ECap.17

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Já se passou mais de uma semana, os dias se passaram devagar demais, mas foram cheios. Tive mais de duas aulas com Dan, que sempre estava sendo um fofo, me aproximei muito mais de Adam, que sempre puxava assunto. Conheci e escutei muitas histórias sobre o meu pai, e até ouvi algo sobre a minha mãe.

No final de semana, eu me mudei para a casa do meu pai, onde Miguel morava, não soube como lidar com aquela mansão toda pra mim, Adam por sua vez, me ajudou com a pequena mudança, a casa vivia cheia de empregados.

No domingo, no final da tarde, Adam pediu que eu me arrumasse que ele me levaria em um lugar, minha curiosidade ficou grande, tomei um banho e coloquei jeans escuro, blusa preta com uma estampa de uma banda de rock antiga, e coturnos preto. Deixei meu cabelo alisado solto, e voltei para a enorme sala. A empregada simpática da casa me informou que Adam me esperava do lado de fora, no carro.

 Adam está com os cabelos caídos sobre o rosto, sua camisa preta marca os músculos, ele me olha de cima a abaixo e sorri, abro a porta do carro e entro. Ele arranca com o carro fazendo um barulho maravilhoso de se ouvir. O vento bagunça meus cabelos, e os de Adam também, o rádio está ligado, e toca uma música lenta. O caminho é rápido, logo chegamos ao destino. Adam estaciona o carro, o lugar é o bairro mais humilde da cidade, um gueto. Me sinto amedrontada, me encolho e Adam segue grudado ao meu lado pela calçada.

Entramos em um beco, está anoitecendo, e as luzes da rua iluminam o local, Adam bate em uma porta cinza, o barulho é estrondoso. Mas logo a porta se abre. Um cara alto, de pele negra, careca, com muitas tatuagens aparece do outro lado.

- Ora ora, vejamos quem está aqui!- O cara diz abrindo os braços, creio que ele vai abraçar Adam, ele acerta um soco no nariz de Adam, o que faz cambalear para trás, eu me afasto na mesma hora. - Se lembrou de nós agora?- O cara diz rindo, e o ajuda no mesmo momento, Adam pula para cima dele, como se fosse ataca-lo, porém, só dá um soco leve em seu ombro.

- Essa é Emma, minha...- Antes de Adam terminar a frase o cara interrompe.

- Sua garota?- O cara diz, e eu coro, Adam sorri e concorda, meu queixo caí mas fico calada.- Prazer princesa, meu nome é Troy.- ele estende a mão e eu a aperto sorrindo simpática. Adam puxa meu braço, me colocando para dentro do lugar, cheira a bebida e a xixi, porém, enquanto vamos andando pelo lugar abandonado, chegamos em uma espécie de ringue, há uns caras fumando, outros bebendo, toca uma música de fundo na qual eu conheço. ( Psychotic Girl - The Black Keys). Logo penso, luta livre, briga de rua. Adam me trouxe aqui para conhecer o perigo.

- Em quem você aposta hoje Adam? Gorila ou O maníaco?- Troy pergunta, ele olha pra mim e sorri.

- Apostamos no Gorila.- Adam entrega 3 notas de cem dólares para ele, sentamos em cadeiras de madeiras, ao lado do ringue improvisado. O lugar era como um bar, mas estava um pouco vazio, havia algumas mulheres perambulando por aquele lugar, prostitutas, obvio. Adam pede bebidas, viramos logo shots de vodka.

- Porque você me trouxe logo aqui?- Pergunto sorrindo

- Porque você disse que nunca tinha ido a uma luta, e as lutas oficiais não são tão emocionantes como essas.- Adam diz e tomo um gole de sua cerveja.

- Traz todas aqui?- pergunto roubando o seu copo de cerveja e tomando um gole.

- Não, as outras eu levo direto para o sofá cama.- Ele me olha com um semblante de safado debochada. Porra Adam, por que você tão gostoso assim? E nesse momento que eu percebo que uma parte de mim, quer beijar-lo nesse momento.

Me desperto dos meus pensamentos assim que uma sirene toca anunciado o início da briga, vejo o Gorila partir pra cima do cara. Adam me disse antes que o Gorila é o cara de cabelos grandes. A luta começa com socos,e depois com chutes, posso ver sangue na cara de um deles, a briga é intensa, prefiro não assistir, não curto muito esse tipo de luta.

Adam se diverte ao ver os dois caírem na porrada no pequeno ring, bebo minha cerveja e o observo. A sirene soa novamente, Adam se levanta para olhar e senta novamente rindo.

- Ganhei uns 700 dólares agora.- Ele ri e toma uma gole da sua cerveja.

- Uaau.- Sorrio.

- Gostou da aventura?- Ele pergunta, e eu nego.- Como assim não? Aah Emma não faça eu te levar para outro lugar.- ele ri

- Vou fazer, me surpreenda mais.- eu sorri o me levanto, Adam vira sua cerveja, pega o dinheiro com Troy. Vamos para o carro, novamente, vou deixar Adam me surpreender. O rádio toca The 1975- Robberys, e eu não me exito em cantar essa música.

- She had a face straight outta magazine.- Canto, Adam vira pra mim e sorri.

-God only knows but you'll never leave her.- Ele canta junto.

- Conhece?- pergunto empolgada.

- Claro, uma das minhas bandas favoritas, já fui até em um show deles.- Ele diz e eu tneho um ataque dentro do carro.

- O que?- pergunto histérica, vamos cantando juntos até chegar numa espécie de parque. A lua está linda, e ilumina o lugar, há um longo caminho de terra e pedras, e em volta a pedras pequenas. O lugar está cheio de flores, por causa da bela primavera.

- Chegamos ao meu local favorito tirando a minha cama.- Ele saiu do carro e eu faço o mesmo. Sigo ele pelo o lugar.

- Ta trancado.- Olha para o o cadeado da cerca de ferro.

- Mas para mim não linda.- Ele continua o caminho até chegarmos numa área onde a cerca não tem mais cerca elétrica. - Damas primeiro.- Ele diz sorrindo.

- Como eu vou subir isso?

- Vai eu te ajudo.- Ele me puxa, e manda eu colocar as mãos e ir escalando de pouco em pouco, enfia meus dedos entre os buracos da grade e escalo devagar, ele coloca a mão em minha perna para me ajudar, para ser exato, em minha coxa.

Me arrepio por completa, chego ao topo da cerca e despenco para o outro lado. Adam não segura a risada, porém logo pergunta se estou bem.

- Estou sim.- Digo em meio de risadas, e um drama, me limpo por causa da terra. Em um passo de mágicas, Adam já estava do outro lado comigo. 

HerdeiraWhere stories live. Discover now