta carteira, na segunda fileira (eu não sento lá, uma amiga minha senta, então por favor, não me procure, não seria tão óbvio assim). Gostaria de me corresponder com você por correspondência, caso queira responder a está carta, por favor, entregue-a ao menino que senta atrás de você (ele também não sou eu). Chame-me de MTP.
   Esperarei com ansiedade a sua decisão.
                              Até breve,
                                     MTP."

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